Natália nunca saiu do lado de Sofia. Desde o momento em que Sofia foi internada após o acidente, ela se recusou a deixá-la, nem por um segundo. Dormiu em uma cadeira desconfortável, alimentou-se de forma irregular e seu coração parecia bater no ritmo do monitor cardíaco de Sofia, que mantinha o quarto em um clima de suspense constante. Mesmo depois que Sofia acordou do coma, Natália estava ali, firme, apesar do cansaço extremo que pesava em seus ombros. Ela não conseguia imaginar estar em qualquer outro lugar.
Depois de alguns exames, os médicos finalmente tiveram uma visão mais clara do estado de Sofia. A boa notícia era que ela havia saído do coma sem complicações neurológicas graves. No entanto, a hemorragia interna que haviam conseguido controlar não era a única preocupação. Durante a batida do carro, Sofia sofreu uma fratura na clavícula, o que explicava as dores que sentia toda vez que tentava mover o braço.
- "Então... é por isso que eu sinto como se tivesse sido atropelada por um caminhão." - Sofia comentou com um sorriso fraco, tentando aliviar o clima tenso, enquanto a médica lhe explicava o diagnóstico.
Natália, que estava sentada ao lado da cama, segurando a mão de Sofia como sempre, sorriu ligeiramente, mas a preocupação ainda estampava seu rosto.
- "É uma fratura significativa na clavícula direita, mas nada que não possamos tratar. Você vai precisar usar uma tipoia e evitar forçar o braço por um bom tempo." - A médica informou, examinando os resultados dos exames com atenção.
- "E... isso significa que ela vai ficar bem, certo?" - Natália perguntou, sua voz levemente trêmula.
A médica olhou para Natália com um olhar compreensivo antes de responder.
- "Sim, Sofia vai ficar bem. A fratura vai cicatrizar com o tempo, e a equipe vai monitorar para garantir que tudo se recupere como deveria. Ela vai precisar de muito repouso, mas fora isso, não há nada que você precise se preocupar agora."
Natália suspirou aliviada, mas ainda não conseguia relaxar completamente. Ver Sofia em uma cama de hospital, machucada e vulnerável, era algo que ela nunca esperava passar. E mesmo com as boas notícias, o medo persistia no fundo de sua mente.
- "Obrigada, doutora." - Sofia respondeu, forçando um sorriso antes de olhar para Natália, que parecia tentar se manter forte, mas ainda assim frágil diante da situação.
Assim que a médica saiu do quarto, deixando as duas a sós, Sofia tentou se mexer um pouco, mas logo desistiu ao sentir a dor latejante no ombro.
- "Ei, calma." - Natália advertiu, se inclinando para ajudar Sofia a se ajeitar na cama, com cuidado para não mexer muito no braço dela. - "Não força, amor. Vai demorar um pouquinho até você voltar ao normal."
Sofia riu baixinho, tentando ignorar o desconforto.
- "Eu sei, mas... não suporto ficar deitada assim, sem poder fazer nada. Isso me mata."
Natália se sentou novamente ao lado da cama, seus olhos fixos nos de Sofia, cheios de preocupação, mas também de ternura. A cada dia que passava, Natália se dava conta do quanto o medo de perder Sofia a abalava.
- "Você quase me matou de susto, sabia?" - Natália confessou, sua voz baixa e cheia de emoção. - "Quando te vi naquele carro... não consegui pensar em mais nada. Achei que te tinha perdido."
Sofia, com a mão livre, alcançou o rosto de Natália, acariciando suavemente sua bochecha.
- "Eu sinto muito por isso. Eu não queria te preocupar assim."
Natália fechou os olhos por um instante, absorvendo o toque de Sofia, um gesto tão simples, mas que a fazia sentir que tudo estava voltando ao lugar.
- "Eu sei, mas... ver você assim, foi... o pior momento da minha vida." - A voz de Natália falhou, e ela apertou os lábios, tentando controlar as lágrimas que ameaçavam cair novamente. - "E mesmo agora, mesmo sabendo que você vai ficar bem... Eu ainda sinto que algo pode dar errado. Eu não consigo relaxar, Sofia. Não enquanto você ainda estiver aqui, nesse hospital."
- "Ei, olha pra mim." - Sofia pediu suavemente, e quando Natália abriu os olhos, viu o olhar determinado da mais nova. - "Eu estou aqui. Eu estou viva. E vou ficar bem. Prometo."
Natália riu, mesmo com as lágrimas escorrendo pelo rosto.
- "Eu sei, é só... difícil."
Sofia sorriu, mesmo com a dor física ainda latejando em seu corpo.
- "Você tem sido incrível, Nat. Eu sei que não foi fácil, e eu nem sei como te agradecer por não ter me deixado sozinha nem por um segundo."
Natália balançou a cabeça, seus olhos encontrando os de Sofia com firmeza.
- "Eu nunca te deixaria sozinha, Sofia. Nunca."
Sofia apertou a mão de Natália com mais força, mesmo com o corpo cansado e dolorido.
- "Eu sei. E é por isso que eu te amo tanto."
Aquelas palavras, tão simples e ao mesmo tempo tão profundas, fizeram Natália soltar um pequeno riso, mesmo no meio de toda a angústia que ela estava sentindo.
- "Eu também te amo, Sofi. Muito."
O momento foi interrompido por uma batida suave na porta, e Natalie entrou no quarto com uma expressão de alívio no rosto.
- "Vocês duas me deram um baita susto, sabia?" - Natalie disse, tentando manter um tom leve enquanto se aproximava da cama. - "Mas é bom ver que você está de volta, Sofia."
- "Obrigada, Natalie." - Sofia respondeu, sorrindo de leve. - "Ainda me sinto um pouco quebrada, mas acho que vou sobreviver."
- "Que bom ouvir isso." - Natalie brincou, aliviada ao ver Sofia acordada e se recuperando.
- "Eu liguei para Amanda e Jessica. Elas devem vir para cá mais tarde." - Natalie continuou, olhando para Natália. - "E, claro, a mãe da Sofia já está a caminho."
Natália assentiu, mas não soltou a mão de Sofia em nenhum momento. Mesmo com todas as boas notícias, ela ainda estava processando tudo o que tinha acontecido, e a ideia de que Sofia finalmente estava fora de perigo era um alívio imenso.
- "Eu vou esperar lá fora, deixar vocês duas descansarem um pouco." - Natalie disse, percebendo a necessidade de privacidade.
Quando Natalie saiu, Natália suspirou e voltou a olhar para Sofia, que agora parecia um pouco mais relaxada, apesar da dor.
- "Vamos sair dessa, juntas." - Natália disse baixinho, inclinando-se para beijar a testa de Sofia.
- "Sempre juntas." - Sofia respondeu, fechando os olhos com um pequeno sorriso.
E com aquele simples gesto, Natália sentiu que, apesar de todo o medo e incerteza, elas iriam superar tudo. Sofia estava ali, ao seu lado, e isso era o suficiente para ela.
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Um alívio enorme!! 🥹❤️Não esqueçam da estrelinha e de comentar o que estão achando da fic!! ⭐️ 🤍
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