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Lucas - Ela não tem mais nenhum parente?- ele nega.

Dom - Foram os pais da amiga dela...- olho no papel onde fiz as anotações.-... Da Zoe, a menina da overdose. Que me passaram essas informações, mas pelo que já tinha apurado são verdadeiras.- ele parece um pouco aflito.- Ela também não tem onde morar. Vamos encaminhá-la para um abrigo?

Lucas - Por que?

Dom - Parece que a situação financeira dela era bastante instável, ela morava de aluguel em um basement e trabalhava em dois empregos para se manter, um pouco antes de ser aliciada e a dona do basement pedir o imóvel.

Lucas - Ela não vai para um abrigo.- pego o celular e ligo em seguida para alguns contatos, não demorou muito para ter um retorno.
...

Amara
Acordei um pouco desorientada e tentando me localizar, a minha cabeça dói.

Enfermeira - Olá! Como está se sentindo?

Amara - Olá!- uma enfermeira se aproxima e só então me dou conta de que estou em um hospital, ela fala espanhol e para minha sorte a compreendo.- Que lugar é esse e por que estou aqui?

Enfermeira - Bom, estamos em um hospital. Você estava sendo atendida por causa de um tiro de raspão quando de repente desmaiou e bateu com a cabeça. Como está se sentindo?

Amara - Um pouco tonta.

Enfermeira - Vou avisar o doutor que você acordou. Já volto.- me retiro do quarto.- Ah, Olá! A moça que você trouxe, acabou de acordar e...- nem terminei a frase, ele simplesmente saiu andando e me deixou falando sozinha.
...

Lucas - Oi!- me aproximo falando baixo e ela me olha.- Tudo bem?

Amara - Oi!- respondo no mesmo tom.- Estou melhor.

Lucas - Que bom!- a enfermeira retorna acompanhada do médico que a examina e acha melhor que ela passe essa noite no hospital devido a pancada na cabeça.

Doutor - Provavelmente tenha alta amanhã de manhã.- saio do quarto.

Amara - Onde estamos?- ele me olha.- Já voltamos para os Estados Unidos?

Lucas - Estamos na Espanha, assim que você for liberada poderá voltar para casa.- ela olha para as mãos.- Você tem algum familiar que eu possa entrar em contato?

Amara - Não, eu sou órfã.

Lucas - Sinto muito por isso. Mas você não tem mais ninguém, nenhum familiar...

Amara - E as outras meninas?- desconverso.

Lucas - Foram atendidas com você no primeiro momento, depois de depor foram encaminhadas de volta para suas casas e familiares.

Amara - Meu Deus! E Zoe?- olho aflita para ele, já que estou muito confusa e não sei se o que lembrei é real.

Lucas - Você não pode levantar.- falo assim que ela se refere a amiga e levanta rápido da cama.- Você está com soro no braço.- ela senta novamente.

Amara - Quero ver Zoe. Ela estava só desmaiada, não estava? Tenho certeza que bebeu mais do que deveria...

Lucas - Você não lembra mesmo?- ela me olha.

Amara - Não, aquilo não foi real e você não é médico. Fala, fala que ela está bem. Por favor.

Lucas - Infelizmente aquilo foi real.- ela se assusta com a minha confirmação e logo começa a chorar e chorou muito.- Você precisa tentar se acalmar...- a seguro pois tenta levantar novamente.- Conseguimos avisar a família dela, eles já estão esperando o corpo dela que deve chegar essa madrugada.- provavelmente ela não ouviu nada do que eu disse, ficou muito nervosa e chorava compulsivamente, só me restou abraçá-la, mas na tentativa de contê-la e não de confortar. A enfermeira ouviu a agitação e aplicou um calmante no soro, ela foi se acalmando e adormeceu, soluçando. Vi o meu escapulário na mesa de cabeceira, a enfermeira avisa que deixou ali para não perder, pego e o coloco na sua mão, dando uma volta (como se fosse uma pulseira) e saio do quarto.

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