Capítulo 73

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Larissa narrando:

Essa semana estava passando rápido, já estávamos na quarta e nada do Gabriel falar com Milena. Eu entendo o lado dele, ele está com vergonha de falar com ela mas venho observando ele essa semana, e parece que ele está apenas procurando coisa para fazer, querendo ocupar todo o tempo dele propositalmente , para ter a desculpa " Não fui falar com ela porque estava ocupado,não tive tempo".

--- Lari,você ouviu alguma palavra do que eu disse?-- Cami pergunta meio chateada e eu balanço a cabeça negativamente envergonhado.
--- Está tudo bem? Você está estranha-- Cami diz.
--- Não é nada. Desculpe, agora estou te ouvindo-- Digo.
--- Eu não amiga, eu e o Gustavo estamos bem, sem brigas nenhuma, perfeitos, mas sei lá, é tão estranho as coisas estarem perfeitas em minha vida--Ela diz .
--- Cami, o seu ambiente em casa não é perfeito, está longe de ser. Quando estamos muito tempo em contato com a tristeza, é difícil aceitar a felicidade--  Digo
--- E se ele estiver me traindo?-- Cami pergunta com a voz já chorosa. Sorrio fraco para ele e digo:
--- Meu irmão te ama demais para reparar em outra mulher -- Digo e ela sorri alividada.

Quando o intervalo acaba voltamos para as salas e novamente Gabriel é o último a entrar. Ele anda sendo sempre o último, anda disperso também.

Dos dias pra cá eu já havia mandado mensagem para Milena mas ela não me respondia. Teve uma noite que eu sonhei com ela. Ela estava numa casa escura, chorando, gritando por Gabriel. Não contei esse sonho para ninguém.

Quando o sinal toca, eu , Cami , Gustavo e Thiago combinamos de tomar açaí, e novamente chamamos Gabriel para ir com a gente ( é a terceira vez que a gente saí e chamamos ele, mas como as outras vezes , ele nega). Deixamos ele lá pensando..

Milena narrando:

Segunda-feira passou rápido, e minha vó tinha me chamado para fazermos um bolo. Nos divertimos fazendo, e eu descobri que minha vó ama fazer doces. Fizemos um bolo com recheio, e muita cobertura, do tipo que escorria quando partíamos um pedaço.

Terça-feira estava nítido que minha vó apenas queria me agradar, tipo me comprar, pois era o dia inteiro : "você quer alguma coisa? ", " quer um sanduíche? Pizza?". "Quer brigadeiro?" , "quer um livro". Eu estava ficando muito aborrecida com isso, ela estava puxando muito meu saco. Será que era para me comprar? E eu ficar com ela? Ou eu estava paranóica e esse comportamente era coisa da vó. 

Na manhã de quarta, acordei decidida à ir em alguma festa, para mudar um pouco a rotina e fugir das perguntas de minha vó.
--- Bom dia! Dormiu bem?-- Minha vó fala
--- Bom dia. Sim-- Respondo e já vou comendo umas rosquinhas.
--- Estou pensando em sair hoje...-- Comento com calma.
--- Para onde nós vamos?-- Minha vó perguntou se incluindo em meus planos.
--- Estava... pensando em ir... sozinha mesmo--- Digo evitando olhar para ela.
--- Ah-- Minha vó diz num tom desanimado e o silêncio recai sobre nós.

Tomo meu café e vou trocar de roupa. Espero até o almoço para poder ir. Ajudo minha vó com a louça e enfim digo:
---Beijo vó, volto mais tarde--
--- Que horas??-- Minha vó pergunta mas eu já estava lá fora.

Estava com uma roupa bem simples, uma calça de moletom cinza meio colada, um cropped azul bem escuro e um boné cinza (mesmo tom da calça) não ia de boné mas vai que eu encontro algum repórter chato.
Eu havia saído sem rumo, estava realmente pensando em ir pra alguma festa. Mas eu não era muito desse tipo, então não tinha os contatos.
Mas eu conhecia alguém que tinha.
Pego meu celular e desço até o "R" na lista de contatos, aperto relutante, sentindo no fundo que iria me arrepender.

Ligação :
--- Alô?-- Diz Rodrigo numa voz sonolenta, como quem acaba de acordar.
--- Rodrigo? Sou eu Milena, eu estava pensando em ir para uma festa, você sabe alguma que vai ter hoje?-- Pergunto meio nervosa.
--- Boneca, ligou pro cara certo, vai ter uma rave hojé às 18h. Eu vou com você, me encontre no Bar Aminézia. -- Rodrigo diz e sequer espera uma resposta.

Fim da ligação.

Fiquei meio sem entender porque o Rodrigo falou que iria me acompanhar, mas ainda eram 14h, a tal rave era 18h. Mesmo sem entender, vou até o bar que ele pediu. Me sento e peço uma dose de Vodka para acordar.

Não demora muito para Rodrigo chegar sorridente.
Ele pode até ser um Zé Droguinha, mas convenhamos que é muito bonito.
--- Eaí gata. Oq te faz vir atrás de um cara como eu? Cadê seu grupinho?-- Ele diz assim que senta e em seguida pede Tequila.
--- Nada, só queria me divertir. Eu prefiro não falar sobre eles, só te peço por favor não conte pra eles disso-- Digo.
--- Disso oq princesa?-- Ele pergunta malicioso.
--- Que eu vim atrás de você porque queria uma festa-- Explico e ele dá uma piscadinha e diz :
--- Pode deixar--
--- Mas então, porque nos encontramoa 14h se a festa é 18h-- Pergunto
--- Eu vou te fazer compahia, mas como eu te avisei, eu tenho umas paradas para fazer e você vai me ajudar-- Ele diz e meu coração dispara.
Tento me acalmar , quando saímos, convenço Rodrigo de passar na sorveteria e eu compro um MilkShake e um sorvete pra levar

Entro no carro com Rodrigo e ele vai dirigindo.
--- Para onde vamos?-- Pergunto mas calma com meu MilkShake
--- Quanto menos você souber, melhor-- Ele responde sério.
Com preguiça de insistir, tomo meu MilkShake calada e acabo dormindo.

Não sei quanto tempo eu dormi, mas quando acordo já estava no fim da tarde, no céu, o azul sobrecaia ao laranja do por do sol. Olho em volta e não vejo Rodrigo. Tento me erguer para olhar em volta mas um barulho alto soa, me assustando. Abaixo novamente desesperada, minha respiração acelera e eu fecho os olhos com força. Novamente o barulho soa. Eu conhecia bem aquele barulho.
Era barulho de tiros.

****obrigada por lerem! Muita treta no próximo capítulooo. Votem e cometemmmmm muitoooo por favor. Quero ver a reação de vocês! Beijosss***************************

A Perfeitinha... (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora