Capítulo 63

4.1K 283 34
                                    

           BÁRBARA NARRANDO

Quando saímos do morro, vejo uma moto nos seguindo.

- Não acredito - falo.

- Que foi? - pergunta Paty.

- Davi mandou guardas atrás de nós - falo e ela olha para trás.

- Ser mulher de chefe é foda, tem até guarda... Quem sabe não arrumo um chefe - fala brinca.
- É o Guilherme que tá na moto... Tava pegando ele - ela se abana com as mãos.

- O bonitinho da moto azul? - pergunto.
Olho para o retrovisor central e vejo mesmo a moto azul.

- Ele é muito gostoso... Saudades...

Estacionei o carro em frente ao banco e Paty atravessou a rua e foi ao outro banco.
Depósito meu dinheiro e vou para o carro esperar ela.
Mexia no celular distraída, quando bate no vidro do carro, levo susto e olho, é a piranha da Paty.

- Que porra, levei maior susto - falo quando ela entra, morrendo de rir.

- Foi engraçado - ela fala com dificuldade pois ria muito.

- Não foi não - falo séria.

Voltando para o morro vejo que a moto, continua nos seguindo.
Paro num semáforo quando um barulho do lado de fora me chama a atenção, um carro branco ao lado do meu, canta pneu.
Dois homens desce do mesmo, apontando para o meu carro.
Começo a tremer.
Olho para Paty que está assustada.

- Aceleraaa - ela diz.
Só que com o trânsito a minha frente não tinha jeito.

Eles batem no vidro com força.
- Desce porra - um deles grita tentando abrir a porta.

Escuto barulho de tiro e me abaixo. Eu e Paty gritamos com o susto.
Escuto mais barulhos de tiro, depois de um tempo batem novamente no vidro. Com medo levanto devagar e vejo que um dos guardas do Davi.
Os homens estavam caídos no chão.
Destravo a porta e ele abre.

- Estão bem? - Guilherme pergunta.
Sem reação, confirmo com a cabeça.
- Esses cuzão são do alemão... Vamos meter o pé que pode ter mais - ele fala.

- Que... que eles estavam fazendo? - gaguejo ao perguntar.

- Algo com você - ele responde.
- Vamos vazar se não os vermes chegam...

- Não consigo dirigir...

- Ela vai - ele aponta pra Paty.

- Tô tremendo porra - fala ela.

- Vai com elas - fala o outro cara que mexiam nos bolsos dos homens no chão.

Saio do carro entrando no banco de trás e ele entra dando partida no carro.

- Você tá bem Paty - ele pergunta todo preocupado, Paty apenas confirma com a cabeça.
Fomos calados até o morro, minha garganta não passava nada.

- Vão ficar onde? - ele pergunta.

- Na minha casa...
Chegamos em frente minha casa ele estacionou o carro na rua e descemos.

- O carro tá com algumas marcas - ele fala olhando a traseira do carro.
Vejo três marcas de balas, dois no porta mala e uma pouco mais embaixo.

- Obrigada Guilherme... se vocês não estivessem ido... - até para de falar, pensando no que poderia ter acontecido.

- Vou subir para casa, amiga... Fica bem tá ?- Paty me abraça.

- Vou contigo - fala o guarda.

- Não precisa Guilherme - fala Paty e saí andando.
Ele me entrega a chave do carro e vai atrás.

Guilherme é moreno bonito, corpo magro e algumas tatuagens.
Entro e procuro alguém remédio, minha cabeça parecia explodir.

- Que procura? - pergunta Aline entrando na cozinha.

- A porra de um remédio para dor de cabeça...
Tentaram me matar... Ou sei lá sequestrar, roubar meu carro não sei... Sorte que já guardas estavam atrás...

- Meu Deus, amiga...

- Vou me deitar um pouco - falo indo em direção ao quarto.




  

AO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora