O Apito do Aparelho

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O silêncio do hospital era quebrado apenas pelo bip constante das máquinas que monitoravam Sofia. O ambiente era frio, impessoal, mas para Natália, aquele quarto se tornou seu único mundo. Durante três dias, ela não saiu do lado de Sofia, nem por um segundo. Cada batida do coração da mulher que ela amava estava sendo monitorada, e cada som era uma espécie de esperança, por mais frágil que fosse. Sofia estava em coma por conta da hemorragia interna que sofreu no acidente, e a incerteza do futuro pairava como uma sombra sobre Natália.

Sentada ao lado da cama, com os olhos vermelhos de tanto chorar e noites sem dormir, Nat segurava a mão de Sofia com força, como se isso fosse o suficiente para mantê-la conectada ao mundo dos vivos. Ela não podia aceitar a ideia de perder Sofia. Não agora. Não depois de tudo que passaram juntas. A dor era esmagadora.

— "Sofia… por favor, você precisa voltar…" — a voz de Natália era um sussurro, cheia de emoção. — "Eu não sei como continuar sem você. Eu preciso de você aqui comigo, Sofi."

As lágrimas rolavam silenciosamente pelo rosto de Natália enquanto ela se inclinava sobre a cama, encostando a testa na mão de Sofia. O som suave da respiração de Sofia, apesar de assistida por máquinas, era o único conforto que ela tinha.

Enquanto isso, Natalie, preocupada com o estado emocional de Natália e com a gravidade da situação, pegou seu celular e ligou para a mãe de Sofia. A voz dela estava cheia de ansiedade enquanto explicava a situação.

— "Alô, Aqui é Natalie... preciso que a senhora venha ao hospital. A Sofia... ela está em coma, e a Natália não sai do lado dela. Acho que ela precisa de apoio. Por favor, venha o mais rápido possível." — A preocupação era clara em sua voz, e após desligar, ela fez a mesma ligação para Amanda e Jessica, duas amigas próximas do casal.

— "Amanda? Aqui é Natalie... houve um acidente, a Sofia está em coma no hospital. Natália está devastada. Eu... eu preciso de vocês aqui. Por favor, venham o quanto antes." — Sua voz falhou por um momento, sentindo o peso da situação. Quando desligou, suspirou profundamente, sentindo a gravidade do que estava acontecendo.

Passaram-se três dias. Durante esse tempo, Natália mal comia. A equipe médica insistia que ela precisava descansar, mas ela se recusava a deixar Sofia sozinha. Seu mundo estava concentrado naquela cama de hospital, no corpo inerte da mulher que amava.

No final da tarde do terceiro dia, o quarto estava envolto em um silêncio quase absoluto, exceto pelo zumbido das máquinas. Natália ainda segurava a mão de Sofia com uma devoção que partia o coração de quem olhasse.

— "Sofia…" — Natália sussurrou novamente, com a voz trêmula. — "Você prometeu que estaríamos sempre juntas. Eu preciso que você lute, por nós, pelo nosso amor. Eu não sei como fazer isso sem você. Volta pra mim, meu amor, por favor."

Ela fechou os olhos, sentindo as lágrimas se acumularem novamente. A sensação de impotência era esmagadora. Não havia nada que ela pudesse fazer além de esperar.

De repente, o som das máquinas mudou. O bip constante que monitorava os sinais vitais de Sofia acelerou, e Natália sentiu algo inesperado. A mão de Sofia, que ela segurava com tanto cuidado, moveu-se levemente. Um aperto suave. Natália congelou por um segundo, sem saber se era sua imaginação ou se realmente havia acontecido.

— "Sofia?" — a voz de Natália saiu num sussurro entrecortado.

O bip das máquinas continuava irregular, e os olhos de Sofia começaram a piscar lentamente. Natália, agora em choque, apertou a mão de Sofia de volta, desesperada por algum sinal de que ela realmente estava acordando.

— "Sofia, meu Deus! Você está me ouvindo? Aperta minha mão de novo se você está me ouvindo!"

E então, para o alívio e a alegria de Natália, Sofia apertou a mão dela com um pouco mais de força. Natália começou a chorar de novo, mas dessa vez de pura felicidade. Ela levantou rapidamente, pressionando o botão de chamada para chamar a equipe médica, mas ao mesmo tempo, não queria soltar a mão de Sofia.

— "Sofia... você voltou..." — Natália sussurrou, a voz cheia de lágrimas. — "Você voltou pra mim, meu amor…"

Sofia abriu os olhos lentamente, ainda desorientada e fraca, mas estava ali. Estava viva.

— "Nat…" — Sofia murmurou, sua voz quase inaudível, os olhos fixos na amada. — "Eu... tô aqui…"

Natália riu e chorou ao mesmo tempo, inclinando-se para beijar suavemente a testa de Sofia.

— "Você não faz ideia de quanto eu rezei por isso… não faz ideia de como eu te amo…" — disse, com a voz ainda embargada, sem conseguir conter as lágrimas.

Antes que Sofia pudesse responder, a porta do quarto se abriu e a equipe médica entrou, rapidamente começando a verificar os sinais vitais de Sofia. Eles fizeram perguntas para avaliar seu estado, enquanto Natália observava, ainda com os olhos marejados, sem soltar a mão de Sofia.

— "Ela está respondendo bem" — disse um dos médicos, sorrindo para Natália. — "Vamos monitorá-la de perto, mas parece que ela está estável agora."

Natália respirou fundo, sentindo pela primeira vez em dias um peso ser retirado de seu peito. O medo de perder Sofia começava a se dissipar, mas o alívio foi tão grande que suas pernas tremiam.

Quando a equipe médica finalmente deixou o quarto, Natália voltou a se sentar ao lado de Sofia, ainda segurando a mão dela. Sofia olhou para ela, os olhos um pouco mais focados agora.

— "Nat… o que aconteceu?" — Sofia perguntou, a voz ainda rouca.

— "Você sofreu um acidente, meu amor. Foi grave. Você… você estava em coma, mas agora está aqui, comigo." — Natália respondeu, sua voz ainda tremendo, mas cheia de amor. — "Eu fiquei com tanto medo, Sofi. Tanto medo de te perder."

Sofia tentou sorrir, mas estava muito fraca. Ela apenas apertou a mão de Natália de volta, um gesto que dizia tudo.

— "Eu... eu nunca te deixaria…" — Sofia murmurou, com esforço.

Natália inclinou-se e beijou Sofia novamente, dessa vez nos lábios, sentindo o gosto salgado de suas próprias lágrimas misturado com o alívio indescritível de ter Sofia de volta.

Enquanto o sol começava a se pôr lá fora, preenchendo o quarto com uma luz suave e dourada, Natália não soltou a mão de Sofia nem por um segundo. Sabia que, de agora em diante, tudo seria diferente. E, finalmente, depois de dias de agonia, ela podia sorrir novamente.
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Deu tudo certo!! 🥹❤️

Gente todos sabem que STALIA é um casal que gostamos muito mas sabemos que ambas são amigas e não namoradas mas independente de serem ou não somos fã das meninas!!
A Natália está junto com a Marcella Rica e sempre torcerei pela felicidade dela!!

A fic é totalmente uma ficção e não vou me abalar por conta de comentários de crianças que não fazem nada e nem sabem como vieram a mundo!!

Não esqueçam da estrelinha e de comentar o que estão achando da fic! ⭐️

Até mais 👋

Sob a Luz dos RefletoresOnde histórias criam vida. Descubra agora