9. Palácio

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QUIAAAA QUIAAAAA


Zeck teve um sobressalto quando Daiv invadiu o quarto quase derrubando a porta, do mesmo jeito que ele fazia em casa.

- Vamos lá cara, tá na hora! - disse pulando na cama.

- Ahn... Já é de manhã?- Zeck sentou-se esfregando os olhos

- Quase! Etiel e Sima estão esperando a gente na sala...


QUIAAAAAAAAA QUIAAAAAAAAAAA


- E que barulho é esse?!- Zeck foi até a janela por onde entrava o som. Na verdade parecia invadir a casa por todos os lados. Estava escuro lá fora.

- Ora, você não reconhece uma águia quando ouve uma?- disse Daiv

- Não cantando neste volume - Zeck aguçou os ouvidos e virou-se para Daiv- e em cinco vozes!

- Pois é, isto é Édimo. - Daiv abriu o guarda roupa de Zeck e pegou uma veste longa, um par de sandálias e uma capa verde. Jogou tudo para o amigo - vista isto.

- Por que roupa de gala?- Zeck protegia os olhos com a mão- Daiv parecia já estar mais habituado do que ele àquela claridade.

- Você não leu o envelope azul?- perguntou Daiv dando umaa corrida de olhos pelo quarto- puxa, seu quarto é igualzinho ao seu outro quarto!

- Xiii, esqueci de ler o envelope azul...- Zeck já foi tirando a roupa que esvaneceu-se em raios luminosos e colocou a outra, de pano muito leve e suave. . Enquanto prendia a capa sobre os ombros e calçava as sandálias, Daiv foi espiar cada canto do quarto.

- Acordei no meio da noite com minha mochila pulando na minha cabeça. - ele dizia - Me lembrando entre outras coisas que havia um envelope para mim na caixa de correio.Era um convite para a solenidade de abertura, hoje de manhã, lá no Palácio de Cristal. Devemos usar roupa de gala e levar o holoderno. - Daiv terminou já na porta- Se apresse, cara, estou esperando lá fora!

Após a saída de Daiv, Zeck deu uma arrumada rápida na cama, apanhou o holoderno e sua mochila que estava jogada no meio do quarto. NA pressa acabou puxando-a pelo lado contrário, espalhando pelo chão todo seu conteúdo: Um caderno e várias folhas soltas, alguns objetos pessoais e miudezas, além da esfera prateada que rolando quase saiu pela janela sem parapeito. "Nem me lembrava mais disto" ele pensou enquanto guardava-a com todas as outras coisas na primeira gaveta da escrivaninha. Saiu tropeçando do quarto, desceu escorregando pelo corrimão e correu para fora. Os meninos estavam esperando lá embaixo conversando. Não perceberam que, na sacada, ele estava meio perdido.

- Ei, como eu desço daqui?- gritou para eles.

- Pule, ué! Sugeriu Daiv olhando pra cima. Sima riu.

- Óbvio... - Zeck disse para si mesmo e fez o que Daiv sugeriu. Caiu na frente deles com a agilidade de um gato.

Os meninos atravessaram rápido pelo caminho até a estrada central, depois até a entrada do bosque, junto à coluna. Sobre ela, empoleirada, uma águia parda gigante observava o movimento de alunos que se juntavam ao redor de Jangol e Flora, os preceptodres do residencial - edimenhos sorridentes e animados. Seguravam juntos o estandarte do bosque, preso a uma longa haste de madeira em forma de cruz. Só agora Zeck reparou no dourado quase branco da árvore sobre um fundo verde da cor da coluna, e nas bordas pretas que a contornavam. Jangol passava os olhos por todos os alunos diante deles.

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