Operação Catalunha

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Amália
No dia seguinte tive alta, tantas coisas estavam acontecendo ao mesmo tempo que mal podia acreditar. Zoe, nascendo de oito meses, o Lucas surgindo do nada no momento que eu mais precisava, eu descobrindo que a Karina e seu Paulo são pais dele e eles babando pela neta. Parecia tudo tão surreal.
A Zoe é uma menina muito tranquila e só chora quando está com fome ou precisa ser trocada, ela é dorminhoca e é a coisa mais perfeita que eu já fiz na vida, eu não canso de ficar horas admirando ela.
Os dias foram passando e eu e o Lucas fomos aprendendo a desempenhar os papéis mais importantes das nossas vidas, ser os pais da Zoe. Lucas é muito presente e estamos curtindo cada momento, cada gemidinho e cada chorinho dela. Ela ama tomar banho no colinho do papai.
...

Lucas - Oi!- falo chegando em casa no meio da tarde.

Amália - Aonde você estava?

Lucas - Na cidade.- me aproximo e entrego flores para ela e um arranjo menor para Zoe, ela sorriu.

Amália - São lindas, obrigada!- falo sorrindo e ele me beija em seguida.- Já é a terceira vez que você vai a cidade essa semana...

Lucas - Estou resolvendo alguns negócios.- falo pegando Zoe no colo, assim que lavo as mãos.

Amália - Que negócios?

Lucas - Daqui alguns dias você vai saber.

Amália - É alguma missão? Você não vai embora, né?- pergunto um pouco aflita, mas ele sorri de canto.

Lucas - Não, já disse que vim para ficar. Não disse?

Amália - Disse, mas a gente conversou tão pouco sobre isso e eu fico...- ele me olha.

Lucas - Fica?

Amália - Fico com medo de acordar e você já ter saído, como quando me mandaram para cá. Eu acordei e você não estava, te procurei pela casa toda e na sequência Dom falou sobre a minha viagem, eu nem sabia o que fazer direito, só fiquei lá chorando...- ele se aproxima com Zoe no colo.

Lucas - Isso não vai mais acontecer, eu me desliguei do batalhão, vendi quase tudo o que eu tinha nos Estados Unidos e vim atrás de vocês.- é gratificante ver seus olhos brilhando.

Amália - Então você não é mais soldado?

Lucas - Não. Isso é um problema pra você?

Amália - De jeito nenhum, graças a Deus.- ele acaba rindo.- Quer dizer, eu sei que você amava o que fazia, mas só de pensar que você não vai mais precisar ficar anos fora em missões eu já fico feliz.

Lucas - Achei que ficaria.- sorrimos um para o outro.

Amália - Fez isso por ela?- me refiro a nossa filha.

Lucas - Queria ter feito no dia que Dom foi te buscar, mas achei que você ficaria mais segura longe de mim. Fui covarde também, não tive coragem de me despedir, sei que seria dolorido, você iria chorar, eu teria sido rude por achar necessário você vir e provavelmente teria estragado tudo. Mas eu nunca deixei de pensar em você, cada segundo, todos os dias.- ela se aproximou me abraçando, beijo o topo de sua cabeça.- Mas saber que você estava grávida me deu a coragem que faltava.- ela me olha, ainda abraçada a mim e a nossa filha.

Amália - Eu te amo!

Lucas - Também te amo... muito.- ela sorriu.

Júlia - Olá!- falo baixinho, mas a cena deles abraçados é linda.

Lucas - Oi vó! Entra.

Júlia - Eu vim ver a Zoe, mas ela está dormindo tão tranquila.- me aproximo e beijo sua mão.

Amália - Ela só dorme, e mais ainda se está no colo.- rimos. O Lucas passou ela com cuidado para o colo da bisa.

Júlia - Ah, eu nem acredito que Deus me deu a honra de poder ser bisavó.- falo admirando aquele pinguinho de gente no meu colo.

Lucas - A senhora é nova ainda, vai poder ver outros bisnetos nascerem.

Amália - Meu Deus!- eles riram de mim.- Se depender de mim vai demorar um pouco, recém pari e pretendo curtir a minha bambina.

Lucas - Sei não, eu quero mais.

Amália - Claro que quer, quem vai carregar meses e sofrer aquelas dores sou eu.- ele ri enquanto dona Júlia concorda comigo.