Preço de um recomeço #Wattys2016

Prologo

Brasil, Janeiro de 2011.

- Heloisa Sanches Carvalho.

O Dr. Jorge Rangel, ginecologista obstetra, me chama e eu entro em seu consultório.

Minha consulta estava marcada para as 15hrs, mas a recepcionista do consultório me ligou logo cedo pedindo para comparecer antes, pois havia uma desistência. Liguei para meu marido, Ricardo, para avisar, mas ele disse que não poderia ir junto, pois ele tinha uma reunião naquele horário. Fiquei decepcionada, mas ele tem sido tão atencioso comigo nessas ultimas semanas, desde que descobrimos que seriamos pais, que dei um desconto.

- Como vai mamãe? - me pergunta o Dr. Jorge, já um grande amigo da família.

- Vou bem Dr. - Digo sem muita convicção. - Mas tenho sentido algumas dores no pé da barriga.

- Geralmente é normal. Mas vamos ver como está esse bebê. - Diz ele em tom brincalhão.

Ele pede para que eu o acompanhe até a sala de exames. Sento-me na mesa de ultrassom e começa o exame. Logo ele está com cara de preocupado. Termina e pede para que eu me limpe e volte ao consultório.

- Bem Heloisa, você está com 12 semanas. - diz ele - Mas sua gravidez pode estar correndo algum risco, eu sugiro que você descanse bastante e não faça esforços. Cuidado com emoções fortes, pois pode ter impacto em você também.

Assenti, ele me passou mais algumas recomendações e voltei para a empresa para trabalhar.

Trabalho na área de Recursos Humanos de uma empresa de reciclagem de material hospitalar no centro da cidade de São Paulo, cidade onde moro desde que me conheço por gente.

Pouco depois do almoço não me sinto muito bem, peço saída e vou embora.

Assim que entro em casa, escuto um barulho estranho vindo do quarto. Coloco minha bolsa no sofá e sigo na ponta dos pés até o som.

Abro a porta do quarto num solavanco. O que eu vejo ali me faz arregalar os olhos, ponho a mão na boca para segurar um grito de horror, mas é em vão, e minha respiração começa a ficar irregular.

- O que é isso? - Solto um grito.

Depois disso, tudo foi um borrão.