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De alguma forma, Brakko o motorista da caminhonete, consegue fazer com que o veículo atravesse uma pequena floresta para ficarmos protegidos em seu interior durante a noite.

Todos desembarcam, exceto eu.

Ouço várias vozes desconhecidas e a tagarela Louise. Eles caminham próximos de onde estou e vejo três adultos me observando, uma mulher que parece uma versão mais velha de Louise se apresenta:

– Olá, meu nome é Mariz. Está é Georgia, minha cunhada – diz e aponta para uma mulher pouco mais velha que ela, em seguida aponta para quem eu imagino ser seu marido. – E esse é meu marido, Brakko.

Brakko e Georgia tem traços parecidos, nariz grande e cabelos castanho claro, já Mariz possui cabelos loiros na altura do ombro, assim como sua filha Louise. Percebo também que claramente Brakko é uns vinte anos mais velho que a esposa, ele já tem algumas rugas e fios grisalhos.

– É um prazer conhecê-los – digo e aceno com a cabeça, é estranho eles ficarem em pé enquanto eu continuo deitada. – E... Ahn... Obrigada pela ajuda.

Com certeza eles percebem que não sou muito de agradecer e logo Brakko e Georgia se afastam para ajudar na montagem do acampamento.

– Você nos deu um susto e tanto – comenta Mariz, a única que permanece comigo. – O que houve?

– Nada demais, eu apenas caí de um desfiladeiro durante a chuva.

Apenas? – Ela sorri como se tivesse capturado minha mentira no ar. – E mesmo assim conseguiu andar?

– Acho que a vontade de encontrar meu irmão era mais forte que a dor – falo tentando fazer pouco caso.

– Ah, é claro.

Mariz parece querer perguntar mais alguma coisa mas logo desiste, se vira para o lado e chama alguém com um sinal de cabeça.

Logo dois jovens se aproximam de nós, uma garota e um garoto, Louise os acompanha.

– Esses são meus filhos. Creio que já conhece Louise? – Aceno afirmativamente, então ela apresenta a garota. – Está é minha primogênita, Chelsea de 21 anos e este é meu único menino, Keun de 20. Desculpe a pergunta, mas quantos anos você tem?

Ela passa a mãos sobre as cabeças dos filhos e ambos tentam se afastar da sua demonstração de afeto.

– Tenho 17.

– Tão nova? – pergunta parecendo ponderar sobre algo.

– Por enquanto – respondo e ela sorri novamente.

– Então, Keun e Chel concordaram e ceder a barraca deles para você ficar mais confortável e se recuperar melhor.

Os irmãos olham para a mãe como se ela estivesse falando um absurdo.

– Não tem problema – tento intervir –, posso ficar por aqui mesmo.

– Oh, ela não é uma graça, filho! – Exclama um tanto entusiasmada demais e dá uma cotovelada em Keun que fica envergonhado.

– Desculpe por isso – Keun se pronuncia pela primeira vez. – Minha mãe acha que já que não conseguiu achar um noivo para Chel, vai conseguir achar uma para mim.

Mariz olha para o filho e parece irritada por ele estragar seu plano não tão mirabolante.

– E você realmente deveria ficar na nossa barraca, parece que está precisando muito.

Chelsea concorda com a cabeça e diz:

– Nosso pai disse que seria melhor ficarmos por aqui durante um tempo, é um bom lugar e tem um rio aqui perto, sua recuperação será mais acelerada se não se mover muito, o que seria quase impossível na traseira de uma caminhonete.

ImperfeitosOnde histórias criam vida. Descubra agora