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Há três dias Roman têm estado mal, mesmo assim ele insiste em seguir viagem. Estamos há pelos menos dois dias de distância dos Westland, isso se eles já não desistiram de nos perseguir.

Nos permitimos relaxar um pouco, mas sabemos que estamos entrando em território hostil. Ontem de tarde encontrei restos do que se parecia com um cadáver humano, desta forma sei que estamos muito perto dos canibais.

Assim que contei a Roman, ele quis apressar o passo e isso fez sua saúde piorar ainda mais.

Eve têm cuidado do Roman enquanto eu cuido da nossa segurança. Eu mesma gostaria de cuidar do meu irmão, mas não sou tola o bastante para acreditar que eu consiga exercer duas funções e ainda manter minha saúde em um estado apropriado.

Caminhamos mais um pouco até o sol se pôr, mas não quero arriscar e decido que já é hora de parar.

Nosso pequeno acampamento fica pronto em minutos e me aproximo de Roman. Sento ao lado dele e lhe entrego alguns pedaços de maçãs e alguns de carne seca. A cada dia fico mais enjoada com nossas refeições que parecem consistir em apenas carne seca.

– Como está se sentindo? – Pergunto, ainda que a parte egoísta de mim não queira lidar com problemas.

– Sinto como se tivesse engolido uma pedra grande e pontiaguda.

Ele tenta soar engraçado, mesmo sabendo que sua situação é tudo menos isso.

– E você? – Pergunta para mim. – Seus pulmões ainda estão aguentando?

– Graças àquele remédio sim.

Eve se aproxima de nós.

– Como vamos nos proteger dos canibais nesse lugar?

– A única coisa a fazer é ficar de guarda. Eu fico no primeiro turno.

– Eu fico no segundo.

– Não, Roman. Você precisa descansar mais do que qualquer um de nós.

Meu irmão sacode a cabeça.

– Dormir não vai me curar, Robyn.

– Eu sei que não, mas vai ajudar. Não precisamos de um Roman moribundo para carregar através do deserto.

Roman sorri e acaba se rendendo.

– Eu posso ficar com o segundo turno? – Eve pergunta timidamente.

Concordo, embora parte de mim não acredite que a Bela Adormecida vai aguentar. Eve tem uma facilidade alarmante para dormir, sem contar que seu sono é o mais pesado que eu já presenciei na vida.

Roman com certeza nota minha preocupação, mas ele mesmo não pode fazer nada.

Terminamos nosso jantar em silêncio e assim que Eve e Roman se deitam para dormir, me afasto deles e sento entre as raízes de uma árvore. A noite sem dúvida será longa.

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Acordo Eve quatro horas depois e para me certificar de que ela não vai dormir fico ao seu lado por um tempo.

Eve olha para Roman a cada três minutos. Isso já está ficando estranho, ninguém se importa tanto com alguém que acabou de conhecer.

– O que há entre você e o meu irmão?

Ela me olha como se eu fosse louca, mas depois cora violentamente.

– Como assim? – Pergunta um tanto inocente.

– Não tente se fazer de boba, Eve. Desde que o conheceu você o trata como se ele fosse seu namoradinho.

– E isso é algum problema?

ImperfeitosOnde histórias criam vida. Descubra agora