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Amália
Logo após o café da manhã, fizemos o check out no hotel e pegamos a estrada, a vista pelo caminho é inacreditavelmente linda, parece uma obra de arte. À medida que o carro andava eu ia ficando um pouco apreensiva, já que as cidades iam ficando distantes e as imagens campestres tomavam cada vez mais conta da paisagem. Me questionei boa parte do caminho se estava tomando a decisão certa. Será que uma garota urbana como eu se adaptaria a uma vida no interior?
Porém não tenho muita escolha, preciso recomeçar com o que tenho no momento.
Depois de um pouco mais de três horas, chegamos a uma fazenda maravilhosamente linda e um casal muito simpático veio ao meu encontro e me ajudaram com as malas.

Karina - Seja muito bem vinda!

Amália - Muito obrigada!

Karina - É Amália, não é?

Amália - Sim senhora. E você é?

Karina - Eu sou Karina, esse é o meu esposo Paulo e esse é o nosso lar. Estamos felizes por receber você aqui. Venha.- ela nos acompanha até o interior da casa.

Amália - Sua casa é linda...

Karina - Obrigada. Essa é a minha mãe Júlia.- elas se cumprimentam.- Eu quero que você se sinta em casa. Nós fazemos parte de um programa que recebe estrangeiros que buscam trabalho e recebemos ótimas referências suas.

Amália - Ah, que legal.- fico sem saber o que dizer.- Eu fiquei mais tranquila quando notei que vocês me entendem.- ela sorriu.

Karina - Ah, a gente aprende um pouco com cada um que já passou ou ainda está por aqui.- ela olha ao redor.- Temos um anexo aqui na nossa casa mesmo para os funcionários, mas como a maioria é da região, eles vêm e voltam para as suas casas. Eu separei um quarto aqui em casa pra você, mas se você preferir o anexo para ter mais privacidade, nós entenderemos.

Amália - Eu não quero dar trabalho...

Karina - Trabalho nenhum.- sorrio.- Caro (querido), leve as malas de Amália para o quarto que preparamos, vou dar algo para ela comer.- falo para o Paulo.- Deve estar com fome a ragazza.- a levo até a cozinha, mas ela comeu apenas um sanduíche com um copo de suco de uva.- Não se preocupe, tenho certeza de que você vai gostar daqui.- ela sorriu.- Depois que você descansar vou te mostrar o resto da casa e provavelmente amanhã te mostro a propriedade.- falo conduzindo ela até o quarto.

Amália - Podemos fazer isso agora se a senhora quiser...

Karina - Eu quero que você descanse, desfaça as suas malas e se sinta a vontade. Teremos tempo o suficiente para eu te mostrar tudo e para você conhecer o trabalho.

Amália - Tá bom!- ela sai do quarto e olho ao redor, sento na beira da cama e não nego que estou um pouco nervosa. Começo a desfazer uma mala e vou guardando as minhas coisas na cômoda. Tudo parece tão diferente do que estou acostumada, não que isso seja ruim, mas silenciosamente peço a Deus que dê tudo certo e que o Lucas me encontre logo.
Como não estava cansada o suficiente para dormir, desci e a encontrei na cozinha, organizando o almoço. Ela não quis a minha ajuda, parecia bastante animada ou já é assim e eu que não a conheço, conversamos muito e ela e a dona Júlia me encheram de perguntas, eu aproveitei para perguntar algumas coisas também. Pelo que pude entender, a fazenda tem duas produções independentes, cultiva e produz oliveiras (azeitonas) para fabricação de azeite de oliva e uvas para a produção de vinhos e sucos. São produtores de médio porte que estão crescendo cada vez mais na região. Eles produzem aqui mesmo nos seus galpões e vendem nas cidades ao redor.
Depois do almoço eu ajudei a lavar a louça e o casal me levou para conhecer as plantações, eu fiquei completamente abismada com o tamanho da propriedade.

Quarto da Amália

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