O sol ainda estava baixo, filtrando seus raios dourados pela janela do apartamento de Natália, mas nada parecia iluminar o que se passava em seu coração. A noite anterior, cheia de emoções contraditórias e confusas, tinha sido um reflexo perfeito de sua mente naquele momento: uma mistura de dor, saudade e um amor imenso, mas também um turbilhão de dúvidas que parecia impossível de apagar. O silêncio da manhã se fazia pesado e incomodava, mas não havia como fugir da realidade que estava diante dela. Cada lembrança de Sofia, cada toque que ela sentia em sua pele, tornava ainda mais difícil a decisão que precisaria tomar.
Natália estava em pé, olhando para a janela, mas os olhos estavam distantes, como se estivesse tentando observar algo que não existia. A cidade lá fora seguia seu ritmo, alheia ao caos que se desenrolava dentro dela. Fechou os olhos por um momento, sentindo o vento frio da manhã acariciar seu rosto. Cada respiração parecia mais pesada que a anterior. Sentia-se sufocada, sem saber como lidar com a pressão de seus próprios sentimentos. O amor por Sofia sempre havia sido claro, era uma certeza, algo que não precisava questionar. Mas agora... agora era tudo diferente. Tudo estava em dúvida. Os planos para o futuro pareciam distantes, difíceis, quase impossíveis.
"O que estamos fazendo?”, ela pensava consigo mesma, mordendo o lábio inferior. “Será que somos realmente fortes o suficiente para isso? Para aguentar a distância, os desafios? Será que o caminho é esperar?"
O celular de Natália vibrou em cima da mesa, quebrando o silêncio. Era uma mensagem de Sofia.
Sofia: “Bom dia, Nat. Como você está?”
As palavras simples e carregadas de carinho arrancaram um suspiro profundo de Natália. Ela queria responder, queria dizer algo que não fosse uma mentira, mas tudo o que ela conseguia sentir era o peso da indecisão. As palavras pareciam tão pequenas, tão vazias diante de tudo o que elas tinham vivido, e ao mesmo tempo, tão importantes. Era como se um simples “estou bem” ou “estou com saudades” pudesse selar o destino delas. Mas não podia mentir. Não poderia dar uma resposta rápida e impessoal, porque o que estava acontecendo dentro dela era mais profundo do que palavras simples poderiam expressar.
Ela olhou a tela do celular por mais alguns segundos e começou a digitar, apagando a mensagem várias vezes antes de finalmente escrever algo.
Natália: “Eu não sei o que estou sentindo, Sofia... Não sei mais se o que estamos fazendo é certo. Estou tão confusa, tão perdida. Não quero te perder, mas...”
Ela engoliu em seco, as palavras ficaram presas na garganta. Com um suspiro cansado, Natália apertou o botão de enviar, mas não sentiu alívio. Não sentiu nada além de uma grande pressão no peito. Ela se jogou no sofá, tentando processar tudo o que acabara de escrever.
“Eu não posso fazer isso. Eu não posso estar com ela e ficar presa a essa incerteza. Ela merece mais. Ela merece alguém que possa dar tudo o que ela quer, tudo o que ela merece. E eu... eu não sei mais se sou essa pessoa.”
Do outro lado, Sofia recebeu a mensagem de Natália e sentiu um nó na garganta. Não era uma surpresa, não era algo que ela não soubesse que poderia acontecer, mas ainda assim a dor foi cortante. As palavras de Nat estavam marcadas por uma confusão que ela mesma sentia. Mas, ao contrário de Natália, Sofia ainda estava disposta a lutar por elas, disposta a acreditar que havia um caminho para que as coisas fizessem sentido novamente. Quando leu as palavras de Nat, sentiu o peso da distância não só física, mas emocional. Aquela sensação de que o amor não era o suficiente, de que a confusão dos sentimentos estava tomando conta.
Ela se recostou na cabeceira da cama, segurando o celular com as mãos tremendo. Queria entender. Queria saber o que Natália realmente sentia, o que realmente estava acontecendo. Mas a verdade era que ela também estava perdida, sem saber como lidar com tudo isso. O medo de perder Natália estava pesando sobre ela como uma sombra.
Sofia fechou os olhos, tentando respirar fundo. “O que eu faço agora? Como eu faço isso? Eu te amo, Natália. Eu só queria que você soubesse que eu te amo. E que tudo o que eu quero é estar ao seu lado, mas... será que isso vai ser suficiente?”
Enquanto Natália tentava encontrar um pouco de clareza em seus pensamentos, o telefone de Sofia vibrou. Era uma nova mensagem de Natália.
Natália: “Eu preciso de um tempo, Sofia. Eu preciso pensar em tudo isso. Não posso continuar assim, nesse turbilhão. Eu... eu preciso de um tempo sozinha. Não quero que isso acabe, mas eu preciso colocar tudo no lugar. Precisamos de um tempo.”
Sofia leu a mensagem e ficou paralisada. As palavras de Natália cortaram profundamente, como se cada frase fosse uma lâmina. Ela sentiu uma dor imensa, um vazio que parecia não ter fim. Como ela poderia dar o tempo que Natália precisava? Como ela poderia, de alguma forma, ajudar a sanar essa dor?
Com as mãos tremendo, Sofia respirou fundo e começou a escrever.
Sofia: “Eu entendo. Eu vou te dar o tempo que você precisa. Mas saiba que não é fácil para mim, e sei que não deve ser fácil para você também. Eu só... não quero que você vá embora para sempre, Nat. Eu só preciso de saber que há uma chance, mesmo que pequena, de nós.”
Sofia apertou o celular com força, sentindo uma mistura de raiva e tristeza invadir seu peito. A espera estava matando ela, a incerteza estava corroendo a confiança que ela tinha em si mesma, e ela sabia que não podia mais viver assim. Mas o amor que ela sentia por Natália era mais forte que tudo, e ela queria acreditar que, algum dia, as coisas se resolveriam.
A resposta de Natália veio depois de um longo tempo. Ela estava tomando seu tempo, com cuidado nas palavras, como se também estivesse se preparando para dar um passo decisivo.
Natália: “Eu vou sair por uns dias. Talvez seja o melhor para as duas. Vamos dar um tempo, Sofia. Só por um tempo. Para pensarmos, para vermos se é isso mesmo que queremos. Quando eu voltar, podemos tentar resolver tudo, juntas. Mas agora... eu só preciso de espaço.”
As palavras de Natália estavam cheias de dor, de confusão. Sofia leu a mensagem e ficou em silêncio, as lágrimas começando a escorrer pelo seu rosto. Ela sabia que esse tempo era necessário. Sabia que, no fundo, esse espaço poderia ajudar a clarear as mentes de ambas, mas isso não diminuía a dor.
Com um último suspiro, Sofia respondeu, sentindo a tristeza tomar conta de seu ser.
Sofia: “Eu vou esperar, Natália. Eu vou te esperar, e quando você voltar, vamos conversar. Vamos resolver isso. Eu te amo.”
Ela apertou o celular com força, sentindo uma tristeza profunda, mas ao mesmo tempo, uma pequena esperança. Talvez o tempo fosse o que elas precisavam. Talvez, quando o tempo passasse, as coisas ficariam mais claras.
E assim, ambas seguiram o dia em silêncio, com o peso das palavras pendendo sobre seus corações, mas com uma pequena luz de esperança de que, no fim, as duas se encontrariam de novo, prontas para reconstruir o que havia sido abalado.
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Será que vamos ter uma reconciliação?
Já estou com o próximo capítulo escrito!! Vou soltar ele mais tarde!!E sobre o meu desabafo simplesmente foi de mal a pior...eu tentei não me importar com algumas coisas mas não estou conseguindo...quando converso com a pessoa é tipo como se fosse a primeira vez... é inexplicável mas entendi que essa não é a hora até por conta de vários fatores e que as vezes não vai compensar eu me doer agora e se for para ser mais para frente vai ser!!
Quero saber do que vcs estão achando da fic e quero saber se vcs querem capítulo hj ainda? Não esqueçam da estrelinha!!
Amo vcs!! Até mais 😉