89. If it was not my cousin uh...

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Desculpa amor, mas agora não. Silenciei a chamada e voltei a colocar o celular em meu bolso.

Olhei para frente e duas garotas me encaravam. Ótimo, era tudo o que queria. Coloquei o capuz e abaixei a cabeça, saindo dali o mais rápido possível.

Assim que cheguei em frente a minha casa olhei para todos os lados e pensei na possibilidade de fugir, pegar o primeiro ônibus da rodoviária e sair sem destino, fugir para o lugar mais longe possivel.

Respirei fundo e comecei a caminhar em direção a porta, pude escutar meu pais conversando, ou melhor, gritando dentro de casa. Abri a porta devagar e encontrei meu pai e minha mãe discutindo.

- Filha! - minha mãe veio correndo e me abraçou, a única coisa que fiz foi ficar parada, não tive nenhuma reação. Ela se afastou de mim e colocou as mãos em meu rosto - Você está bem? Aconteceu alguma coisa com você? - ela perguntou e eu ri.

- Aconteceu, você já ouviu falar em arrependimento? Então, eu me arrependi de ter vindo para o Brasil - falei e sorri falso desviando dos dois e indo em direção as escadas, subi correndo e entrei em meu quarto, trancando a porta em seguida.

- A CULPA DISSO É TODA SUA, POR QUE VOCÊ TINHA QUE FAZER AQUILO? - escutei minha mãe gritar e fechei meus olhos me jogando na cama.

- MINHA CULPA? É ISSO MESMO? NOSSA FILHA FAZ TUDO ISSO E VOCÊ DIZ QUE A CULPA É MINHA? - meu pai gritou de volta. Levantei-me e peguei meu celular, cinco ligações não atendidas, todas da Lauren. Joguei o celular em cima da cama e fui em direção ao banheiro. Despi-me lentamente e entrei no box, liguei o chuveiro e fiquei parada, apenas deixando a água gelada entrar em contato com minha pele.

Quando esse pesadelo vai acabar? Quando eu vou acordar lá em Los Angeles, virar para o lado e ver a Lauren dormindo em meus braços?

- CAMILA SAI DESSE QUARTO AGORA! - escutei batidas fortes na porta e fui despertada de meus pensamentos. Meu pai estava quase quebrando a porta, e eu acho que se eu não saisse era exatamente isso o que ia acontecer.

- ESTOU NO BANHO - gritei e terminei meu banho. Coloquei uma roupa confortável e peguei meu celular. Mais três chamadas da Lauren, resolvi que falaria com meus pais e depois ligaria para ela. Abri a porta e desci as escadas, encontrando meu pai e minha mãe sentados no sofá - Oi - falei e imediatamente os dois olharam para mim.

- Nós vamos jantar na casa da sua avó hoje. E eu não quero saber dessas suas gracinhas. se alguém te perguntar alguma coisa você vai negar, e se insistirem você diz que ela te forçou a fazer alguma coisa - meu pai falou se aproximando de mim e eu revirei os olhos.

- Tente não entrar nesse assunto filha, dê todas as desculpas possiveis e não fale sobre essa garota com eles - minha mãe falou, um pouco mais calma que meu pai, vindo em minha direção.

- Não se preocupem, eu não vou estragar a ''familia perfeita'' de vocês, na verdade essa familia nunca existiu, ou melhor, antes de eu nascer ela existiu - falei sorrindo sínica e me virei para subir as escadas - Vou me arrumar e já desço - falei e corri em direção ao meu quarto. Coloquei uma saia curta, uma blusa meio solta e um salto, peguei minha bolsa e desci as escadas e encontrei meus pais conversando - Eu vou sair com meus amigos hoje, tudo bem? - perguntei e minha mãe olhou para me pai, ele me olhou e respirou fundo.

- Tudo bem, só não volte muito tarde - como a casa da minha avó era perto da nossa fomos a pé mesmo, eu estava um pouco mais afastada de meus pais. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Lauren.

Camila: Amor eu estou bem, não pude falar com você mais cedo, e não sei se conseguirei agora, mais tarde eu te ligo. Te amo, beijos.

Voltei a guardar meu celular e logo chegamos. Assim que entrei pela porta a atenção veio toda para mim, minha avó veio praticamente correndo para me abraçar. Cumprimentei meus primos, meus tios e meu avô. Pude notar alguns olhares estranhos, vindos de todos. Minha priminha agarrou minhas pernas e não queria mais me soltar, a peguei no colo e comecei a conversar com ela enquanto estávamos sentadas no sofá.

- Mila sabia que a tia Jessie está vindo nos ver amanhã? - ela perguntou e eu assenti sorrindo.

- Eu falei com elas esses dias, Bê - falei e ela abriu um sorriso enorme.

- Você viu o Lucas? - ela perguntou e eu assenti - Como ele tá? 

- Ele ta ótimo, e está morrendo de saudades de você - falei e ela sorriu com os olhinhos brilhando. Minha prima é tão fofa, ela não desgruda de mim por nada no mundo, nem sempre isso é bom, porque ela ta sempre me alugando, mas enfim, não sei o que as crianças veem em mim, porque todos os meus primos mais novos me amam.

- Bê, sua mãe ta te chamando - olhei para o lado e vi meu primo, Troy nos olhando, ele era um ano mais velho do que eu, e nós tinhamos uma relação boa até, mas não nos falávamos muito. Betina saiu de meu colo como um furacão e correu em direção á cozinha - Juro que se você não fosse minha prima eu te pegava, você ficou muito gostosa - ele falou sentando ao meu lado e eu ri, lhe dando um tapa no braço.

- Olha quem fala, aposto que chovem garotas em cima de você - falei e ele sorriu.

- Mais ou menos - ele falou sorrindo convencido - Você precisa me contar essa história de que você está namorando a Lauren Jaur... - tampei sua boca antes que ele terminasse de falar.

- Aqui não, por favor, vamos dar uma volta e eu te conto tudo - falei e ele assentiu. Fui até a cozinha e avisei a todos que nós iriamos caminhar, minha prima resolveu vir conosco. Graças a mim ela virou Laurengirl, ou seja, ela já deveria saber de tudo, Ela tem 13 anos, e é a prima com quem eu mais converso.





Can You Be My Nightingale - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora