Carta do Roman

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Querida e corajosa Robyn,

Aprendi algo com a morte, cada momento é precioso, desde os que te fazem chorar, até os que te fazem sorrir. Afinal, o que seria dos sorrisos que mostramos sem as lágrimas que choramos?

Eu não iria querer mudar nada em nossas vidas, nem mesmo a minha morte. Já estou extremamente cansado, como se o meu propósito tivesse sido realizado e agora este mundo não pertence mais à mim. Pertence à você e aos outros, então ame quem tiver que amar, faça o que tiver de fazer e sobretudo, não arrependasse. O arrependimento é amargo e muitas vezes nos impede de prosseguir.

Há um ou dois dias, vi o Axel te carregando até a caminhonete, adormecida. Você parecia em completa paz, apesar da noite turbulenta que teve. Espero que saiba que as palavras de Eve não são verdadeiras, você não é e nem nunca foi meu inferno, muito pelo contrário.

Enquanto Axel cuidava de você, percebi que era eu quem deveria estar fazendo aquilo. Como um homem que era quase um estranho se importava mais com minha irmã do que eu mesmo? Mas acho que ele não é tão estranho assim para você, não é mesmo? É esquisito dizer tudo isso em voz alta, enquanto o próprio Axel escreve essas palavras, ele vai saber que eu sei que você gosta dele. Desculpe por isso.

Pedi ao Axel que cuide de você, sei que quando eu morrer você ficará perdida e apática. Não é algo que eu deseje, mas não posso fazer muito quanto à isso, a não ser pedir aos Rhewn que afastem-a de mim em meus últimos momentos aqui.

Não esqueça de mim em suas lembranças e não esqueça dessas palavras: Eu amo você.

Com muito amor e saudades, seu irmão Rommy.

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