Capítulo 28: Boa sorte pra você.

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Wyatt

Hazel mordeu o lábio com força, até ele ficar branco, encarando meus olhos como se quisesse ter certeza de alguma coisa. Erguia a mão e toquei a bochecha dela, observando-a fechar o olhos e soltar uma respiração trêmula. Hazel umedeceu os lábios com a língua, engolindo em seco, enquanto eu sentia minha boca ficar seca a medida que minha pulsação disparava.

—Um beijo? —Questionou, e eu confirmei com a cabeça, mesmo que soubesse que estava mentindo. Não seria só um, porque eu sabia que assim que a beijasse não ia conseguir parar. Nem precisar saber o gosto da boca dela pra ter certeza.

—Um beijo, Hazel, e você pode voltar a fingir que me odeia. —Sussurrei, passando a mão ao redor da cintura dela até prender seu corpo contra o meu. Hazel abriu os olhos, se segurando nos meus ombros quando a empurrei até a porta. A expressão dela escureceu quando viu que eu estava olhando pra sua boca. —Parece ser uma boa ideia pra você?

—Uma ideia aceitável. —Concordou, um pouco perdida, me fazendo soltar uma risada baixa. Inclinei meu rosto, roçando meus lábios na sua testa. A pele dela ficou arrepiada, parecendo ferver contra minha boca. —O que está fazendo?

—Você é muito baixinha pra mim. Acho isso absurdamente fofo, mas agora...

Hazel soltou um gritinho assustado e escondeu o rosto na minha bochecha quando a peguei no colo. Suas pernas envolvendo meu quadril enquanto eu a segurava contra mim. Precisei usar uma das mãos para segurar me segurar na porta, porque a respiração dela na minha garganta me deixou tenso, sentindo uma onda de calor atravessar minha coluna.

Hazel afastou o rosto, passando o braço ao redor dos meus ombros para se segurar. Fechei os olhos quando sua outra mão envolveu minha bochecha. Ela trançou a linha do meu queixo, subindo até meus lábios, nariz e depois testa. Um sorriso surgiu nos meus lábios quando ela enroscou os dedos nos meus cabelos, bagunçando-os como se tivesse com vontade de fazer aquilo fazia tempo.

Abri os olhos quando ela parou, colocando a mão na minha bochecha de novo. Os lábios abertos para conseguir respirar melhor, porque ela parecia sem fôlego, assim como eu. Encostei minha testa na dela, sentindo alguma coisa dançar na boca do meu estômago, antes de Hazel inclinar o rosto e grudar os lábios nos meus.

Abri minha boca para receber a dela, soltando um suspiro de pura satisfação quando o gosto de Hazel invadiu minha boca e eu tive certeza de que era o melhor de todos. De que eu iria querer beija-lá o tempo todo, várias vezes. Ergui minha mão e segurei sua nuca, enrolando meus dedos nos cabelos dela, antes de aprofundar o beijo quando minha língua deslizou para dentro da boca dela.

Hazel estremeceu no meu colo, e eu a prensei contra a parede. O calor se espalhando pelo meu corpo como eletricidade, enquanto o sangue latejava na minha cabeça. Minha pele queimava em todos os lugares que eu a tocava. As mãos de Hazel deslizando do meu rosto para os meus ombros, deixando um rastro de fogo pelo caminho, porque eu poderia facilmente queimar junto com ela.

Nossas bocas se afastaram o suficiente para respirarmos, enquanto eu suportava o peso dela com os dois braços. Caminhei até a cama de Hazel, me sentando na cama dela com ela no meu colo. Hazel se ajeitou, erguendo meu queixo para me beijar de novo. A abracei apertado pela cintura, deixando ela no controle de tudo, porque ela podia conseguir o que quisesse de mim.

—Um beijo. —Hazel me lembrou, afastando a boca o suficiente para puxar o ar com força. Me inclinei e a beijei de novo, mesmo com aquele lembrete, sorrindo contra os lábios dela quando ela retribuiu e então se afastou, com um selinho demorado. —Você é um mentiroso.

—Por quê? —Questionei, soltando uma risada quando Hazel tentou ajeitar meus cabelos bagunçados pelas mãos dela, sem sair do meu colo. —Por que você percebeu por contra própria que não vai ser só um beijo?

—Isso e outras coisas. —Hazel encarou meus olhos. A respiração ainda pesada, enquanto eu só conseguia prestar atenção nos lábios dela vermelhos. Me inclinei para beija-la de novo, soltando uma risada quando Hazel botou a mão no meu peito e me segurou. —Gostou?

—Preciso mesmo responder isso? —Questionei, apertando a cintura dela com força, até senti-la estremecer por inteira no meu colo. Meu coração bateu rápido no peito, enquanto eu me inclinava o suficiente para nossas respirações se encontrarem. —Quero beijar você de novo.

—Você me pediu um beijo. —Hazel abriu um sorriso, abraçando meus ombros e acariciando minha bochecha. Havia um brilho de animação nos seus olhos, junto com outra coisa mais calorosa. —Se quiser outro, vai ter que merecer.

—Vou precisar merecer? —Repeti, erguendo as sobrancelhas pra ela, enquanto me perguntava o que aquilo significava. —Você quer gestos românticos?

—Eu te avisei antes. —Hazel deslizou para fora do meu colo, enquanto eu me inclinava para trás e escorava minhas mãos na cama dela. —Se queria alguém só pra beijar quando sentia vontade, apostou na irmã errada.

—Acho que eu estou com a certa. —Retruquei, ficando de pé e seguindo Hazel quando ela tentou se afastar de mim. —Duvido que sua irmã seja como você.

—Como eu o quê? —Hazel parou e me encarou, parecendo não entender direito o que eu queria dizer com aquilo. Abri um sorriso, olhando ao redor, encontrando todos os detalhes do quarto que eu tinha certeza que eram dela.

—Você é uma estrela, não é? Gosta de brilhar sobre um palco, onde todo mundo pode ver você e te aplaudir. Você gosta de entreter as pessoas e fazê-las gostar de você. Você gosta de atenção. Gosta de ser apreciada. —Afirmei, vendo Hazel engolir em seco, parecendo surpresa com as minhas palavras. Mas havia algo iluminando seus olhos, deixando claro que eu estava certo. —Uma estrelinha doce e ao mesmo tempo afiada, porque você mostrou as garras quando achou que eu ia te atrapalhar.

—Todo mundo gosta de atenção. —Hazel deu de ombros, como se isso não fosse nada. Mas vi no seu jeito de agir que eu tinha a abalado. Hazel se afastou e abriu a porta, se escorando nela enquanto esperava que eu saísse.

—Então é isso? Você me beija e depois me joga fora? —Questionei, e ela soltou uma risada, negando com a cabeça com as bochechas se pintando de vermelho. —Vou beijar você amanhã de novo, Hazel.

—Ah, você vai? Tem certeza disso? —Os olhos dela brilharam em diversão, como se eu a tivesse desafiando. Passei por ela e parei na porta, confirmando com a cabeça com muita determinação.

Eu queria tanto beija-la de novo, assim como eu sabia que ela queria. Eu podia ver pela forma que ela pesava a língua nos lábios toda vez que eu olhava pra eles. Ou como apertava as mãos ao lado do corpo, como se estivesse se segurando para não me tocar. Eu poderia me inclinar e beija-la de novo, que eu sabia que ela iria retribuir.

—Vou beijar você amanhã de novo. —Repeti, porque ela realmente estava duvidando de mim. Hazel sorriu ainda mais, colocando a mão no meu peito e me empurrando para fora do quarto.

—Boa sorte pra você, estrela do basquete. —Hazel ficou na ponta dos pés e roubou um beijo, mordendo meu lábio ao se afastar. Antes que eu a segurasse a puxasse pra mim, ela fechou a porta na minha cara, deixando claro que era ela quem estava ganhando ali.


Continua...

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