Alguém apontou para o grande quadro. Em um primeiro instante muitos achavam que ele estava caindo. No seguinte todos tinham certeza disto e já não havia muito o que fazer. De repente estavam todos embaixo da moldura do quadro, ou melhor, dentro dele. Não se ouviu som de pancada,ou nenhum outro som. Simplesmente um ventinho perspassou o grupo e o salão agora estava negro. Era o mesmo salão, sabiam disto porque dava pra sentir o carpete felpudo debaixo dos pés. As paredes e os quadro, porém, desapareceram.
Pouco a pouco o negror foi sendo substituído por inúmeras bolas coloridas e luminosas e o figura que antes eles podiam contemplar no quadro agora estava ao redor deles muito viva e vibrante, como se de repente fossem gigantes caminhando pela imensidão. O professor Lince também estava ali e quando começou a falar alguns alunos tiveram um sobressalto.
- Muito bem classe, quantos mundos existem? - perguntou
- MUITOS- respondeu a classe em coro
- Mas o que é um mundo?
- Depende.
- Depende de que?
- Da visão que você tem - falou uma menina
- Numa visão menor existe o mundo invisível, o mundo animal, o mundo vegetal...- falou outro aluno.
- Numa visão superior existe o mundo interior, que é diferente para cada pessoa... - disse um outro.
- E no mundo maior tem... o MUNDO MAIOR - empolgou-se Daiv.
- Muito bem turma! - Lince fez sinal de positivo - é muito importante que vocês entendam tudo isso logo no início porque senão não poderemos fazer história. Didaticamente falando, então, tudo aquilo que existe, visível ou invisível, é um mundo em si mesmo, e faz parte de outro mundo, que está dentro de outro, que está dentro de outro... Um mundo dentro de outro mundo e , citando minha amiga Emma, todos com um propósito no plano criativo de Yaddashel. Agora venham até aqui, vou tentar mostrar a vocês o que eu quero dizer.
Link levou a classe até um grupo de bolas de vários tamanhos. Eram sete menores girando ao redor de uma alaranjada grande e brilhante. Os alunos fizeram um circulo ao redor delas.
- Alguem pode me dizer o que é isto?- Lince lançou a pergunta
- É Allakelion - respondeu Suri, o menino de olhos puxados.
- Exatamente. Nosso mundo. Acredito que todos saibam disto- disse Lince. Os alunos confirmaram com a cabeça
- Agora notem - continuou - na nossa realidade um grande mundo tem esta configuração: vários reinos girando ao redor de uma grande estrela ou sol. Em alguns lugares do Mundo Maior, cada reino é chamado de mundo. Isto não é errado, com certeza, mas na minha visão isto é algo limitado demais... Bem não faz diferença agora. Vejam aqui - Lince apontou para a pequenina esfera vermelha e brilhante próxima ao sol. Este é o primeiro reino de nosso mundo. Seu nome é Ponto. É um reino já formado, o segundo criado...
- O que é um reino já formado, professor? - perguntou uma aluna atrás de Zeck
- Significa que não possui mais espaço para crescer ou, em outras palavras, vocês não encontrarão alunos pontianos por aqui.
- A professora Vitória é pontiana - falou Iris.
- Exatamente, pelo menos a uns duzentos anos universais - Lince deu uma risadinha - o que eu quero dizer é que em ponto não há mais crianças ou adolescentes. Apenas jovens e alguns plenos. Mas já que falamos de Vitória, qual é a característica básica dos pontianos.
- São pequenos - respondeu a turma
- Pelo menos na forma básica- completou o professor- mas têm a incrível habilidade de mudarem de tamanho e as vezes até de forma se necessário. Isto não é um dom natural, mas objeto de centenas de anos de estudo. Falaremos disto outro dia... o próximo!
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BIBLION
FantasyQuando se tem 15 anos em Allakelion, nada pode dar errado. Quando se é adolescente em Vernom, o melhor sempre está por vir... ...a não ser que você seja Haizeck e comemore o momento mais importante de sua vida na noite em que as sete luas se alinh...