Capítulo 60

26 1 0
                                    

(Leia esse capítulo ao som de Dress - Taylor Swift, disponível em: https://open.spotify.com/track/6X3YCswCQzX1gGZ5ji8P9x)

Leah

Caminhei o mais rápido que pude até em casa, porque eu sabia que, quando mais demorasse, mais espaço eu daria para que meus pensamentos em relação à noite anterior se manifestassem, e eu sabia que não podia pensar naquilo naquele momento. Toda vez que outra coisa vinha à minha cabeça, entretanto, a imagem dos lábios de Mick em meu corpo aquecia minha pele, e eu me pegava sorrindo por alguns instantes, mas não sabia o que fazer sobre aquilo - sobre tudo aquilo. Eu não havia me preparado para um momento como aquele, para a possibilidade de conhecer alguém que fizesse eu sentir todas aquelas coisas - não depois de toda a confusão e dor que o relacionamento com Marcus havia trazido, fazendo eu me sentir tão pequena que era como se pudesse desaparecer. Não, eu não podia pensar naquilo, não naquele momento.
Entrei em casa percebendo que eu deveria ter pensado numa boa desculpa para Rebeca, mesmo sabendo que ela não acreditaria. Minha irmã era esperta demais e sabia, antes mesmo de eu saber, que Mick não era apenas um amigo.
Me surpreendi quando ela chegou pouco depois do almoço, porque achei que teria tempo pra pensar em alguma coisa, já que normalmente ela só estava em casa a noite.
- Você chegou cedo - dei um espaço para que ela se jogasse no sofá, o que ela fez, depois de me passar um saco de rosquinhas.
- É, hoje as coisas estavam calmas, e eu tenho uma...coisa a noite. Você pode pedir uma pizza para o jantar?
Eu sabia que havia algo que ela não queria me contar, pelo modo como deixara a frase vaga - Rebeca era a rainha dos detalhes, o que me fazia estranhar seus raros momentos de vagueza e hesitação.
- Sim. Algum evento do trabalho? - várias vezes durante o ano Rebeca comparecia a eventos, para promover a revista, que de acordo com suas descrições era cheio de bebidas de graça, roupas caras e puxas-saco.
- Não. Um jantar com um amigo...
- Um amigo? - não pude evitar provocá-la, e Rebeca me lançou um de seus olhares.
- Sim. E aquele garoto? Você ainda precisa me contar coisas sobre a noite passada, maninha...
- Não aconteceu nada - evitei encará-la, porque eu sabia que se quisesse, Rebeca poderia me fazer contar tudo. Ela sempre conseguia arrancar as coisas das pessoas, e eu não queria começar a falar sobre aquilo naquele momento, porque sabia que não fazia ideia de como começar, ou do que dizer.
- Se você diz... - ela deu de ombros, me pedindo para ajudá-la com o cabelo.
Eu estava ligando para pedir uma pizza para o jantar quando meu telefone começou a tocar sem parar, exibindo o nome de Mick na tela. Eu não sabia exatamente o que dizer a ele depois daquele momento que havíamos tido - não havia palavra melhor para descrevê-lo - mas sabia que gostaria de ouvir sua voz.
Desbloqueei meu celular, estranhando o fato de ele estar fazendo uma solicitação de vídeo chamada, e assim que atendi percebi que o vídeo estava desfocado e um pouco escuro, com muitos ruídos, e pude escutar uma batida eletrônica no fundo, como se ele estivesse em uma espécie de festa. Aquele era mais um dos momentos em que Mick me ligava bêbado?
- O que você tá fazendo, cara? - ouvi a voz de Mick, seguida de uma risada que não reconheci - Desliga isso.
Pensei que talvez um de seus amigos tivesse pegado seu celular para provocá-lo, e eu não sabia muito bem o que dizer, porque não sabia com quem de fato estava falando.
- Sua garota não vai querer perder isso - reconheci a voz de um dos amigos de Mick, o garoto de cabelo colorido, que virou a câmera para seu rosto - Hey, Leah. Você vai perder isso?
Ele deu uma volta, mostrando algo que parecia muito ser uma festa numa casa grande que, embora não estivesse lotada, parecia bastante animada.
- É a Leah? - o garoto tímido, Luke, acenou com uma garrafa na mão.
- Vem pra cá - o garoto do cabelo colorido disse novamente, depois de eu dizer um oi, e ele parecia bêbado pra cacete, porque sua fala estava um pouco enrolada e estranhamente animada.
- Me dá isso - a voz de Mick soou novamente, e então a câmera focou nele, encostado no corrimão de uma escada, vestindo uma camisa preta que o deixava incrivelmente sexy. Tentei ignorar a pontada de ciúmes que surgiu quando vi uma garota abraçada com ele, e precisei lembrar a mim mesma que podia ser uma amiga - e de qualquer forma nós não tínhamos nada. Ele tirou os braços ao redor dela, pegando o celular da mão do garoto de cabelo colorido.
- Lee? Espere só um pouquinho - ele pareceu procurar​ um lugar silencioso, e encostou a porta alguns segundos depois, entrando em um quarto vazio - Hey, desculpe por isso. Tray está bêbado pra cacete... Ele te ligou?
- Sim, ligou. É, eu percebi - eu não sabia muito bem o que dizer, então esperei que Mick dissesse algo.
- É aniversário dele, então estamos dando uma folga pra ele encher a cara. Você quer vir pra cá?
Eu não sabia se ele estava me convidando apenas por educação - porque seus amigos haviam mencionado aquilo - então disse que eu estava ajudando Rebeca com uma coisa, o que não era mentira, já que a cada cinco segundos ela me chamava pra perguntar se seu cabelo estava bom ou para ajudá-la a escolher qual jeans a deixava melhor.
- É sábado a noite. E as bebidas ainda não acabaram. E... eu gostaria de ver você - ele me lançou um daqueles olhares, que, mesmo por trás de uma câmera embaçada, ainda era de tirar o fôlego, e embora eu tentasse fingir que aquilo não me atingia, toda a minha pele parecia queimar. Aquele era o efeito Mick.
- Não é uma coisa entre seus amigos? - perguntei, não querendo ser a penetra da festa.
- Eles adoram você - Mick sorriu - Você quer que eu te busque?
- Não, eu posso pegar uma carona com minha irmã. E não sei se você está em condições de dirigir - eu o provoquei, e Mick fez uma careta, dizendo que só havia bebido algumas cervejas.
- A gente se vê mais tarde - me despedi, sabendo que eu tinha menos de meia hora pra ficar pronta antes que Rebeca saísse, e comecei a revirar minhas gavetas, procurando por algo pra vestir.
Uma parte de mim queria pegar a primeira coisa que encontrasse no guarda-roupas, porque eu sabia que não precisava impressioná-lo, e outra parte queria deixá-lo de boca aberta. Acabei optando por um vestido de alcinhas preto e meus coturnos, e arrumei meu cabelo rapidamente, lambuzando-o com creme de pentear.
- Você vai sair? - Rebeca entrou no banheiro, ocupando todo o espelho enquanto espalhava batom nos seus lábios - Adorei o vestido.
- Tenho uma festa. É aniversário de um garoto da escola - torci mentalmente para que Rebeca não perguntasse de Mick - Você pode me dar uma carona?
- Richard vai vir me buscar. Acho que nós podemos te deixar no caminho - ela pareceu um pouco desconcertada, e estou estava prestes a fazer alguma piadinha quando ela soltou um "não diga nada, ele é só um amigo" que não soou nada verdadeiro, mas quem era eu para julgá-la? Rebeca sabia o que estava fazendo, e o cara também. Eu só torcia para que ela não se machucasse no final e, naquele momento, percebi como ela deveria se sentir em relação a mim.
- Oh - tentei esconder minha expressão me concentrando em passar um pouco de delineador - Espero que você se divirta.
- Você também - ela me lançou um sorriso, e pediu para que eu me apressasse, porque Richard chegaria em alguns minutos.
Eu terminava de escovar os dentes quando a campanhia soou, e Rebeca gritou que atenderia.
Ouvi-a dizer que eu precisava de uma carona para um festa, e ele responder com um "sem problemas", parecendo um pouco envergonhado pela minha presença. Eu já imaginava que ele seria bonito, mas estava realmente surpresa - o cara era gato pra caramba. Ele tinha olhos claros que contrastavam com a pele morena bonita e exibia uma barba por fazer, o que parecia proposital. Ele não parecia, entretanto, o tipo de cara superficial que além da primeira vista não tinha nada a oferecer. O cara seria um ótimo partido, se não estivesse comprometido.
- Ei, Leah - Richard veio me cumprimentar, trazendo uma leve onda de colônia masculina, o que o fez ganhar mais alguns pontos.
- Onde devemos te deixar? - Rebeca me perguntou, parecendo um pouco desconcertada depois de o cara dizer que ela estava muito bonita, e eu podia dizer, apenas pelo modo como ele a encarava, que eles não eram apenas amigos - ou não queriam ser. Não pude deixar de me perguntar como aquilo acabaria.
- Você quer ouvir alguma coisa? - o cara perguntou, a encarando daquele jeito de novo, e fingi estar muito atenta à paisagem, tentando lhes dar alguma privacidade. Céus. Eu realmente estava de vela.
Me despedi quando Rebeca parou numa rua próxima à casa de Tray, que havia me enviado seu endereço alguns minutos atrás, e aproveitei para passar no mercado e comprar alguma bebida - eu não queria chegar na festa de mãos vazias, e não sabia quanto aqueles barris durariam.
Feliz por sair do clima, evidente, daquele carro, achei a casa rapidamente, guiada pelo som alto inconfundível.
Eu não precisei bater na porta, porque ela estava aberta e uma garota que eu não conhecia me cumprimentou enquanto acendia um cigarro perto da porta, e pensei que talvez ela fosse da escola ou estivesse muito bêbada - ambas as opções pareciam bem prováveis.
A casa não estava cheia, percebi quando entrei, mas havia pelo menos umas 20 pessoas - todas com um copo na mão. Tray veio cambaleante em minha direção assim que me viu, e tentei gritar um "feliz aniversário" por cima da música.
- Eu adoro essa garota - ele apontou para mim, me puxando para um abraço desajeitado, depois de eu lhe entregar uma garrafa de uísque - Olha quem chegou!
- Hey, Mick, pare de ficar olhando feito um maluco e vá buscar uma bebida pra garota - vi então que Mick vinha em nossa direção, parecendo surpreso, o que era estranho porque ele havia me convidado.
- Uau...você está - ele fez um gesto de quem não sabia o que dizer, o que me fez rir. Mick estava sem graça na minha presença, o que era um pouco engraçado - Você quer uma bebida?
- Claro - eu disse, quando ele deu um beijo em minha bochecha, fazendo novamente toda a minha pele formigar por alguma espécie de animação.
- Nat, o que tem pra beber? - Mick perguntou para uma garota de cabelo verde escuro muito bonita, que parecia estar usando apenas um sutiã de couro, o que me fez admirar sua confiança.
- Você não vai me apresentar sua amiga? - ela pareceu provocá-lo, e então percebi que aquela era a garota do vídeo.
- Essa é Leah. Ela estuda comigo - Mick disse brevemente, parecendo não saber muito bem como me apresentar, o que era bastante razoável, porque eu não fazia a mínima ideia do que nós tínhamos - e se eu de fato queria ter algo.
- Ahhh... - a garota fez uma cara como se naquele momento tudo fizesse sentido, e então veio me cumprimentar - Ei! Então você é a famosa Leah. Bem...uau. Até eu beijaria você.
Ela piscou pra mim, então deu uma risada, como se estivesse brincando, e me passou um copo cheio de alguma coisa azul.
- Você vai gostar disso - ela me garantiu, e então se afastou, nos dando alguma privacidade naquela cozinha cheia de latas de cerveja.
- Então você veio - Mick se aproximou assim que a garota saiu, e todo o meu corpo pareceu vibrar com a possibilidade de ele me beijar, antes de minha cabeça começar a formular aqueles milhões de perguntas nas quais eu não queria pensar.
- Eu estava de vela. Literalmente - contei a ele que Rebeca iria sair com um cara, e que eu tivera de os observar flertando no carro por um tempo que pareceu uma eternidade - E eu estava louca por uma bebida.
- Isso nós podemos arranjar - ele riu, gesticulando para a centena de garrafas espalhadas pela pia.
- Céus. Quanto vocês já beberam?
- Sei lá. Cheguei faz pouco tempo e Tray já estava dançando como um doido.
Virei minha bebida devagar, porque mesmo sabendo que eu precisava de coragem para o que estava prestes a fazer, não podia chegar bêbada em casa. Dei pequenos goles naquela bebida que Natasha havia me oferecido - uma mistura perfeita de algo azedo e adocicado.
Mick encheu seu copo com a bebida azul, e eu estava prestes a beijá-lo - eu realmente estava, quando uma garota de óculos grandes e franja curta nos chamou para jogar cartas. Mick pareceu querer recusar, mas ela foi bem insistente.
Quando chegamos na sala, Zach e Natasha estavam jogando, esparramados no sofá enquanto algumas pessoas bebiam e dançavam ao seu redor.
- Cara, vocês precisam largar isso - Tray interrompeu o jogo, e Natasha o empurrou para longe, rindo de ele ter se desequilibrado, e depois se levantou para ajudá-lo, beijando-o delicadamente nos lábios, o que me fez pensar que havia algo entre eles.
- Nós podemos jogar verdade ou desafio - a garota de franja soou estranhamente animada, com sua voz anasalada, o que me fez perceber que ela também estava bem bêbada.
- E nós estamos na quinta série? - Natasha zombou, o que fez Luke partir em sua defesa, dizendo que podia ser legal.
Mick deu de ombros, e a maior parte deles pareceu não ligar, até Tray murmurar um "tudo bem, vamos fazer isso", e algumas pessoas concordarem, se juntando à roda irregular que se formava no chão.
Me sentei ao lado de Mick, pensando que não podia ser ruim, e uma garota de cabeça raspada rodou uma garrafa de plástico, dizendo que ela começaria.
- Verdade ou desafio? - ela perguntou para Natasha, forçando sua voz rouca para soar num tom sexy, o que a fez rir. Natasha mal respondeu desafio e a garota já disse "eu te desafio a me beijar", o que levou Marcus a fazer uma cara feia, até Natasha dizer a ele para parar de ser bobo porque era só uma brincadeira, e ele deu de ombros.
A garota se ajoelhou na direção de Natasha, a puxando para um beijo duradouro que fez alguém gritar "é isso aí" e arrancou algumas risadas.
Algumas rodadas depois, e um garoto sem camisa, alguns beijos e garrafas de vodka viradas, além de uma garota revelando que havia participado de um ménage, a garrafa caiu em mim, com Luke girando.
- Tudo bem, vou pegar leve - ele disse, depois de eu escolher desafio, com medo de que, se não o fizesse, ele pudesse fazer alguma pergunta constrangedora que eu não gostaria de responder - Vire aquela garrafa.
Ele apontou para uma garrafa com um restinho de vodka, que queimou minha garganta, e Tray gritou um "é isso aí" quando a virei.
Algumas rodadas depois alguém desafiou a garota de franja a tirar a camiseta, e Luke resmungou que eles poderiam pensar em desafios melhores, então Tray disse para ele tirar a sua blusa, o que arrancou alguns risos. Ele deveria estar bêbado pra caramba, porque o fez, e não o julguei - embora eu não estivesse bêbada, eu podia sentir a vodka começando a fazer efeito, deixando-me naquela animação inicial pós-bebida.
Tray então girou a garrafa, que caiu em mim, e eu estava em dúvida entre qual dos dois (verdade ou desafio) seria pior, e cheguei à conclusão de que queria evitar perguntas constrangedoras a todo custo, mesmo que eu tivesse que tirar minha roupa ou beijar alguma pessoa desconhecida, afinal, todos estavam bêbados, e era uma brincadeira - foi o que eu disse a mim mesma quando ele me desafiou a beijá-lo, fingindo uma careta sedutora em minha direção.
O beijo durou apenas alguns segundos porque ele beijava rápido demais e estava bêbado pra cacete - eu tinha certeza de que ele mal lembraria daquilo no dia seguinte.
Eu só fui perceber que Mick havia se levantado quando Natasha olhou em minha direção, me lançando um olhar que eu não conseguia decifrar, e então percebi que eu deveria ir falar com ele. Mick estava com ciúmes? Céus, era só uma brincadeira, e, de qualquer forma, Tray não estava com a garota bonita?
Encontrei-o na cozinha, enchendo seu copo, e ele não se virou quando entrei.
- Eu aposto que você bebeu demais e veio aqui para vomitar em paz... - fiz uma piadinha, que ele ignorou, murmurando alguma coisa monossilábica, o que me irritou - Sério? Você vai agir assim porque beijei Tray numa brincadeira?
Enfatizei a última palavra, não conseguindo evitar revirar os olhos.
- A gente pode beber e deixar isso pra lá? Foi só um beijo. Eu beijaria você também, você sabe - eu ri, e ele se virou, parecendo interessado de repente.
- Você pode repetir? Desculpa, tô muito bêbado. Achei ter ouvido você dizer algo sobre me beijar?
- Achei que você não estivesse falando comigo... - eu me afastei, provocando-o.
- Eu não estou - ele se aproximou, e antes que eu me desse conta minhas mãos estavam em seu pescoço, e suas mãos em minha cintura, e em minhas costas, e por toda a parte - e aquele calor me invadia novamente quando sua boca se juntava à minha. Aquele era o motivo pelo qual Mick e eu não podíamos nos beijar - porque ele me fazia sentir todas aquelas coisas. Ele mal me tocava e meu coração já batia daquela maneira.
Eu sabia que não deveríamos nos beijar - alguma vozinha no fundo de minha cabeça me dizia aquilo - mas eu não conseguia, naquele momento, me lembrar porquê. Tudo o que passava por minha cabeça é que sua boca tinha um gosto delicioso, e que eu gostava daquilo que ele estava fazendo com a língua, e que sua mão em meu pescoço causava arrepios - de um jeito bom. Tudo o que eu conseguia pensar é que eu queria chegar mais perto, mas nós já estávamos colados um ao outro.
De repente, me vi sentada na bancada da pia, com as pernas ao redor de sua cintura, suas mãos fazendo meu vestido subir, e quando seus lábios incendiaram meu pescoço tudo o que eu pude dizer é "acho que deveríamos sair daqui" mas eu não tinha certeza de ter pronunciado tudo corretamente, porque eu mal tinha certeza de estar respirando. Aquele era o efeito Mick - ele literalmente me deixava sem ar.
- Você tem certeza? - ele perguntou, tentando decifrar algo em minha fala, e encostei meus lábios nos seus novamente, o puxando para perto.
- Vamos sair daqui - sussurrei em seu ouvido, e Mick me ajudou a descer da bancada, procurando pelas chaves do carro em seu bolso.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Mar 22, 2018 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Perto do limiteOnde histórias criam vida. Descubra agora