Cap. 22: Data Marcada (Parte II: Relações)

4.2K 604 77
                                    

Bela capa na multimídia feita por MusikLy. Eu amei!!! ♡

Bjsss, boa leitura!!!



Desde que Lucca invadira meu quarto, eu andava nervosa e estressada. Quer dizer, mais do que antes da visita, pelo menos. Agora que havia um enorme cronômetro imaginário sobre minha cabeça, respirar tornava-se difícil, e eu ficava cada vez mais desesperada por agir.

Só que, de acordo com Tréville, cada passo tinha que ser minuciosamente calculado, e ansiedade seria apenas um empecilho (resumidamente, a investigação estava com problemas para andar).

E, para piorar (ou melhorar, dependendo do ponto de vista), havia Ônix. Meu doce artista, sempre na torturante companhia de Thereza, que me dirigia sorrisos discretos e olhares tristes. Desde o dia em que o encontrara no estúdio, pouco tempo antes, não tivera mais chance de vê-lo. Meu coração estava aliviado e angustiado ao mesmo tempo.

Então, em um dia que eu torcia para não ficar pior, ouvi uma batida na porta do quarto. Franzi as sobrancelhas, pois ninguém ali batia antes de entrar. Levantei-me da cama, escondi o diário de Avril sob o colchão e andei até a entrada (não para abrí-la, pois estava trancada por fora).

- Quem é? - perguntei, tentando entender a situação.

- Seu noivo, perfeição. - uma ânsia de vômito tremenda me dominou, além de uma moleza nos joelhos.

O que Luigi queria no meu quarto? Só de pensar naquilo, tinha vontade de pular a inexistente janela.

- O que quer? - perguntei, sem saber o que mais poderia falar.

Como resposta, houve apenas uma risada e um múrmurio, e a seguir estávamos cara a cara.

- Bom dia, Alessa. - disse o demônio ruivo, os cabelos penteados para trás e um sorriso convencido nos lábios.

- Dia, apenas. - respondi, com um tom de voz medido, e encarei-o atentamente.

Caso tentasse fazer algo comigo naquele cômodo, não haveriam muitas alternativas, mas eu certamente poderia quebrar o candelabro da cabeceira em sua cabeça. Não hesitaria um único segundo ao fazê-lo, além disso.

- Nossa, pelo jeito, a lição que lhe dei não surtiu muito efeito. Quer outra? - seu sorriso apenas se expandiu, e pude perceber que não havia cheiro de tabaco no ar daquela vez - Eu...

Ele percebeu que eu estava, lentamente, me afastando. Algo cintilou em suas irís douradas, antes que gargalhasse de maneira grave e cruel.

- Não se preocupe, eu não mordo. Quer dizer, pelo menos por enquanto... - o ruivo estava dizendo aquilo de propósito, para rir às minhas custas, e eu sabia. Só que, mesmo sabendo, não podia evitar me afastar cada vez que respirava - Bem, de todo jeito, vim somente lhe convidar para um passeio.

Quis rir na sua cara. Passeio? Ele me agredia e depois queria passear? Desejei fervorosamente que uma bomba caísse na Sociedade naquele momento, mas, como em todas as vezes que o fizera, nada aconteceu.

- Quer me levar aonde? - perguntei, sem estar curiosa de fato. Só queria tirá-lo de meu quarto, poder me afastar mais do cabeça de fogo.

Suas sardas se evidenciaram assim que, sorrindo, disse:

- Isso é uma surpresa. - o tom que utilizou não foi animador.

×××

Quando percebi para onde estávamos indo, não soube o que pensar. Estava curiosa sobre o lugar, ao mesmo tempo em que estava completamente apavorada: estávamos indo para a fábrica de porcelana, logo ao lado da mansão.

Porcelana - A Promessa Escondida (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora