Capa linda feita por vihhhlu. Eu amei, viu? :)
Bjsss, boa leitura!!!
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☆Eu nem pensei na resposta, assim que Madame Tréville me fez a proposta de participação. A palavra "aceito" simplesmente saltou de minha boca, deixando de lado a parte racional de meu cérebro, que dizia o quanto aquela operação era perigosa. Eu queria tanto fazer alguma coisa para prejudicar a Sociedade, que nem me preocupara comigo mesma. Agora, precisaria entrar em ação.
Eu estava perambulando pelos corredores da mansão, tentando me manter o mais longe possível dos "hóspedes" de Luigi, e pensando em uma maneira de descobrir a localização da tal biblioteca. Enquanto caminhava e criava planos malucos em minha cabeça, observei as bigornas que seguravam todas as portas abertas. Era um detalhe estranho, claro, as bigornas estarem em uma "casa" tão chique. Porém, toda vez que mecionavam o fato, Luigi insistia em mantê-las no lugar, dizendo adorar aquele enfeite rústico.
Enfim, continuei desbravando o labirinto de corredores iguais, cujos quais levavam aos diferentes cômodos do lugar. Madame Tréville me dissera que, por, aparentemente, estar se hospedando ali durante alguns dias, a Sociedade permitira-lhe trazer apenas uma empregada. Empregada esta, que na verdade era mais uma agente. "Fique atenta aos uniformes", Madame dissera. A funcionária que utilizasse o uniforme bordô poderia me ajudar quando precisasse.
De repente, o corredor desembocou na sala de estar principal, a qual parecia vazia. Continuei meu caminho, sem olhar direito para a sala, quando ouvi uma voz assustadora:
- Ora, perfeição. Então você veio a mim? - Luigi exclamou, fechando o livro que estava lendo e reclinando na poltrona.
Naquele exato momento, percebi que suas mãos tremiam levemente. Era algo quase imperceptível, mas que me fez ficar em alerta. Seu maxilar também estava tenso, o que remetia muito a certo acontecimento, ocorrido há dois meses.
- Saiba que eu nunca viria até você. Foi apenas uma... coincidência. - emendei a última parte de maneira incerta, recuando alguns passos.
Eu estava recordando do dia em que Luigi surtara.
Fora um dia confuso, no qual as mãos do garoto começaram a tremer e ele socara uma das empregadas. Porém, o que me assustara fora a brutalidade que ele utilizara e a loucura que estivera em seus olhos durante poucos minutos. Rezei para que o horror não se repetisse.
- Ah, como sempre, muito gentil. - sua expressão manteve-se estranha, e ele passou a piscar repetidamente - Se você não quiser mudar por conta própria, eu a mudarei.
Então, Luigi se ergueu do assento. Suas pernas bambas arrastaram-se em minha direção, fazendo-me cogitar a hipótese de ele estar bêbado.
- Você nunca se comporta da maneira que eu espero... - sua voz baixou um tom, conforme seus passos irregulares iam se aproximando - vou te ensinar uma coisinha ou outra.
Arregalei os olhos, a confusão e o medo dominando-me. O que ele iria fazer? Bem, não esperei para descobrir. O brilho maligno em seus olhos dourados dizia que era melhor correr.
- Ei, perfeição! Aonde pensa que vai?! - gritou, vindo atrás de mim.
Ignorei-o, entrando no corredor. Era tão estranho o que estava acontecendo, que olhei para trás diversas vezes, tentando entender o que se passava. Luigi, realmente, estava em meu encalço.
- O que você está fazendo?! - gritei, apertando o passo - me deixe em paz!
- Ah, mas eu vou deixá-la em paz... - de repente, sua voz pareceu mesclar-se com a escuridão da mansão - assim que matá-la.
Percebi, no exato segundo em que pronunciou tal frase, que estava lidando com um louco. Na verdade, eu já sabia disto, mas seu surto apenas comprovara o que eu imaginava: Luigi não era somente cruel, mas também tinha problemas psicológicos.
Aquela perseguição parecia cena de algum filme ruim, em que o assassino perseguia qualquer pobre garota e a estripava impiedosamente. Lembrei-me de ter assistido coisas assim sem me importar, sem entender o medo que sentir-se uma presa causava. Amaldiçoei-me longamente, querendo voltar no tempo e torcer mais pela vítima.
- Por que você está fugindo, perfeição? Está com medo de miiim?! - ele cantarolava suas ameaças, a poucos metros de distância - saiba que não tem para onde correr, pois tudo aqui é meu! Se eu quiser, posso mandar que te segurem enquanto te mato!
Louco de pedra! Eu já o vira surtando, mas nunca daquela maneira. Luigi era, realmente, uma alma atormentada.
Uniforme bordô, uniforme bordô! Foi o que pensei na hora, recordando que, talvez, a funcionária pudesse me ajudar. Era improvável, mas uma pessoa desesperada não pensa direito.
Corri pelos corredores da mansão, obscuros por natureza, mantendo-me afastada do demônio ruivo. As palavras que jorravam de sua boca eram estímulo suficiente para que eu seguisse em frente.
- Meus visitantes devem pensar que eu não consegui educá-la de modo eficiente! Preciso mudar tal teoria! - Luigi berrou, prosseguindo com seu discurso maníaco - ainda mais agora, período no qual muita gente vem se hospedar aqui!
Minha respiração tornou-se ofegante, afinal, meu preparo físico estava horrível. Até mesmo minhas costelas começaram a doer, como se uma faca estivesse enfiada ali.
- Me deixe em paz! - tomei fôlego para gritar, avistando a porta de meu quarto.
Eu pretendia me trancar dentro do cômodo e não sair nunca mais, para ficar bem longe do ruivo louco. Porém, antes que conseguisse alcançar a maçaneta, o mesmo agarrou meu ombro com toda a força.
- Não, não, não! Você vai me obedecer! - estalou a língua, apertando tanto que me fez gritar.
Luigi virou-me de frente para si e, quando pensei em chutá-lo, deparei-me com seus olhos. Um psicopata teria chorado de medo com o que vi ali.
- Agora, repito, eu vou lhe ensinar uma coisinha ou outra... - sussurrou, machucando ainda mais meu ombro.
Pensei que aquele fosse o meu fim. Imaginei que, depois de todo o sofrimento e a angústia que passara, seria esmagada pelas mãos de um garoto surtado. Até implorei para que não doesse tanto.
Mas, como toda vez em que pensei que meu fim havia chegado, alguém agarrou Luigi pela gola da camisa, afastando-o de mim. Alguém forte e com poder o suficiente para arrancar o futuro Fondatore Maestro do local onde estava, repreendendo-o pelo escândalo.
- O que você pensa que está fazendo?! Eu não perdi tanto tempo indo atrás dessa garota para você matá-la antes mesmo do casamento!!! - berrou Carlos Mangini, vermelho de raiva do próprio filho.
- Pai? - Luigi exclamou, parecendo finalmente voltar a si.
- Eu esperava que você tivesse pelo menos a decência de fazer uma boa recepção, para quando eu chegasse de minha viagem. Mas, pelo jeito, me enganei. - o líder e dono de toda a Sociedade encarou-me, como se eu fosse uma barata amassada - Vamos, idiota!
O homenzarrão, com seu bigode castanho e olhos iguais aos de Luigi, arrastou o ruivo dali, fazendo-o mancar em seu encalço.
Precisei de vários minutos para que meu coração desacelerasse.
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☆Oi gente!!!
Eu acho que vou enlouquecer... Porcelana ganhou o The Wattys 2017!!!!! ×-×
É quase impossível de acreditar!!! Além de tudo, o primeiro livro atingiu os 200K de leitura!!!! OBRIGADA, MEUS AMORES!!!!
Desculpem pelo micro-atraso, é que eu tive de preparar este capítulo de maneira que tudo ficasse nos eixos. Estamos só no início deste livro, mas eu já sei como o mesmo vai acabar, kkkk.
Bjsss!!!! Eu já disse que amo vocês??? ^-^
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Porcelana - A Promessa Escondida (Completo)
Fantasy☆Sociedade Porcelana - Livro 2☆ "Seus sorrisos eram cínicos e debochados. Seus atos bondosos, uma mentira. Suas palavras generosas, um enfeite. Encará-los nos olhos era pavoroso, pois, a única coisa que demonstravam, eram uma maldade e um vazio tão...