Estamos todos no setor de entretenimento, tentando nos distrair. Nenhum de nós precisa trabalhar hoje e não há muito o que fazer nas folgas.Keun trouxe Beth consigo e ela parece se sentir muito a vontade entre nós. Mariz está muito feliz que o filho tenha conhecido ela e estejam se dando bem, aparentemente.
– Em que setor você está mesmo, Beth? – pergunta Mariz, e aposto que ela está torcendo para que seja no mesmo de Keun.
– Estou no setor científico. Passo boa parte dos meus dias nos andares de cima, o que é bom. Aqui pode ser meio sufocante às vezes.
Mariz concorda, como se estivesse tentando agradar Beth de alguma forma.
Então ela decide que já está na hora de fazer a pergunta chave para descobrir se ela é uma boa candidata à ser sua nora, esquecendo completamente que fazem poucos dias desde que Beth soube que seu namorado estava morto.
– E quantos anos você tem?
Keun olha feio para a mãe.
– Mãe...
– Não se preocupe, Keun. – Beth põe a mão sobre a dele e no instante seguinte, Keun fica corado. – Eu tenho vinte anos.
Mariz arregala os olhos, sorrindo de orelha a orelha.
– Ah, mas que bela coincidência! Meu filho também.
Beth olha curiosa de Mariz para Keun, como se não entendesse porque é uma bela coincidência, afinal idade é apenas um número, não diz nada à respeito de quem somos.
– Beth, posso falar com você mais tarde? – pergunto antes de perder a oportunidade ou a coragem.
Todas as cabeças se voltam para mim, inclusive a de Axel, que – finalmente – teve um tempo livre nos seus dias corridos.
– Claro. Se quiser pode passar no meu quarto, fica no quarto andar. Número 87.
– Certo – digo e me levanto do sofá, pronta para sair. – Com licença, tenho que... resolver alguns assuntos.
Eles se despedem e saio logo em seguida. Assim que cruzo o corredor até o elevador, sei que Axel está me seguindo.
Entro no elevador e torço para que a porta se feche antes dele conseguir entrar, mas ele consegue ser mais rápido.
– Faz tempo que não converso você.
Evito seus olhos e me mantenho concentrada nos números do elevador.
– Sim. Parece que você anda muito ocupado no bloco azul.
– Como sabe que o meu bloco é o azul? – pergunta e eu me estico para apertar o botão do primeiro andar assim que mudo de ideia.
– Porque eu estive lá.
Axel fica tenso por um momento, porém logo disfarça e tenta fazer a pergunta despreocupadamente.
– E você chegou à ir até a minha sala?
Eu o encaro pela primeira vez.
– Como poderia? Você nem mesmo me disse que tinha uma sala só para si.
Axel suspira baixo, tentando esconder seu alívio de mim.
– Eu não achei que fosse importante. Veja pelo lado bom – diz, numa tentativa infeliz de fazer piada –, a Chelsea nunca me encontra no quarto.
– E eu também não.
Um silêncio pesado paira entre nós, e por um momento, acho que ele vai me contar o que anda fazendo, mas logo as portas do elevador se abrem e o momento se perde.
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Imperfeitos
Science FictionEm um futuro pós-apocalíptico, onde as jovens são forçadas a se casar e a terem inúmeros filhos com o intuito de "salvar o mundo", Robyn Leatherwood de 17 anos não aceita seu destino e quando fica noiva de Alden, decide que é hora de mudar seu futur...