Bônus: Perspectivas

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Oi gente!!! Viram a música na multimídia? Contém spoilers sobre a relação de Morgana e Luigi. :')

Bjsss, boa leitura!!!



☆Por: Morgana☆

Deitada em minha cama cor-de-rosa, no mesmo quarto no qual ficara todas as vezes em que viera visitar a mansão, encarei o teto. Eu me esforçara tanto naquele dia, para ficar tão bonita e encantadora quanto uma bambola, e mesmo assim não ganhara nada além de alguns beijos mal dados de Lu. Ele vinha ficando cada vez mais distante, cada vez mais sombrio, ainda que isso acontecesse desde a infância. Eu achava que o fato de seu posto como Fondatore Maestro estar imensamente próximo, deixava-o fora de si. Mas não tinha certeza de nada, por causa da noiva que havia escolhido.

Ah, aquela garotinha tola e pálida. Pensei, inconformada com o fato de que ela havia me vencido sem eu nem saber. Fora criada sabendo que eu e meus primos nos casaríamos com bambolas e bambolottos, mas mesmo assim não podia deixar de desejar o ruivo dos meus sonhos. Desde que tinha 8 anos, desejava ser uma bambola, para poder tê-lo. Nem deve ser tão difícil assim. Afinal, tudo o que precisam fazer é abrir as bocas para conversar e tomar uns remédios.

Virei-me de bruços, suspirando. Sabia o momento exato em que me apaixonara por Luigi, mesmo que já fizesse 10 anos. Fora quando ele me ajudou a ler pela primeira vez, sem gaguejar.

Muitos (inclusive meu pai) me chamavam de tola ou burra, por ter 8 anos e não conseguir ler duas palavras direito. Eu conhecia as letras, mas elas não faziam sentido juntas, e brincar era muito mais divertido e convidativo do que ficar parada em frente a um livro. Minhas pernas sacudiam-se o tempo todo, ou então meus dedos batucavam o tampo da mesa, como que por vontade própria, impedindo minha concentração. Ainda era difícil me manter parada, quando minha mente saía do controle e pensava 1.000 coisas ao mesmo tempo.

Mas, um dia, quando meu pai me levou para a casa de seu irmão mais velho, para fazermos uma visita, todo esse constrangimento acabou. Lu, de bochechas gordinhas, sardinhas no nariz e dois dentes da frente faltando nos recepcionou, abrindo a porta no lugar de um adulto. Meu pai revirou os olhos e caminhou até o escritório de Carlos, mas eu fiquei parada, observando o menino correr pelo salão de entrada.

- O que está esperando? - ele dissera, convidando-me para seguí-lo.

Hesitante, eu caminhei atrás dele, amarrotando minha saia rosa de tule entre os dedos (desde cedo gostara de coisas fofinhas). Acabamos desembocando em um jardim de inverno amplo, o qual ele me confessou ser seu lugar favorito no mundo.

Então, piscando os olhos dourados na minha direção, ele perguntou:

- Por que você está triste? - corei muito na hora, pois julgara estar disfarçando direito, e ele olhara para mim tempo o suficiente para notar meus sentimentos.

Sentei-me em um dos bancos estofados e contei-lhe que, antes de sair de casa, tentara ler um livro de 5 páginas e não conseguira terminar.

- Sério? É só isso? - fiquei brava pelo menosprezo, mas, antes que falasse alguma coisa, ele continuou - Não se preocupe, menina. Eu te ajudo a aprender. E, quando não conseguir, pode deixar que eu leio pra você.

O sorriso que ele me deu fora como um raio de sol invadindo e acalentando meu peito. Nós nos levantamos e corremos para seu quarto, ainda com decoração infantil e repleto de livros coloridos. Senti-me bem entre as palavras, pela primeira vez, quando sentamos em sua cama e ele me orientou até que conseguisse terminar uma versão maior de Chapeuzinho Vermelho.

Porcelana - A Promessa Escondida (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora