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A notícia de que o Axel acordou, foi muito mais do que bem vinda. Isso aumentou o ânimo do grupo na hora de procurar suprimentos.

Infelizmente, antes do almoço, não encontramos quase nada. Algumas latas de alimentos conservados foram encontradas em um velho armazém. Com o mapa que temos, não estamos nos preocupando tanto com comida, nosso maior foco é o combustível para a caminhonete.

Depois do almoço, tiramos algum tempo para descansar, embora a cidade não seja tão grande, é cansativo ter que procurar dentro de todos os prédios e casas arruinadas.

Brakko disse-nos que acamparemos em alguns lugares que, de acordo com o mapa, poderemos nos alimentar basicamente de caças e isso já torna a busca por comida menos intensa.

Termino meu almoço e me levanto, pronta para levar o almoço do Axel, quando Chelsea se aproxima de mim, um pouco hesitante e para ao meu lado.

– Oi, Robyn.

Estranho sua repentina interação comigo, afinal, de todos os Rhewn, Chelsea é a pessoa que eu menos procuro e vice-versa.

– Olá, Chelsea.

Pego uma vasilha, onde já separei a comida de Axel, uma garrafa de água e começo a caminhar até a barraca. Chelsea me segue.

– Ei, ahn... eu estive pensando, se você quiser eu posso cuidar do Axel.

Pega de surpresa, paro de repente. Me volto para Chelsea esperando ter ouvido errado.

– Cuidar?

Ela está com um olhar de culpada, como se tivesse ou fosse fazer algo de errado.

– Você deve estar cansada. Pode descansar um pouco antes de sairmos novamente.

– Acho que estamos todos cansados.

Ela concorda com um breve aceno de cabeça e pega a vasilha e a garrafa de Axel das minhas mãos.

– Mas não tanto quanto você.

Permito que Chelsea se afaste, pois mesmo que eu insista em pensar que tudo está bem e sobretudo, normal, depois que Axel e eu nos beijamos, me sinto ligeiramente mais estranha perto dele.

Não me aproximei mais do Axel depois de levar seu café da manhã e mesmo nessa ocasião, quase não falei. Ele sabe que têm algo acontecendo, porém, felizmente, não tocou no assunto.

Vou para a caminhonete de Brakko, onde Keun também está descansando. Ele está deitado no banco de trás, reclino o banco ao lado do motorista e me deito também.

– Chelsea? – Keun pergunta de olhos fechados e com um dos braços cobrindo o rosto.

– Hum, não.

Ele afasta o braço e abre os olhos para me observar.

– Achei que você estava na barraca.

– Chelsea está na barraca.

Keun franze a testa e volta a fechar os olhos.

– Aconteceu alguma coisa entre vocês?

– Entre nós? – pergunto, não entendendo bem à que Keun se refere exatamente.

Fecho os olhos contra a luz forte do sol e em seguida ouço Keun suspirar.

– Você passava mais tempo com o Axel quando ele estava desacordado, e agora... – Ele deixa as palavras pairarem no ar como poeira.

– Eu estou me sentindo desconfortável perto dele.

Ouço a risada leve de Keun.

– Eu pensava que você sempre sentia isso perto dele. – Era para soar como uma brincadeira, mas não vejo a mesma graça que Keun vê, aparentemente. – Então, qual o motivo do desconforto?

ImperfeitosOnde histórias criam vida. Descubra agora