No resto do trajeto de volta para o residencial, Zeck e Daiv foram explicando para Iris tudo o que podiam sobre o código familiar, ao que ela ouvia com todo interesse.
- Uma língua inventada para vocês se comunicarem entre si? Que genial!
- Na verdade é mais para um código. - disse Daiv.
- Seu pai deve ser realmente fantástico, Zeck - a menina vibrou.
- Eu já te disse que a gente acha que ele possa ser o Cinzento? - Daiv acrescentou.
- Faz todo o sentido se ele for. - Iris concluiu.
Zeck não respondeu, repetindo para si mesmo mentalmente pela centésima vez que não, seu pai não podia ser o cinzento no final das contas. E se Iris e Daiv soubessem de todos os detalhes, com certeza concordariam com ele.
Quando chegaram no residencial já havia ficado decidido que procurariam pelo professor Astor depois da aula da manhã. Daiv chegou a sugerir que faltassem a primeira aula para fazer isso, mas quando se deu conta que era com Iris que ele estava falando se arrependeu profundamente de ter sugerido algo do tipo.
Logo depois da aula de Exploração, os três então se dirigiram com pressa para o Prédio Acadêmico, tentando evitar o refeitório que aos poucos ia se enchendo com alunos tagarelas e famintos.
O Prédio Acadêmico, como você deve lembrar, fica bem na entrada principal da escola, no fim do grande pátio onde os primeiro anistas pousaram no primeiro dia — entre a fonte e o refeitório — Era alto e comprido, em formato de meia lua, cheio de janelas
e colunas de marfim perolado que se espalhavam por três andares. Um daqueles prédios impressionantes de se olhar, mas que você só percebe quando precisa dele. Da única vez em que estiveram ali, eles haviam entrado por uma porta na lateral que dava direto para a sala onde eles tiveram a aula com o professor Dig. Agora era a primeira vez que usariam a entrada principal. Zeck ficou observando como as paredes refletiam uma mistura do azul do céu, do verde da grama e do dourado do sol. Mas sua cabeça estava tão cheia de idéias não muito empolgantes que ele mal conseguiu se impressionar com aquilo.
- Quem estamos mesmo indo ver? - ele perguntou, sem tirar os olhos do prédio.
- Alguém que sabe de tudo e mais um pouco - disse Iris satisfeita.
-Não se preocupe. Eu tenho certeza que o professor Astor vai estar na sala dele. - Iris
assegurou.
- Se você diz... - Zeck deu de ombros.
- Não seja assim, cara. - Daiv deu-lhe um cutucão - Logo logo nós vamos saber se a pista vai nos levar a algum lugar ou não.
- É exatamente esse o problema...
A entrada do prédio era bem no meio dele, no segundo piso, e seu acesso se dava por uma rampa de marfim polido de entonação azulada e cor de rosa. Passava por cima de um riacho que contornava toda a extensão do prédio, parecido com aqueles fossos de castelos medievais, só que mais raso e mil vezes mais bonito. Nele,
vários flamingos de várias cores brincavam de jogar água uns nos outros. Alguns peixes e criaturas das águas se juntavam à festa pulando de dentro d'água e borrifando água na cara dos pássaros.
Quando começaram a subir a rampa, Zeck e os outros perceberam que havia água escorrendo dela. Ela terminava em uma entrada entre duas colunas muito altas e grossas, coberta por um véu esfumaçado bem finoO que foi se dissolvendo conforme se aproximavam e o que eles puderam ver quando entraram no hall principal foi de cair o queixo.
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BIBLION
FantasyQuando se tem 15 anos em Allakelion, nada pode dar errado. Quando se é adolescente em Vernom, o melhor sempre está por vir... ...a não ser que você seja Haizeck e comemore o momento mais importante de sua vida na noite em que as sete luas se alinh...