Capítulo 8

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Gabriel narrando :

Fico curioso com a resposta de Milena . Ela conseguiu os machucados em casa . Pode ser que tenha caído, mas também pode ser que tenha apanhado. De certa forma eu já esperava que alguém batesse nela , mas ouvir em voz alta é diferente. Eu ainda não gosto dela, já acho odiar muito forte e ainda sim , de alguma forma ela me deixa louco.

Mas , eu vou descobrir a história dela. Mando mensagem para o Gustavo para pensarmos juntos nisso.

Os dois irmãos concordam em me ajudar , porém, preciso prometer evitar perder a cabeça.

Meus pensando vagueiam e distanciam-se, levando rapidamente às memórias de minha infância.
Me pego pensando em como minha mãe deve estar. Não gosto de pensar nela porque eu já de tudo para trazê-la comigo, mas ela não quer.
Prefere estar lá, simplesmente porque é fraca demais para encarar tudo.

Tento ao máximo afastar esses pensamentos, me odiando por julgá-la de alguma forma.
Odeio tudo isso, odeio meu passado. Odeio que não fui e não sou capaz de ajudar minha mãe, uma vez que , aparentemente, ela não quer estar comigo.
Odeio meio pai com todo o meu ser.

Odeio sentir raiva de tudo. Tantos anos e parece que sou um poço de sentimentos ruins prestes à explodir.
Fervendo e borbulhando de raiva, ódio.

Fecho os olhos e tento descansar . Quando já deve ser de madrugada ouço um barulho na cozinha. Levanto e vou ver se alguém invadiu minha casa. Quando chego na cozinha vejo Milena de baby-doll bebendo água.

— O que faz acordada a essa hora? — pergunto

— Sofro de insônia — ela diz

— Engraçado, quando você chegou nesse apartamento você só sabia dormir — Digo me aproximando para beber água também. Sinto a raiva dela, que era quase palpável. Bebo minha água rapidamente , ela vai para seu quarto e eu vou para o meu . Não consigo evitar olhar para sua bunda .

— Boa noite ,Biel  — Ela diz.

— Boa noite, Lena — Digo.

Milena não gosta do apelido e resmunga algo que não consigo ouvir.

Biel era como minha mãe me chamava. E tudo bem chamar assim a questão é que eu não lembro de ter dado intimidade a ela. Quando levanto ela já está acordada assando pão de queijo. Ela está vestindo um short escuro com uma blusa rosa claro escrito : be strong.
Engulo em seco e permaneço a observando.

— Bom dia ,dormiun bem? — Ela pergunta sorridente.

— Bom dia — Respondo baixinho.

— Eu vou trabalhar hoje as 14h até 16h no Pet Shop. Você pode me levar ?-- ela me pergunta.

— Não. Vou estar ocupado não vou te buscar nem te levar —
Ela morde o lábio e dá as costas pra mim.

— Me dá carona para a faculdade pelo menos? Por favor —

— Não — Respondo seco para ela.

— Por que?? — ela me questiona.

— Não vai dar -- Digo e fico atento a sua reação.

Ela é muito boazinha, porque está toda machucada, provoco ela todo dia e mesmo assim ela acorda mais cedo e faz café para nós dois. Pensando bem, ela não é boazinha , ela é trouxa.
Milena bebe o café e come mais um pão de queijo.

Quem de 18 anos bebe café? Reviro os olhos para ela que já saiu e eu fico mais um tempinho em casa.

Milena narrando

A Perfeitinha... (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora