Isso Que Eu Quero Que Você Faça!

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- Você está sangrando.

Justin murmura depois de estarmos os dois fora da sua moto em frete a minha casa, posso ouvir Mingau latir, ele está enorme e quase me derrubou no chão quando cheguei aqui, suspiro e abaixo a minha cabeça olhando meus joelhos, eu estava mesmo sentido uma ardência naquela área e nas palmas das minhas mãos, o sangue está correndo pelas minhas panturrilhas, não é muito, mas ainda sim é sangue. Ótimo.

- Está tudo bem, eu vou resolver isso.

- A culpa é minha, eu resolvo isso.

Eu olho para cima e por um momento nossos olhos se encontram, não vejo mais sua expressão irritada, agradeço por isso.

- Está tudo bem.

Sussurro retirando parte do meu cabelo dos olhos, Justin bufa e me surpreendo quando sinto meu corpo ser erguido pelos seus braços, abraço seu pescoço e vejo ele entrar em casa sem dificuldade, sei que Ashley passou por aqui a alguns minutos, não sei se ela já dorme ou não, mas não ligo muito.

A casa está escura, apenas a luz do quintal ilumina parte da cozinha e da sala, assim não sinto medo de Justin tropeçar em algo e me levar para o chão novamente. Ele sobe as escadas e adentra meu quarto também escuro, acende a luz com facilidade me levando até meu banheiro, em seguida deposita meu corpo no mármore frio do lavatório, Justin se afasta e começa a abrir as gavetas do pequeno armário, permaneço calada o vendo pegar algodões e um dos meus frascos de perfume.

- Justin, isso não...

- Quietinha.

É tarde para falar alguma coisa, ele já espirrou o perfume na área dos meus joelhos, em seguida passando o algodão, seguro meu grito e a vontade de estapear seus ombros, minhas mãos já estão machucadas o bastante de mais para proferir tal ato.

- Sinto muito, anjo, eu não achei álcool.

Suspiro secando as lágrimas que se juntaram nos meus olhos, não que eu esteja chorando, mas a ardência somente piora.

- Você pode sair? Eu quero tomar um banho.

Murmuro baixinho e Justin assente jogando os algodões sujos de sangue no lixo, saindo do banheiro e fechando a porta logo depois, desço com cuidado retirando minhas botas de cano baixo, em seguida meu short, regata, camisa e roupas íntimas, assim como meus acessórios, prendo meus cabelos e ligo o chuveiro me deliciando e novamente prendendo o grito pela ardência maior que se fez nas minhas mãos e joelhos, posso ver o sangue um pouco seco se esvair da minha pele me deixando limpa.

É uma sensação maravilhosa tomar banho na sua própria casa, onde você não corre o risco de pegar uma infecção, ou de invadirem seu espaço, de ouvir brincadeirinhas idiotas sobre seu corpo, ou talvez de cortarem seu cabelo a força enquanto está apenas lavando o mesmo. Eu nunca contei a ninguém sobre o meu cabelo curto no primeiro ano, talvez eu nunca conte, não precisam ouvir nada disso, estou em casa agora.

Depois de uns certos minutos lá dentro eu saio do banheiro enrolada na minha toalha, não vejo Justin no meu quarto, mas também não ouvi o barulho da sua moto, não sei se ele foi embora, mas não me preocupo com isso, largo a toalha sobre a poltrona, coloco uma calcinha qualquer e minha camisola de cor rosa, em seguida solto meu cabelo e me deito na minha cama confortável, agradecendo novamente por estar de volta aqui.

[...]

Acordo assustada sentido que alguém me sacode levemente, quando você fica muito tempo em um presídio, você passa a se assustar com absolutamente tudo. Me sento devagar no colchão macio evitando a dor de cabeça, é Justin, ele me encara de uma maneira que eu não consigo decifrar, olho para o pequeno relógio em formato de coração que Claire me deu de presente, o mesmo marca quase cinco da manhã .

Trust Me [Jelena] Onde histórias criam vida. Descubra agora