Quase morta.

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|Narração Vivian|

O balanço do carro estava me dando enjoo, e já fazia muito tempo que andávamos e eu não enxergava nada pelo vidro do carro ser escuro demais. A estrada era de chão e eu já sabia que não estávamos indo jantar coisa nenhuma.
— Não vamos jantar não é? — perguntei baixinho e ele começou a rir junto dos seus capengas.
— Como você é engraçada! — me olhou rindo ainda.
— Pra onde você está me levando?
— Você já vai saber princesa... — seu tom de voz era com bastante sarcasmo.
Segurei o choro na garganta e poucos minutos depois chegamos em um lugar que eu não fazia ideia de onde era.
— Vem princesa! — me puxou com brutalidade para fora do carro.
Ele me jogou no chão e parecia um lugar deserto, não havia muita iluminação e eu me apavorei mais ainda.
— Podem ir... — fez um sinal para os seus capangas.
Dois deles me seguraram e os outros dois me batiam sem parar. Era muitos chutes e socos.
— Por favor para... Por favor! — implorei com a voz falha que mal conseguia falar. As dores eram insuportáveis e eu desejei morrer novamente para que pudesse não sentir tanta dor assim.
Antoni acendeu o seu charuto e ficou me observando apanhar de braços cruzados.
— Eu estou grávida, por favor para... — implorei novamente e ele mudou sua expressão fazendo um sinal para que eles parasse.
— Como que é? — se abaixou até a mim e soltou a fumaça na minha cara.
— Estou grávida de 16 semanas... Descobri a poucos dias! — sussurrei gemendo baixinho.
— Podem continuar, até ela perder essa coisa... — se levantou me olhando sério.
— O que? Não! — olhei apavorada e apaguei. Eles me bateram tanto que eu acabei desmaiando. Não senti mais nada e pensei: "Tomara que eu nunca mais acorde."

(...)

Meus olhos estavam pesados. Eu não conseguia abri-los e sentia eles pesados. Meu corpo eu nem sentia mais, apenas dores. Com um pouco de dificuldade abri o olhos e consegui ver o ambiente que eu estava, era um quarto de luxo. As paredes eram pintadas de um tom de dourado, e a luz estava um pouco baixa, apenas o abajur iluminava o quarto. A porta se abriu revelando alguém.
— Oi... — uma voz sussurrou do e eu olhei aquele homem ali, eu não esperava vê-lo.

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