BÔNUS
Larissa narrando:
--- Eu não acredito que vocês não nos avisaram-- Cami diz chateada com seu namorado, Gustavo e seu amigo Thiago.
--- Não podíamos avisar-- Thiago diz.
--- Por que não--pergunto irritada.
--- Porque era perigoso, vocês não iam dar conta-- Thiago e Gustavo dizem em uníssono.
--- Deixe que eu decido oq eu dou conta ou não, oq é perigoso para mim ou não-- Digo
--- E vocês se colocaram em perigo também, se acontecesse algo com vocês... nós nem saberíamos de nada...--- Cami diz quase chorando.
--- Se algo acontecesse com vocês nós...--- Começo mas Thiago acaria meu rosto, sem que eu termine ele diz:
--- Não aconteceu nada--
--- Não precisam se preocupar com as "possibilidades", não aconteceu nada, é o que importa-- Meu irmão diz.Estava cansada de discutir, Milena me ligou umas 2h, chorando, fiquei com tanto medo , tão preocupada.
Milena não estava conseguindo falar, parecia estar chorando desesperadamente, ela só conseguia falar : Gabriel.
Foi difícil entender que ela estava "Gabriel".Sinto falta dela e olho em volta a sua procura.
Ela estava em pé, encostada na parede, chorava em silêncio.
Qualquer pessoa deve ficar estranho chorando, mas alguma coisa em Milena conseguia a deixar angelical quando chorava, talvez pelos seus olhos azuis profundos, parecia um oceano, o oceano mais azul que eu já vi.
E quando ela chorava, seus olhos ficavam tempestuosos e tristes, como uma tempestade forte no oceano.Ela estava encarando o chão.
Daria tudo para saber no que está pensando.
Decido ir até ela mas sou impedida por mãos firmes.
--- Não Lari, deixe-a sozinha por enquanto, nada que nós dissermos vai consola-la-- Meu irmão diz e aquilo doeu, ouvir que eu não posso fazer nada para aliviar a dor da minha amiga foi como um soco no estômago, e o pior: Ele estava certo.Milena narrando:
A ambulância foi rápida. Eu estava desesperada, no caminho Gabriel apenas acariciava meu rosto, tinha tanta coisa pra falar pra ele, mas não conseguia, simplesmente estava entalado.
Gabriel parecia em paz, foi oq me deixou mais em pânico. Ele estava tão sereno, eu estava com tanto medo, não conseguia nem tirar os olhos dele, estava com medo de olhar para algo e ele morrer.Sabe quando você pensa: Tá, se ele for oq eu vou fazer? Se ele for, quem vai me fazer feliz?
Eu o amo tanto que dói, faria tudo para estar no lugar dele, preferia ser torturada por meu pai, Matheus e todos seus amigos, mas saber que o homem que eu amo vai viver, do que ver Gabriel assim.As Para-Médicas agiram rápidas, assim que chegamos no hospital ele foi levado rapidamente para a emergência e conseguia ouvir as médicas gritando que ele havia perdido muito sangue.
Eu não estava sabendo lidar com essa dor, era um vazio me consumindo cada vez mais, tentava pensar positivo, ter esperança, mas o buraco negro que crescia em mim engolia qualquer tipo de sentimento bom.
Eu estava sem rumo, perdida, infeliz, acabada, preocupada, desesperada.Encostei na parede da sala em que levaram Gabriel e aguardei.
Estava chorando silenciosa, não queria chamar atenção de ninguém, nem preocupar ninguém, as meninas já estão ocupadas brigando com seus respectivos namorados.
Encarava o chão pensando:
Se Gabriel morrer, vai ser a segunda morte por minha culpa.O médico mal abriu a porta e parecia que meu coração estava numa montanha russa.
--- Ele é forte, mas se não conseguirmos um doador de sangue para ele, ele não resistirá a cirurgia-- O médico diz.
--- EU!-- Grito.
--- Venha comigo senhorita, vamos ver se vocês são compatíveis-- O médico diz.
Ele me guia até uma salinha, onde ele mesmo ia tirar meu sangue.
--- A bala ainda está alojada?-- Pergunto com a voz trêmula.
O médico hesita e confirma com a cabeça.
--- Está na coluna?--- Pergunto.
Se estiver na coluna, há 90% de chance de Gabriel não andar mais.
Doeu até perguntar.
--- Não senhorita-- O médico respondr eu solto um suspiro aliviado.
--- Inflamou?-- Pergunto.
--- Não senhorita-- O médico responde.
--- Atingiu o intestino?-- Pergunto.
O médico me encara por uns segundos e responde:
--- Não senhorita.
--- Dá pra tirar a bala então, sem danos na coluna, ou um intestino furado?-- Pergunto.
--- A senhorita cursa oq?-- O médico pergunta.
--- Medicina. Mas então não haverá complicações se retirar a bala?-- Digo.
---Não -- Ele responde.Após coletar meu sangue, o médico saí e me sinto tão aliviada por saber que não haverá complicações.
Volto para a sala de espera e volto para minha posição: encostada na parede.
Percebo que os meninos se aproximam devagar e que estavam conversando sobre mim.
---Eu preciso ficar sozinha-- resmungo e meus amigos parecem ter escutado pois se afastam rapidamente.Preciso aprender a lidar com uma coisa, se Gabriel morrer, terei que lidar com a culpa de duas mortes.
Não sei quanto tempo se passou, mas eu não mudei minha posição.
Meus amigos me respeitaram, me deixaram um tempo sozinha.
--- Amiga, vamos?-- Cami diz cautelosa.
--- Já são 4h---Thiago diz.
Eu não queria ir, mas não vou permitir que eles fiquem por mim.
--- Podem ir, eu vou ficar-- Digo com a voz trêmula.
--- Se você não vai, então nós também não vamos--- Gustavo diz.
--- Não gente, sério, podem ir, eu vou ficar com ele, quero ficar sozinha-- Digo.As meninas concordam com a cabeça, e ouço os meninos resmungarem " Tadinha. Muito ruim a gente não poder fazer nada pra ajudar".
Isso só me faz chorar mais.
--- Senhotira, não quer sentar?-- Uma enfermeira pergunta.
--- Oq? Não eu estou bem--- Respondo.
--- Sinto em lhe dizer, mas... você não parece bem-- A enfermeira diz sem formalidades. Ela vem até mim e me leva até as cadeiras.
Minhas pernas estavam tremendo, meu corpo estava implorando por um copo de café, ou algo para comer.
Tomada pelo cansaço, sento na cadeira e aguardo o médico vir dar notícias.
Manter os olhos abertos estava ficando cada vez mais difícil, não tinha ideia de que horas eram, pois meu celular ficou na casa de minha vó.
Minha vó... mais uma pessoa que eu matei.
--- Senhorita?-- Ouço uma voz distante chamar.
Queria abrir os olhos mas parecia que eles estavam colados.
Tentei reunir todas as minhas forças para despertar mas não conseguia, eu não tinha mais força nenhuma.Gabriel narrando:
A cirurgia acabou umas 4h30, pedi para que chamassem Milena.
Será que ela está me esperando?
O médico atendeu meu pedido, estava ficando nervoso pois o médico estava demorando.
Meu corpo já não tinha força pra mais nada, mas eu não poderia dormir e descansar sem antes ter notícias da minha garota.Estava quase dormindo quando o médico invadiu o quarto com Milena em seus braços.
Era impressão minha ou a mão dele estava bem pertinho da bunda dela?
Engulo o ciúmes e me concentro em Milena.
--- Ela está bem?-- Pergunto.
--- Sua menina estava esperando em pé por notícias suas desde 1h, uma enfermeira teve que a convencer ela à sentar, e então ela acabou dormindo-- O médico explica e a deixa no sofá que tinha ao lado.O médico lança mais um último olhar pra gente e nos deixa sozinho.
Milena estava dormindo de maneira que se eu a levasse para um bloco de samba era não iria acordar.
Será que ela comeu alguma coisa?
Será que ela ficou aqui sozinha?
O cansaço me derruba e durmo olhando para ela.********Obrigada por lerem! Comentemmm muitooooo e votemmm muitooo. Gente , estava pensando em fazer 10 capítulos bônus?
Obrigada por lerem!! Amo vocês!****
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A Perfeitinha... (EM REVISÃO)
Teen FictionDuas pessoas que viviam brigando. Não se davam muito bem , ele era impaciente ,agressivo ,protetor ,pegador, ela era sorridente , focada , dedicada, e um pouco baladeira. Mas , eles são mais parecidos do que pensam. Os dois já passaram por muita coi...