seventy two

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Eu fiquei encarando o celular por alguns instantes, lendo e relendo a mensagem da minha mãe até que suspirei e bloqueei a tela., essa conversa podia esperar. Esse era o meu momento com a Carina e eu não queria estresse estragando isso.

Guardei o celular no bolso e olhei para Carina, que estava terminando o último gole do café, ela me olhou de volta levantando a sobrancelha.

— Tudo bem?

Forçei um sorriso e assenti.

— Tudo, depois eu resolvo isso.

Carina não pareceu muito convencida mas não insistiu, chamamos o garçom e pedimos a conta, assim que ele colocou a notinha na mesa Carina pegou a bolsa e começou a procurar o cartão.

— Eu pago.

Ela levantou os olhos para mim já balançando a cabeça.

— Vamos dividi Bambina

— Não, eu faço questão

— Maya...

— Carina.

Ela suspirou mordendo o lábio claramente contrariada mas guardou o cartão de volta e cruzou os braços.

— Tudo bem mas só porque eu tô com sono demais para discutir.

Ri baixo e entreguei meu cartão para o garçom. Minutos depois saímos do café de mãos dadas e fomos para a calçada, esperando pelo carro no vallet. O ar da manhã estava fresco e o sol começava a ficar mais forte Carina bocejou longamente e me abraçou de lado, apoiando a cabeça no meu ombro.

— Você tá exausta né? — olhei pra ela.

Ela murmurou alguma coisa em italiano que eu não entendi mas pelo tom provavelmente era um xingamento ao cansaço, sorri e beijei o topo da cabeça dela.

— Daqui a pouco você já vai estar em casa e pode dormir a tarde inteira.

Carina levantou a cabeça e me olhou com um pequeno biquinho.

— Fica um pouquinho comigo antes de ir?

— Carina...

— Você só precisa ir pra academia à tarde da tempo por favor — ela me olhou com aqueles olhos castanhos brilhantes.

Suspirei, já sabendo que ia ceder eu não conseguia negar nada para ela e ela sabia disso, um sorriso surgiu nos lábios dela antes mesmo de eu responder.

— Tá bom mas só um pouquinho.

— Só o suficiente para eu ganhar carinho.

Ela piscou para mim e eu revirei os olhos, rindo, enquanto o manobrista trazia o carro, assim que entramos, Carina ligou o rádio em uma estação italiana qualquer tranquila cantarolando baixinho, enquanto eu dirigia olhei pra ela por um momento e deixei um pequeno sorriso escapar, eu podia adiar qualquer coisa para ter esses momentos com ela.

Entramos no apartamento e fomos direto para o quarto, Carina pegou um pijama confortável e vestiu rapidamente enquanto eu tirava minha calça jeans e o tênis, ficando apenas de camiseta e calcinha. Assim que me enfiei debaixo do edredom Carina fez o mesmo, encaixando o corpo no meu enroscando as pernas nas minhas e soltando um suspiro satisfeito.

Passei os dedos de leve pelos cabelos dela, sentindo ela relaxar ainda mais contra mim, ela deslizou uma mão pelo meu braço e apertou de leve, como se quisesse se certificar de que eu estava ali e eu beijei o topo de sua cabeça.

— Você é tão quentinha — ela sussurrou contra o meu pescoço.

Sorri, puxando ela um pouco mais para perto.

Amizade Colorida - Marina Onde histórias criam vida. Descubra agora