wild flowers and mint soap

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Quando eu acordei na manhã seguinte, por mais que tivesse as costas um tanto doloridas, foi confortador ver que eu não estava em nenhuma posição constrangedora. Soltei um suspiro de alívio ao ver Jungkook no colchão ao lado, deitado de formaengraçada, reto como uma porta, de braços cruzados, pernas esticadas e a boca entreaberta.

Ele ressonava tranquilamente, como um filhotinho de cachorro, e eu sorri porque adorava vê-lo assim, relaxado.

Mas não podia ficar observando-o para sempre.

Levantei com muito custo, sentindo minhas costas latejarem e lamuriando ao caminhar até o canto do quarto onde havia deixado a mochila. Puxei o zíper, que fez um barulho alto, e Jungkook resmungou algo que entendi como "Eu odeio esse filme, Taehyung". Perguntei-me que tipo de coisa ele sonhava para resmungar aquilo, mas logo dispersei o pensamento e rumei para o banheiro, com uma muda de roupas, sabonete e minha caixinha de escova de dentes.

O corredor estava vazio mas eu podia ouvir alguns barulhos vindo da cozinha então imaginei que Yeojin já estivesse acordada.

Tomei um banho rápido, troquei-me, escovei os dentes e então voltei ao quarto, guardando minhas roupas sujas em uma sacola dentro da mochila, lembrando a mim mesmo de lavá-las assim que chegasse em casa.

Chequei Jungkook uma última vez e ele havia mudado de posição. Estava de lado, agarrado ao travesseiro que eu havia usado para dormir, com um sorriso fofo nos lábios. Dei uma risadinha, saindo e fechando a porta em um baque quase inaudível.

Jungkook estava dormindo e eu não realmente precisava ir pra casa agora, muito menos faria isso sem me despedir. Isso não significava que tinha de ficar trancado no quarto como um inútil, ainda mais sabendo que a mãe de Jungkook estava acordada, aparentemente fazendo algo em que eu talvez pudesse ajudar.

- Jeon Yeojin-ajumeoni? - chamei timidamente, mas ela não estava na cozinha, por mais que em cima da mesa houvesse um enorme prato de panquecas com algumas prováveis combinações de cobertura espalhadas ao redor, como calda de chocolate, de caramelo, de morango, açúcar.

- Jimin-ssi! - Ela saiu de uma das portas do corredor contrário ao quarto de Jeon, sorrindo de um jeito bonito e me fazendo, finalmente, perceber, que seus dentes pareciam os de Jeon. - Pode me chamar de Yeojin, querido, não se preocupe. - Aproximou-se, enxugando suas mãos em uma toalha. - Espero que goste de panquecas! Eu normalmente faço kimchi de manhã ou mesmo sanduíches, mas o Jungkook adora panquecas então...

- Eu nem lembro a última vez que comi uma panqueca. - Sorri e ela me observou, esperando que continuasse. - Eu moro sozinho, sabe? Sem mimos da mamãe. Eu sou um desastre cozinhando algo além de arroz. - Ri.

- Ah, querido. - Uniu as sobrancelhas, aproximando-se de mim. - Enquanto eu estiver aqui, você vai ter uma mãe, tudo bem? - Juntou as mãos antes de me dar um tapinha amigável no ombro.

Assenti, sorrindo ainda mais. Ela afastou-se, voltando pela mesma porta de onde havia saído. Perguntei-me se deveria segui-la ou não mas ela voltou antes que eu pudesse responder a mim mesmo. Carregava um punhado de roupas que exalavam um doce perfume floral e jogou-as em uma das cadeiras da cozinha.

- Você quer ajuda?

- Não precisa, meu anjo. - Sorriu e então uma expressão curiosa tomou seu rosto. Pegou uma das roupas, dobrando-a com cuidado excessivo. - Sabe, o Jungkook fala muito mesmo de você. É sério! Ele não costumava falar tanto de alguém. Nem mesmo do Taehyung... - Ela encarou-me com desconfiança e eu arregalei os olhos, levando o polegar a boca e começando a mordiscá-lo.

- Isso é... Ruim?

- É ótimo! - Ela riu, dobrando uma camiseta branca enorme e desgastada. - Fico feliz que você goste dele tanto quanto ele gosta de você.

Na verdade, eu gosto dele mais do que ele gosta de mim.

Bom, isso não vem ao caso.

- Você pode levar essas roupas para o Jungkook? - estendeu-me uma pilha pequena, com no máximo três peças. - E acordá-lo também? Diga que vamos tomar café!

Murmurei um "claro" e peguei as roupas de suas mãos, seguindo até a porta do quarto de Jungkook. Tentei abrir a porta com a mão esquerda mas não consegui. Franzi o cenho, passando as roupas para a mão direita em um gesto desajeitado que fez uma das peças caírem da minha mão.

- Droga. - Abaixei-me como pude para pegar e meus olhos se arregalaram ao aproximar a peça do meu rosto ver do que se tratava.

Uma cueca.

Uma cueca do Jungkook.

Paralisei por um momento e inspirei fundo, analisando a situação em que me encontrava.

A droga da cueca dele tem um cheiro bom.

Cheiro de flores silvestre e algo que imaginei ser menta.

Provavelmente aquele sabonete que ele tinha no banheiro.

Meu Deus, eu estou falando de uma cueca.

De uma droga de uma cueca!

Eu estava tão em choque que o clique da porta tirou-me parcialmente do transe em que me encontrava mas eu só percebi o quão vergonhosa era a situação quando vi que Jungkook me encarava, ainda com a mão na maçaneta, parecendo tão paralisado quanto eu.

- Jungkook-ah!

O susto me fez derrubar a peça novamente e, ao me abaixar para tentar pegá-la, derrubei todas as outras roupas da pilha, desfazendo o trabalho que Yeojin tivera ao dobrá-las.

- Caramba, droga... - Apanhei todas de uma vez, apertando-as contra meu peito e não me esforçando para retirar os cabelos dos olhos quando subi para encontrar o olhar de Jungkook novamente. Mesmo assim, eu podia vê-lo.

E Jungkook surpreendeu-me novamente. Porque ao invés da expressão de nojo ou susto que eu esperava encontrar, ele me encarava divertido, com um sorriso ladino de canto de lábios. Ergueu o rosto, encarando-me de cima.

- Não é o que você tá pensando! - exclamei, exasperado.

- Não estou pensando nada, Jiminie... - Ergueu as mãos e eu quis esmurrá-lo por aquela expressão de falsa inocência. - Só que...

- Termine esta frase e eu nunca mais olho na sua cara em toda a minha vida. - Abaixei o olhar, constrangido demais para continuar encarando-o.

- Só ia perguntar se você teve uma boa noite. - Riu, fazendo-me grunhir, ainda de cabeça baixa.

Mesmo assim, senti sua aproximação. Ele puxou minha mão onde o band-aid estava e tocou com a sua própria, dando um beijo no topo de meu mindinho e então levando o rosto até meus cabelos.

- Mas quer saber? - suspirou contra minha testa, fazendo os fios de minha franja mexerem-se um pouco. - Eu gosto do cheiro do seu cabelo. - Inalou uma vez, fortemente, e afastou-se sorrindo, piscando antes de sair de minha vista e trancar-se no banheiro, deixando-me com cara de tacho no corredor e o rosto tão quente que, se me estourassem ovos na cabeça, eles provavelmente fritariam.

Talvez seja uma ótima hora para mudar de galáxia, Park Jimin.

Você tinha mesmo que fazer besteira.

xx

POXA MARUA SOME ESSE TEMPO TODO E VOLTA COM ESSE CAPÍTULO MEIA BOCA DO CARAMBA

que eu escrevi morrendo de vergonha alheia pelo jimin...... cheirando a cueca do boy......

tem justificativa pro sumiço? tem: falta de inspiração pra escrever + teclado quebrado rs

i found a guy ♡ jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora