Porcelana - A Promessa Escondida (Completo)

Cap. 3: Propostas Intrigantes

Trailer super incrível feito pela fantástica Stytompaylikran!!! Espero que adorem tanto quanto eu (sério, quase morri de amores quando vi)!!! *-*

Bjsss, boa leitura!!!

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Sentia-me esgotada quando retornei ao quarto, mais mental do que fisicamente. Aliás, no sentido de fisicamente, eu andava péssima também: mesmo com toda aquela comida que me disponibilizavam, o apetite faltava e eu continuava como um esqueleto vivo. Talvez estivesse com anemia, até. Bem, pensei, tanto faz. Afinal, se minha vida nem valia a pena, para que preservá-la?

Enquanto caminhava pelo corredor que levava aos dormitórios, percebi que a porta de meu quarto estava aberta. Novamente. Arqueei as sobrancelhas, intrigada, pensando ser Lucca outra vez. Imaginei que ele demoraria para voltar...

Lentamente, empurrei a porta, dando de cara com a pessoa que evitara a noite inteira:

- Oh! Você chegou! - exclamou Madame Tréville, com seu sotaque forte demonstrando seriedade.

Não nego que fiquei assustada com sua presença ali, mas evitei demonstrar. Apenas fiquei parada a uma distância segura do lugar onde estava (sentada na cama), e expressei meu descontentamento com sua presença:

- Madame Tréville? O que está fazendo em meu quarto?

Ela piscou, os longos cílios cintilando sob a iluminação forte, e levantou-se.

- Preciso falar com você. Um assunto urgente. - andou até mim, que desviei de seu caminho, e fechou a porta.

- Madame, creio que Luigi não ficaria satisfeito em vê-la aqui. Ele arranjaria problemas com a Senhora e...

- Isto não tem nada a ver com a Sociedade. Quer dizer, tem sim, mas... é de outra forma. - seus olhos fixaram-se nos meus - quero te explicar o que eu vim fazer aqui.

Arregalei os olhos, ainda incrédula, e continuei parada. Esperei que continuasse, e ela o fez:

- Alessa, eu sei que você provavelmente está desconfiada de mim por eu ser uma Fundadora, mas, deixe-me lhe contar um segredo: - ela curvou-se para perto, de maneira teatral, e sussurrou: - eu não faço parte da Sociedade de verdade.

Arquejei, sem conseguir evitar, e afastei-me ainda mais, colando as costas à porta. Olhei em volta, em busca de olhos mecânicos de câmeras de vigilância, praticamente sentindo a dor que os punhos de Luigi provocariam em meu rosto, assim que as verificasse.

- Como você pode falar algo assim?! - exclamei, deixando o medo dominar meu lado racional - eles estão em todo lugar, nos observando, e agora com certeza vão...

- Acalme-se! - ela exclamou, de repente, voltando a se aproximar - uma das primeiras coisas que você precisa saber, é que não há câmeras aqui dentro!

Parei outra vez, procurando por seus olhos. Eles pareciam sinceros, embora fosse fácil fingir sinceridade em um lugar como aquele.

- Ah, é? - perguntei, arqueando uma sobrancelha.

Madame Tréville assentiu, levantando as mãos de maneira pacífica. Queria mostrar que não me faria mal algum, mas eu sabia que as pessoas podiam facilmente virar a casaca.

- Sim, sim. Como aqui é uma sede importante da Sociedade - explicou calmamente - onde acordos fundamentais são feitos, e pessoas importantes se hospedam, jamais permitiriam que tal lugar fosse monitorado desta forma. Descobrimos isso há poucos meses, na investigação.