O rio é refrescante perto das cinco da tarde, que é quando a temperatura começa a diminuir por causa da proximidade da noite.Mariz me convidou para vir até o rio, ela tinha que lavar suas roupas e aproveitei para lavar algumas minhas também, que estão sujas desde que essa jornada começou há mais ou menos um mês atrás.
Parece que os dias voaram.
– Terminei! – exclama Mariz animada. – Se não se importa eu vou ir estender isso no acampamento, Robyn.
– Tudo bem – concordo e olho para minha roupas. – Acho que eu vou ficar aqui por mais algum tempo. Volto assim que possível.
Mariz acena e pega suas roupas já torcidas e algumas parcialmente secas, pois estavam secando sobre as pedras do rio, e começa a caminhar para o acampamento.
Algum tempo depois, finalmente termino e me sento sobre uma das pedras secas do rio.
Durante o café da manhã, Brakko anunciou que devido a um pedido do próprio Axel, nos partiremos amanhã, e ele nos acompanhará. Parece que aceitou o convite de Louise. Estranhamente, nem mesmo Eve resolveu contradizê-lo.
Ouço o som de passos e me volto para a direção do som.
– Axel? – pergunto quando o mesmo caminha para o rio um pouco sem equilíbrio.
– Está vendo mais alguém aqui? – questiona irritado e se senta.
Começo a juntar minhas roupas enquanto Axel dobra a barra da calça e expõe um ferimento cheio de sangue na panturrilha.
Deixo minhas roupas de lado e me aproximo dele com cuidado, já que ele está com um humor terrível hoje.
– O que houve com você?
– Não aconteceu nada – responde enquanto joga água no ferimento, que pouco a pouco diminui o sangramento.
– Não é o que parece – comento.
Axel para de cuidar do ferimento e me observa ainda enervado.
– Por que não pega suas coisas e não sai daqui? Caso não tenha notado, eu quero ficar sozinho.
Me afasto dele e tento não me importar, afinal por que ele está descontando a sua raiva em mim quando a única coisa que eu fiz foi me preocupar?
O quê? Eu me preocupei com o Axel? O que está havendo comigo?
Chego ao acampamento, mas tudo continua normal, então é provável que ainda não saibam sobre o que houve com o Axel.
Deixo minhas roupas na caminhonete e vou atrás de Mariz.
Encontro ela perto do centro do acampamento, parece estar decidindo o que jantaremos hoje.
– Mariz – chamo-a em voz baixa para que só ela ouça.
Mariz se volta para mim e sorri.
– Ah, que bom que você voltou, estou precisando de ajuda para escolher o que vamos jantar hoje...
– Mariz, eu não vou poder ajudá-la – interrompo-a. – Eu preciso voltar para o rio.
– Mas está tarde, Robyn.
– Eu sei. Mas é importante, então, você sabe onde tem uma agulha?
Ela aperta os olhos em desconfiança.
– Posso saber porque você precisa de uma agulha?
No auge da minha irritação e já querendo deixar Mariz falando sozinha, digo apenas:
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Imperfeitos
Science FictionEm um futuro pós-apocalíptico, onde as jovens são forçadas a se casar e a terem inúmeros filhos com o intuito de "salvar o mundo", Robyn Leatherwood de 17 anos não aceita seu destino e quando fica noiva de Alden, decide que é hora de mudar seu futur...