Cap. 17: Recepções Calorosas

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Capa lindona na multimídia feita pela ninaeoscamaleoes. Eu adorei! ♡♡♡

Bjsss, boa leitura!!!



A garota pequena enlaçou o pescoço de Luigi e permaneceu assim por muito tempo. Consegui ouvir a euforia em sua voz conforme gritava seu nome, além de enquanto bagunçava seus cabelos ruivos já despenteados. Realmente, o cheiro de tabaco que exalava das roupas do cabeça de fogo era forte e enjoativo, mas Morgana não parecia se preocupar com isso.

- Eu não acredito que você está aqui, Lu! - exclamou, mantendo uma proximidade assustadora com o garoto.

Pegando os braços dela atrás do próprio pescoço e afastando-a, Luigi sorriu maliciosamente. Seus olhos dourados mal se detiveram na figura infantil, logo desviando para outro ponto: meu rosto. Senti uma pontada gelada e anestésica na espinha, lembrando cada detalhe da surra que me dera. A dor em meu rosto retornou com força e, apesar de cobertas pela maquiagem, as feridas recentes começaram a latejar.

A expressão alegre e maníaca do ruivo se alargou, enquanto as íris diabólicas passeavam por meu novo visual.

- Eu, realmente, tenho bom gosto. - murmurou, aproximando-se e deixando completamente de lado a garotinha de olhos brilhantes.

Um amargor subiu pela minha garganta, fazendo meus punhos se cerrarem. Gostaria que tivesse permanecido perto da prima, me deixado em paz. Na verdade, gostaria que tivesse morrido no curto intervalo de tempo no qual não havíamos nos visto.

- Morgana, esta é Alessa. - ele posicionou-se ao meu lado e pôs as longas e magras mãos em meus ombros - Minha noiva.

Não foi difícil perceber o desgosto da garota, conforme seu sorriso gigantesco foi desvanescendo. A proximidade do demônio ruivo, que tanto lhe era agradável, simplesmente fazia meu sangue ferver.

- Ah. Que bom conhecê-la. - a tal disse, não se dando ao trabalho de fingir alegria.

Bom, porque eu também não estava afim de abraçá-la.

- Morgie, você tem que conhecer mais uma pessoa! - Thereza exclamou, agarrando o braço da prima - Ônix, meu amor! Venha cá!

O artista provavelmente estava a caminho do local, pois ouviu seu chamado e não tardou em aparecer. Quando surgiu através da cozinha, também acompanhado por um funcionário, a expressão séria e levemente desolada, seus olhos cravaram-se em mim. Mais precisamente, no que haviam me transformado.

- Esse é o meu bambolotto, Morgie! - Thereza exclamou, quebrando o clima magnético entre Ônix e eu.

Ela agarrou o tronco do artista com possessividade, como se ele fosse uma espécie de brinquedo que tivesse medo de perder. Lentamente, um sorriso falso surgiu nos lábios finos do garoto, e ele se curvou para a prima dos Mangini, utilizando o que havia aprendido na Sociedade.

- É um prazer conhecê-la. - disse, a voz robótica.

Quando ergueu a cabeça, no entanto, seus olhos retornaram a mim, intensos. Os cabelos brancos estavam perfeitamente arrumados, como se ele também tivesse acabado de passar por uma sessão "salão de beleza". Mas o seu interior, como eu podia ver pelas íris pretas e verdes, estava uma bagunça total.

- Hum, que galante! - Morgana disse, rindo logo em seguida - Escolheu bem mesmo, There.

Thereza pôs a mão no peito do artista e riu, meio que obrigando-o a fazer o mesmo. Apesar do comportamento estranho, ele a acompanhou, de maneira muito pouco animada. A ruiva, como sempre, não percebeu nada.

- Muito bem! - Luigi disse, me dando um alívio ao caminhar para o centro da sala - Hoje à noite prepararemos um banquete para recepcionar nossas visitas e, em especial, Morgana!

Os olhos da garotinha voltaram a brilhar, e ela juntou as palmas, saltitando.

- Até lá - o ruivo prosseguiu, o tom maldoso ganhando força conforme se aproximava da prima - estão todos liberados.

O pensamento de que Morgana ganharia uma recepção bem calorosa atravessou minha mente, brevemente.

×××

O funcionário emburrado que me seguia para cada canto da casa agora mantinha uma proximidade maior, provavelmente para evitar eventuais fugas. Sequer tive tempo de encarar Ônix outra vez, o que fez uma tristeza incomum crescer em meu interior. Nem parecia que fazia apenas algumas horas desde minha "escapada triunfal".

- A porta de seu quarto será trancada até o banquete. - não encarei o homem, apenas bufando e seguindo meu curso - Ordens do Senhor Mangini.

Seja lá o que Luigi fosse fazer naquela tarde, me queria bem longe. Eu tinha a leve impressão de que algo bom não seria, mas também não queria me meter e acumular mais problemas. Portanto, quando o funcionário trancou a porta por fora, tudo o que fiz foi encarar e suspirar. Esperaria até que Lindsey viesse me arrumar para o evento, e pensaria em uma maneira de conversar com Ônix. De explicar o que acontecera de manhã.

Porém, antes que eu tivesse a chance de me jogar na cama e pegar o diário em branco de Avril (no qual eu escrevia as coisas para organizar os pensamentos embolados), ouvi um barulho vindo do closet. Na hora, tive a certeza de que não era Madame Tréville ou Lindsey, pois as duas não se esconderiam para falar comigo (pelo contrário, elas inventariam uma boa história). Mesmo assim, ainda poderia ser certa pessoa, que há tempos deixara de invadir meu quarto:

- Lucca? É você? - o barulho de coisas caindo confirmou minhas suspeitas.

Abrindo a porta do armário com o rosto tão vermelho quanto os cabelos, o adulto de quase 19 anos com aparência de criança surgiu, os olhos arregalados.

- O que você está fazendo aqui? - perguntei. Ele começou a apontar o dedo para mim, como se fosse bancar o autoritário, mas eu o impedi - Não se preocupe, eu não vou contar para ninguém, seja lá o que for.

Lucca abriu a boca como se fosse falar alguma coisa, mas acabou desistindo. Abaixando a cabeça e corando ainda mais, ele ficou imóvel.

- Se não quiser sair agora, espere o momento do banquete. Eu distraio o funcionário e você corre. - sorri, tentando descontrair.

Ele me encarou e, lentamente, sussurrou:

- O-obrigado. - sua voz falhou, mas mesmo assim insistiu em continuar - Por que está sendo gentil?

Parando para pensar, com a mente e o coração repletos de angústia e problemas maiores, respondi:

- Porque eu prefiro ter um amigo do que mais um inimigo. E acredito que você seja, levemente, igual a mim: - uma interrogação formou-se em seu rosto - torturado por Luigi Mangini.

O irmão do cabeça de fogo, como esperado, não negou minha afirmação.



Oi gente!!! Desculpem pela demora um pouco maior, mas o motivo é que o Wattpad está dando uns bugs esquisitos. :/

Espero que tenham gostado do Cap, embora ele seja apenas uma introdução para o banquete que vem aí. Ansiosos? Kkkk.

Bjsss, até logo!!!

Porcelana - A Promessa Escondida (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora