Capítulo 39: A Princesa e o Sapo.

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Hazel

Tinha ido ali com uma ideia fixa na cabeça, que era entender como aquela história tinha se espalhado e porque Wyatt tinha confirmado tudo pra professora. Não me incomodo com a mentira em si, mas me senti desconfortável o tempo todo em que andei pela universidade com todo mundo me olhando estranho. E Wyatt estava ali, lindo e perfeito sem se abalar com nada daquilo.

—Você certamente queria que fosse verdade, porque em vez de negar confirmou tudo. —Afirmei, mesmo que não fosse bem aquilo que estivesse na minha cabeça. Wyatt sorriu ainda mais, se inclinando para perto de mim quando desisti de tentar me afastar dele.

—E quando foi que eu dei a entender o contrário? —Questionou, fazendo o calor se espalhar pelo meu corpo, acendendo uma faísca de tensão dentro de mim quando minha respiração falhou. Wyatt não me tocou, mas ele estava tão perto que eu podia sentir sua respiração na minha testa. —Acho que sei porque você está aqui, na verdade.

—Ah, é? —Engoli em seco, erguendo as sobrancelhas pra ele, enquanto cruzava os braços na frente do peito, como se isso fosse me proteger dele de alguma forma. —E por que eu estou aqui? Me conte, Wyatt, já que você parece saber mais do que eu.

—Por que você queria me ver e precisava de uma desculpa pra isso. —Falou, e eu acabei soltando uma risada, antes de hesitar quando me lembrei que ele queria me ver logo após o treino. E ali estava eu, fazendo exatamente o que ele queria. —O dia ainda não acabou, sabia? Ainda posso cumprir minha promessa.

—Não lembro de nenhuma promessa que você tenha feito. —Retruquei, erguendo o queixo para desafia-lo, mas era quase impossível quando eu me sentia super pequena perto dele.

—Quer que eu te lembre qual era a promessa? —Questionou, e eu engoli uma quantidade considerável de saliva quando as mãos dele envolveram meu rosto. Senti que ia ficar sem fôlego com o quão perto Wyatt estava de mim. Sua boca roçando na minha testa e depois no meu nariz.

—Por favor, me lembre. —Sussurrei, sabendo onde isso ia acabar. Os lábios dele se curvaram em um sorriso contra minha pele. Wyatt segurou meu queixo, procurando meus olhos. Vi o desejo marcando cada traço do seu rosto, junto com algo caloroso que me deixou tremula.

Calor me envolveu quando fiquei na ponta dos pés ao sentir a outra mão dele na minha cintura, apertando minha pele, enquanto eu precisava me segurar na camiseta dele. Minha respiração falhou quando a boca dele roçou na minha de leve, como se ele estivesse apenas tentando ter certeza de que eu queria aquilo. Quando não sentiu nenhuma relutância vindo de mim, ele finalmente me beijou.

Os dedos de Wyatt apertaram o meu queixo, antes de deslizaram até a minha nuca quando retribui, aprofundando o beijo quando me inclinei até meu corpo estar grudado no dele. Um suspiro de satisfação escapou pela boca dele contra a minha, enquanto sua mão apertava minha cintura com força até ele quase tirar meus pés do chão.

—Pensei em você o final de semana inteiro. —Afirmou, me beijando de novo, mais profundo e desesperado que antes, com os dedos puxando de leve alguns fios do meu cabelo. Minha pele ficou inteira arrepiada, enquanto meu coração martelava no meu peito me dando a sensação de que ia explodir a qualquer instante.

O perfume dele grudou em mim, assim como o gosto na minha boca enquanto ele me beijava. Os lábios gelados contra os meus e o gosto de menta que fez meu sangue esquentar. Ergui minha mão e envolvi o rosto dele, aproveitando o máximo daquele beijo antes de me afastar quando estava quase sem ar, com a respiração pesada.

—Essa sua boca ainda vai me matar. —Wyatt soltou, engolindo muito lentamente como se ele fosse mesmo morrer a qualquer momento.

Soltei uma risada baixa, abrindo meus olhos quando ele escorou a testa na minha. Mordi meu lábio ao observar as bochechas dele vermelhas e a respiração tão desregular quanto a minha. Eu podia me derreter só com a visão dele assim depois de me beijar.

—Só pra deixar claro, eu não estava dando em cima da sua irmã no almoço. —Esclareceu, como se precisasse se certificar de que eu não ia entender nada errado. Acabei soltando uma risada, escondendo meu rosto no peito dele quando senti minhas bochechas super quentes.

—Eu sei que não estava. Minha teria matado você se você tivesse ousado flertar com ela uma única vez. —Afirmei, precisando me afastar quando Wyatt envolvendo meu rosto com as mãos, me obrigando a olhar pra ele mesmo que eu me sentisse muito tímida naquele momento. —Ela revelou meus segredos mais constrangedores pra você?

—Mais ou menos isso. —Wyatt concordou, abrindo um sorriso antes de roubar um selinho de mim. O ato foi tão carinhoso e repentino que eu não soube reagir, mesmo que meu coração tivesse dado um pulinho dentro do peito. —Descobri que você gosta de sapos e estou até agora tentando entender de onde isso saiu.

—Minha história favorita da Disney é A Princesa e o Sapo. Eu tenho um livro favorito também, onde um dos personagens é um sapo magico que se comunica com plaquinhas engraçadas e fofas. —Dei de ombros, vendo Wyatt erguer as sobrancelhas, como se estivesse descobrindo mais um lado interessante meu e estivesse gostando muito disso. —São animais muito incompreendidos.

Ele riu, balançando a cabeça negativamente como se eu fosse a coisa mais engraçada que ele já conheceu. Mordi o lábio de novo, porque Wyatt ficou sério e começou a observar meu rosto, acariciando minhas bochechas com os polegares. Comecei a me sentir ainda mais tímida e ansiosa, porque sabia o que estava acontecendo com os meus sentimentos naquele momento.

—Você não vai me machucar, não é? —Questionei, sentindo a necessidade de escutar uma resposta sincera da boca dele, porque eu tinha passado a ter medo dos meus sentimentos depois de quebrar a cara pela primeira vez. —A gente pode fazer aquele jogo da sinceridade de novo.

—Não vou machucar você, estrelinha. Só quero bagunçar um pouco a sua vida. —Sussurrou, com um sorriso quase bonito demais nos lábios, enquanto meu coração chegava a doer de tão rápido que estava batendo.

Wyatt deslizou o polegar pela minha boca, antes de se inclinar e me beijar de novo. Abracei os ombros dele, sorrindo no meio daquele beijo quando ele passou os braços ao redor da minha cintura e tirou meus pés do chão. Não consegui pensar em mais nada depois daquilo, porque acreditava em Wyatt e queria o mesmo que ele.



Continua...

O último ato do jogo / Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora