4

155 49 24
                                    


Alden acelera a moto de forma brusca e imprudente e para evitar de cair me agarro aos seus ombros, já que não tenho a opção de ir sem tocar nele.

Andamos por cerca de vinte minutos no imenso deserto que nos cerca e a distância percebo as ruínas de alguma cidade, gostaria de parar para poder visitar a cidade com calma, no entanto não estou com paciência suficiente para lidar com Alden hoje.

Quase uma hora depois e chegamos a um pequeno aglomerado de casas. Percebo que sem dúvida quem vive por aqui não passa fome como o resto do mundo, de alguma forma essas pessoas conseguiram ter um vida confortável em meio ao caos.

As casas são bem maiores que as casas do vilarejo onde vivo e até a natureza parece um pouco menos morta por aqui.

Alden diminui a velocidade da moto e segue para uma casa mais afastada e sem dúvida a maior que há no lugar. Vejo que ele não estava mentindo nem sequer exagerando.

Contornamos a casa com a moto e finalmente Alden estaciona debaixo de algumas árvores que resistem bravamente debaixo do calor escaldante que está hoje.

Desço da moto ainda deslumbrada com a casa à minha frente. Em todos os meus 17 anos nunca vi nada nem mesmo remotamente parecido com isso.

Uau.

Alden anda até mim e me observa em silêncio, como se estivesse medindo suas próximas palavras.

– O que foi? – pergunto um tanto rude não suportando mais seu silêncio.

Ele sacode a cabeça como que para dissipar seus pensamentos.

– Sua aparência está aceitável.

– O que isso quer dizer? – questiono.

Alden solta um suspiro de irritação.

– Foi um elogio.

Volto a observar sua casa.

– Sua casa é aceitável.

– Isso foi um elogio? – provoca tentando de alguma forma amenizar o clima entre nós.

Não digo nada e ele me toma pela mão e me leva para dentro da casa pela porta dos fundos. Antes de me permitir entrar, ele me encara e diz:

– Em breve será nossa casa.

Reprimo uma careta de desagrado e entro na casa assim que ele abre passagem.

.

Alden fixa seus olhos nos meus e segura minha mão direita, me apresentando oficialmente aos seus familiares como sua noiva.

– Esta é Robyn Leatherwood. Minha noiva perfeita.

Ele enfatiza tanto a palavra perfeita que todas as vinte pessoas da sala correm seus olhos por todo o meu corpo para comprovar suas palavras. Me sinto nua diante de seus olhares observadores.

Por fim, como se eu tivesse passado em algum teste importante, todos elevam suas taças e exclamam em uníssono:

– Bem vinda, Robyn Leatherwood, à família Westland!

Depois baixam as taças e tomam um gole do champanhe. Alden os acompanha um pouco depois e o sigo, mas não me atrevo a tomar o champanhe como se concordasse com aquilo, apenas molho os lábios com a bebida.

Após esse pequeno ritual, todos continuam a nos observar, como se estivessem esperando por algo...

Alden deixa sua taça sobre uma pequena mesa ao seu lado, pega a minha própria e faz o mesmo. Em seguida segura minhas mãos e me observa até perceber que eu descobri o que todos tanto esperam.

ImperfeitosOnde histórias criam vida. Descubra agora