Capítulo 58

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                DAVI NARRANDO

   Tô puto.
Não suporto Vitória, me liga o dia todo reclamando. Nada tá bom. Tá lá na minha casa, recebendo tudo do melhor e ainda me enche o saco.
Rosa diz não aguentar ela, pedi ela só mais um pouco de paciência, até meu menino nascer. Não fui em nem um pré natal, pedi alguém para acompanhar. Até mesmo Gisele já foi com ela.

O morro tá uma bagunça só. Valter já não tá muito no comando, pesando em aposentar e me passar o comando do morro. Na verdade a muitos anos que eu já tomo conta disso tudo.
A várias dívidas, muito noiado devendo, mandei uns vapor irem atrás para receber. Se não pagar meter o dedo. Já tô puto, correndo maior risco de ser preso para uns filhos da puta pegar minha droga e não pagar.
  

E além disso tudo tem Bárbara sempre me evitando. Não há vejo tem alguns dias. Vi ela de longe na academia, uns dias atrás, tá maior gostosa vi também umas fotos que ela postou no Instagram.

  Estou pegando uma mina aí, o nome dela é Yasmim, aquela mina que levei no níver do Lucas. Ela é muito gata e legal, não mereceu o que eu e Bárbara fizemos com ela.

Hoje é sábado. Marquei um baile para descontrair um pouco e precisava vender, dia de baile muito droga se vende e tem várias patricinhas gatas.

Estava de boa na boca, quando me chamam pelo rádio.

- Vão invadir chefe - escuto Ganso.

- QUE MERDA - grito.
Jogo meu rádio na mesa, pego minha AK 47 e coloco algumas munições no bolso.
Guerra de facção, não to acreditando nisso.
PP dono do alemão que tá por trás disso tudo.

- VOU MATAR AQUELE DESGRAÇADO - falo com Lucas que me esperava, já montado na moto.
Subimos doidos até nosso ponto, a torre celular, onde víamos de tudo a parte mais alta do morro, de lá eu conseguia comandar tudo.
Os soldados já nos seus lugares. Cada beco, cada esquina ou cada escada tinha saldado. Tudo aquilo já havia sido ensaiado, cada um tinha sua posição. A sirene foi tocada para que os moradores fossem alertados. Só via moto descendo e subindo.
Os desgraçados já começaram a subir, eram muitos. Escutava vários tiros e pessoas gritando.

- METE BALA SEM DÓ - grito pelo rádio de Lucas, meu ficou na boca.
Começo a meter bala nos filhos da puta.
Só via neguinho caído.

Com quase duas horas de tiroteio, fui avisado no rádio que eles começaram a recuar.

- A guerra é nossa mais uma vez, porra- falo com Lucas.

  - Entra não fi - ele fala rindo.

- Achei que íamos tomar no - falo pois tiamos pouca munição.

- Davi? - chama Valter (meu Pai), pelo rádio.

- Que é? - falo.

Eu...  - ele fala,escuto um tiro e mais nada. Chamo ele várias vezes mais nada de respostas.

Dá torre vejo que uma roda se formou, em um dos becos. Eu e Lucas montamos na moto e descemos até lá. Havia vários dos nossos baleados.
Quando chego todos me olham, e corro para ver o que havia acontecido. Me deparo com Valter baleado na cabeça, já sem vida.
Gisele logo chega chorando e caindo sobre o corpo. Não tive reação, não sabia o que fazer.
Gisele gritava e algumas pessoas tentaram a levantar.

- Se afastem... Não tira foto porra - fala Lucas.

Olhei bem para Valter, vou achar que fez isso com você pode ter certeza, penso.

AO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora