Alden acelera a moto de forma brusca e imprudente e para evitar de cair me agarro aos seus ombros, já que não tenho a opção de ir sem tocar nele.Andamos por cerca de vinte minutos no imenso deserto que nos cerca e a distância percebo as ruínas de alguma cidade, gostaria de parar para poder visitar a cidade com calma, no entanto não estou com paciência suficiente para lidar com Alden hoje.
Quase uma hora depois e chegamos a um pequeno aglomerado de casas. Percebo que sem dúvida quem vive por aqui não passa fome como o resto do mundo, de alguma forma essas pessoas conseguiram ter um vida confortável em meio ao caos.
As casas são bem maiores que as casas do vilarejo onde vivo e até a natureza parece um pouco menos morta por aqui.
Alden diminui a velocidade da moto e segue para uma casa mais afastada e sem dúvida a maior que há no lugar. Vejo que ele não estava mentindo nem sequer exagerando.
Contornamos a casa com a moto e finalmente Alden estaciona debaixo de algumas árvores que resistem bravamente debaixo do calor escaldante que está hoje.
Desço da moto ainda deslumbrada com a casa à minha frente. Em todos os meus 17 anos nunca vi nada nem mesmo remotamente parecido com isso.
Uau.
Alden anda até mim e me observa em silêncio, como se estivesse medindo suas próximas palavras.
– O que foi? – pergunto um tanto rude não suportando mais seu silêncio.
Ele sacode a cabeça como que para dissipar seus pensamentos.
– Sua aparência está aceitável.
– O que isso quer dizer? – questiono.
Alden solta um suspiro de irritação.
– Foi um elogio.
Volto a observar sua casa.
– Sua casa é aceitável.
– Isso foi um elogio? – provoca tentando de alguma forma amenizar o clima entre nós.
Não digo nada e ele me toma pela mão e me leva para dentro da casa pela porta dos fundos. Antes de me permitir entrar, ele me encara e diz:
– Em breve será nossa casa.
Reprimo uma careta de desagrado e entro na casa assim que ele abre passagem.
.
Alden fixa seus olhos nos meus e segura minha mão direita, me apresentando oficialmente aos seus familiares como sua noiva.
– Esta é Robyn Leatherwood. Minha noiva perfeita.
Ele enfatiza tanto a palavra perfeita que todas as vinte pessoas da sala correm seus olhos por todo o meu corpo para comprovar suas palavras. Me sinto nua diante de seus olhares observadores.
Por fim, como se eu tivesse passado em algum teste importante, todos elevam suas taças e exclamam em uníssono:
– Bem vinda, Robyn Leatherwood, à família Westland!
Depois baixam as taças e tomam um gole do champanhe. Alden os acompanha um pouco depois e o sigo, mas não me atrevo a tomar o champanhe como se concordasse com aquilo, apenas molho os lábios com a bebida.
Após esse pequeno ritual, todos continuam a nos observar, como se estivessem esperando por algo...
Alden deixa sua taça sobre uma pequena mesa ao seu lado, pega a minha própria e faz o mesmo. Em seguida segura minhas mãos e me observa até perceber que eu descobri o que todos tanto esperam.
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Imperfeitos
Science FictionEm um futuro pós-apocalíptico, onde as jovens são forçadas a se casar e a terem inúmeros filhos com o intuito de "salvar o mundo", Robyn Leatherwood de 17 anos não aceita seu destino e quando fica noiva de Alden, decide que é hora de mudar seu futur...