Capítulo 36

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O domingo chegou, Russo tava apagado ainda e eu mal preguei os olhos pela madrugada, com medo de ele levantar e fazer algo sonâmbulo.

Levantei antes dele como de costume, preparei um café reforçado porque eu tava morrendo de fome. Aproveitei pra tomar um banho e vestir uma roupa mais soltinha porque tava calor hoje e pedindo uma praia.

Mas eu não podia dar bobeira assim, poderia sair daqui uns dias. Quando tudo se acalmasse.

Mandei mensagem pra Hanna pra saber se tava tudo bem com a minha pequena, mas por ser tão cedo num domingo, ela não respondeu.

Eu comi um pouco pra amenizar a fome mas preferi acordar Henrique pra tomar café comigo.

Levantei da minha mesa e fui pro quarto ver ele. Passei alguns segundos admirando o homem gostoso deitado na minha cama.

- Russo... - chamei por ele, deitando do seu lado e beijando seu rosto. - Vem tomar café comigo, acorda. - eu pedi e ele se mexeu um pouco.

- Hum... Agora não preta, dorme mais. - ele resmungou e eu ri. - Tu fica pilhada, é porque dorme pouco.

- Eu não fico pilhada. - rebati. - Vamos logo, levanta. O dia tá lindo lá fora.

- A cama ta mais gostosa aqui dentro. Deita comigo, depois nós toma café. - ele falou e eu ri negando com a cabeça.

Ele insistiu e eu acabei cedendo. Deitei sentindo os braços grandes dele me envolvendo em um abraço muito apertado.

- Depois eu esquento o café todo pra tu, minha gostosa. - ele falou no meu ouvido e eu beijei seu rosto.

- Não queria voltar a dormir? Vai dormir. - eu brinquei e ele riu voltando a dormir mesmo.

Eu fechei os olhos relaxando também e quando tava quase pegando no sono, ouvi meu celular tocando indicando uma mensagem.

Peguei ele na mesinha do lado da cama, a respiração do querido tava batendo no meu pescoço, quase arrepiando meu corpo.

Li a mensagem de Hanna e me traquilizei sabendo que Lena tava bem e ainda tava dormindo. Geralmente nos domingos ela ia até umas onze horas, e eu como já tenho o costume, sempre acordo cedo, no máximo sete horas.

Mandei uma mensagem agradecendo e Hanna pediu pra deixar ela almoçar lá e logo em seguida me chamou.

Eu pensei, pensei comigo mesma se eu podia, se não teria riscos. Olhei pro homem dormindo encostado em mim. Eu iria confiar na proteção dele, eu iria confiar que Russo não me deixaria em perigo e me defenderia caso algo acontecesse.

Confirmei com ela o almoço e coloquei o celular de lado, dando mais um cochilo.

Quase quarenta minutos depois eu acordei.

Um tempo depois ele acordou também e levantamos, ele tomou banho e eu fiz ele cumprir a promessa que ti ha feito de esquentar o café de novo.

- Vamos na Hanna comigo? - eu perguntei e ele me encarou estranho.

- Vamos. Mas tem certeza? Até ontem tu não queria ir no morro. - ele comeu um pedaço do pão de queijo.

- Eu tenho certeza! - falei sem pensar muito antes que eu mude de ideia.

A gente se arrumou por ali mesmo, no caso Russo só vestiu a mesma roupa que tava usando antes e a gente foi de uber.

Eu tava meio nervosa. Minhas mãos suavam e tremiam bem fraquinho. Henrique reparou e segurou apertando.

- Ninguém é maluco de mexer contigo aqui, Valéria. Enquanto tu tiver comigo, ninguém encosta um dedo em você. Tá me entendendo?

Eu assenti e a gente saiu do carro agradecendo ao motorista.

- Quer esperar eu pegar a moto lá na boca pra gente ir? - ele perguntou.

- Não, dá pra gente ir a pé mesmo. - eu falei.

Ele saiu andando e eu fui ao seu lado. Olhando desconfiada enquanto ele seguia com a cabeça erguida.

Chegamos depois de um tempo na casa da Hanna e Rato recebeu a gente na porta. Minha filha veio correndo até nós pra nos abraçar, me surpreendi quando ela por vontade própria abraçou Russo. Ele também ficou meio tenso, mas logo apertou Lena no abraço dele, do jeito dele.

Eu te entendo, filha, também gosto do abraço do tio Russo. - pensei.

A gente almoçou o churrasco que eles fizeram, conversamos muito, principalmente eu e Hanna que colocamos em dia todas as conversas que não tivemos nas últimas semanas. E os meninos foram pra perto da churrasqueira terminar de assar o restante da carne. Lena foi pra perto deles, grudada em Rato.

- Eu e Victor começamos a tentar ter um bebê. - ela soltou do nada me fazendo paralizar e encarar ela. Um sorriso foi brotando nos meus lábios e eu abracei ela de lado.

- Eu fico feliz demais por vocês. - eu falei sincera e ela sorriu.

- Parei de tomar o anticoncepcional tem uma semana e nós estamos tentando. - ela explicou.

- Agora eu fiquei ansiosa por um sobrinho. - fiz bico e ela riu.

- No momento certo vai chegar. Eu também queria que fosse logo, mas fui na médica e ela disse que pode ser rápido como também pode ser demorado. Eu vou precisar ter paciência.

- Mas vai dar certo. Logo logo vocês vão realizar esse sonho. - beijei sua bochecha.

Ficamos conversando sobre esse assunto de maternidade e quando olhei o horário, ia dar cinco da tarde.

Os meninos trouxeram uno pra brincar, foi uma discórdia, mas no final todo mundo se resolveu. E umas nove da noite eu me levantei com Russo e Lena pra irmos embora.

Lena tinha aula no dia seguinte e eu também trabalhava. Eu tinha que ir mesmo.

Agradeci Hanna pelo convite, abracei ela e Rato. Vi ele dando a chave do carro pra Henrique e logo eu saí de casa segurando a mão da minha pequena.

Coloquei ela no carro e deslizei o cinto pra ela ficar segura. Andei pro banco da frente e suspirei aliviada.

Russo já tinha entrado e eu coloquei minha mão na perna dele.

- Porque pediu o carro do Rato? Você não tem o seu?

- Eu tenho moto, meu carro ainda tá apreendido. Eu vou comprar outro essa semana e mandar blindar pra andar no asfalto com a minha gatinha.

Dei uma risada e olhei pra ele.

- Quer que te busque no trabalho amanhã? - ele perguntou.

- Eu quero. - falei e ele assentiu.

- E de lá tu já busca a Leninha na escola?

- Eu coloquei ela numa escola integral, ela entra de manhã e só sai de tarde, ficou melhor pra nós duas, porque quem pegava ela era a Hanna lá no complexo, agora nem dá mais. - eu expliquei.

- Beleza, eu te busco então e a gente faz alguma coisa antes de buscar ela. - ele disse e eu assenti.

Ele acelerou o carro e no meio do caminho olhei pra trás vendo minha pequena dormindo. Logo chegamos e ele me ajudou a colocar ela na cama.

- Quer que eu fique? - questionou.

- Você tem que voltar pro Alemão. Ficou essa madrugada longe. - eu falei e ele assentiu.

- Eu tenho bastante pra resolver lá mesmo. Mas qualquer coisa me liga, grita, dá um sinal de fumaça. - ele segurou meu rosto com as duas mãos e eu assenti encostando minha boca na dele. - Boa noite, preta.

- Boa noite, amor.

VISITA INTIMA - Além do Sexo [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora