Capítulo 30: Sentiu saudades?

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Wyatt

Jantares em família eram sempre uma coisa muito peculiar, porque todo mundo falava ao mesmo tempo. Ninguém entendia absolutamente nada do que os outros falavam. Alguns de nós se recusavam a socializar com todo mundo. Mas não havia nada mais peculiar do que receber alguém de fora nesses jantares.

—Olha, trouxe flores. —Soltei uma risada quando abri a porta e dei de cara com Adam, vendo-o torcer os lábios como se esperasse qualquer outra pessoa me vez de mim. —Boa jogada, Alves.

—Eu sei como agradar uma garota. Deveria aprender alguma coisa comigo. —Adam retruco, atirando bem no centro do alvo. Olhei pra ele com uma expressão descrente, me perguntando se ele e Hazel ficavam rindo de mim quando se juntavam. —Hazel te deu um perdido, foi?

—Você sabe? —Indaguei, sem conseguir acreditar que Hazel tinha contado a ele sobre nós. Tudo bem que ainda não existia um nós, mas poderia facilmente existir.

—Sei o quê? —Adam questionou, com um tom de voz afiado, se virando para me encarar depois que passou pela porta. Fechei ela com cuidado, me segurando para não soltar alguma coisa atravessada que deixaria o jantar com um clima super agradável. —Que você tá correndo atrás dela? Por isso você parou de encher meu saco com a sua irmã. A água bateu na bunda, né?

—Você é primo dela e não irmão, porque eu ia me incomodar? —Questionei, abrindo um sorriso doce quando vi minha frase o atingir. A expresso de Adam endurecendo de leve quando não gostou do que ouviu. —Não quero estragar o jantar da minha irmã, Adam, porque ela está super feliz. Então porque a gente não tenta ser civilizado um com o outro pelo menos hoje?

—Parece uma boa ideia pra mim. —Adam concordou, mas eu sabia que por dentro ele estava desejando me dar um soco.

Indiquei a sala pra ele, ficando para trás quando Taylor apareceu e quase pulou em cima dele de animação. Girei nos meus calcanhares para voltar ao quarto, porque não precisava participar das apresentações oficias. Mavie e Nathan já estavam ali, com Hanry, então Adam teria seria o centro das atenções e ninguém notaria meu sumiço.

—O que você tá fazendo? —Questionei, fazendo uma careta quando entrei no meu quarto e encontrei Luca mexendo no armário ao lado da minha cama.

—Desculpa, tô procurando o carregador do celular. Acho que esqueci o meu no meu armário da faculdade. —Luca afirmou, soltando um suspiro aliviado quando encontrou o meu. Luca se virou, fazendo uma careta quando me observou caminhar até a cama e me jogar nela. —Não vai ficar na sala? Joe deve chegar daqui a pouco. Jas e o Briar também.

—Depois eu vou. —Falei, gesticulando para que ele desse o fora do meu quarto. Luca apenas riu, caminhando até a porta antes de parar e olhar pra mim.

—Deixa eu adivinhar, é aquela garota do teatro? —Questionou, e eu comprimi os lábios com força, porque tinha ido atrás dela em todos os lugares possíveis do campus, até ela resolver me contar que não estava em Nova Iorque.

Tinha ficado um bom tempo parado na rua tentando acreditar que ela realmente tinha me feiro correr atrás dela o dia todo. Mas aquilo era a cara de Hazel, porque ela tinha dito que eu precisaria fazer por merecer. Eu não era do tipo que fazia gestos românticos, mas Hazel tinha deixado bem claro o que ela queria.

—A gente se beijou e agora ela quer romance. —Afirmei, esperando Luca me dizer alguma coisa muito sensata que só ele sabia dizer. Mas meu irmão ficou em silêncio, me obrigando a erguer a cabeça para encara-lo.

—E qual o problema nisso? —Questionou, e eu acabei abrindo um sorriso, porque não deveria esperar outra coisa de Luca, quando ele também era meio romântico. Acho que ele tinha ficado encantado demais com a história de amor dos nossos irmãos e espera viver algo assim. Eu nunca tinha me preocupado muito com isso, até Hazel fechar uma porta na minha cara e eu não conseguir parar de pensar nela.

—Não tem problema nenhum. Só que eu não sei como fazer isso. Eu não... —Gesticulei ao redor, porque não sabia como explicar aquela situação. Eu nunca tinha feito isso. Nunca tinha me preocupado com gestos românticos.

—Você não faz ideia do que fazer, né? —Luca soltou uma risada, balançando a cabeça negativamente, enquanto eu lançava a ele um olhar torto. —Um encontro e flores seria um bom começo.

—E se ela não aceitar? —Indaguei, porque era bem capaz de Hazel fazer aquilo.

Não que fosse motivo suficiente para me fazer desistir, mas a garota sabia como ser difícil. Fiquei surpreso quando senti aquele convite silencioso pra ir até o quarto dela no alojamento. Acho que nem mesmo estava pensando direito quando entrei lá. E um fato, sabia que beijar ela seria incrível, mas não esperava que fosse tanto assim.

—Manda flores mesmo assim, ué. Você não sabe onde ela mora? Ou manda pra faculdade, quando ela estiver tendo aula. —Luca sugeriu, e eu me sentei na mesma hora, pensando no quanto aquilo seria muito bom e provavelmente a deixaria super tímida. —Viu, você já sabe o que fazer.

—Obrigado, é por isso que você é meu irmão favorito. —Afirmei, fazendo Luca soltar uma risada antes de sair do meu quarto. Me deitei de novo, com um sorriso idiota nós lábios, pensando na reação de Hazel se ganhasse flores na frente de todos os colegas.

Fiz uma careta quando alguém tocou a campainha, me levantando com uma expressão resignada, porque todo mundo na sala estava distraído demais para ouvir a campainha. Fui até a porta, escutando as risadas da minha família, provavelmente se divertindo contando algumas coisas a Adam sobre nós. A risada de Taylor se sobressaia a dos outros e eu não podia deixar de ficar pelo menos feliz por ela.

—Ah, meu Deus, você não. —Exclamei, abrindo a porta e dando de cara com o meu cunhado menos favorito.

—Sabia que você ia atender a porta. —Briar afirmou, soltando uma risada e abrindo os braços, enquanto eu revirava os olhos e via Jasmine sorrindo atrás dele, parecendo se divertir com nós dois. —Sentiu saudades?


Continua...

O último ato do jogo / Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora