Obra do destino.

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|Narração Vivian|

A rua estava escura e eu tinha a sensação de estar sendo seguida por alguém. Aumentei os passos ao ver um barzinho logo na frente, eu estava chegando no centro da cidade. Suspirei aliviada e senti alguém me pegar por trás e colocar uma faca no meu pescoço.
— Passa o dinheiro e tudo o que você tiver gatinha... — a voz sussurrou e eu estremeci.
Eu não sabia o que pensar, eu tinha um filho pra criar e um marido com leucemia, eu não podia morrer. Então minha primeira reação foi entrega o único dinheiro que eu tinha.
— 20 dólares? Fala sério! Passa o celular, relógio, tudo... — estendeu as mãos.
— Ei, você... — ouvi uma voz gritar de longe e o moleque que estava com a faca saiu correndo para a outra direção com o meu dinheiro em mãos.
O homem que havia gritado se aproximava enquanto eu estava imóvel com as lágrimas descendo pelo meu rosto. Quando eu o olhei reconheci de cara, era meu o meu chefe, o Luan.
— Vivian? — perguntou confuso.
— Luan, onde você vai? — a loira gritou e eu reconheci, era sua irmã Bruna.
— Você está bêbado? — perguntei pois ele ria para a irmã que se aproximava.
— Garçonete, o que você faz aqui na rua essas horas? — riu com deboche, ela também estava muito bêbada.
— Ham, eu... — gaguejei e olhei para os meus pés congelados. Eu não sabia o que dizer.
— Aquele ladrãozinho de merda te machucou? — Luan perguntou preocupado.
— Não, ele só levou meu dinheiro... — sorri de canto.
— Vamos Luan, Karina está louca pra conhecer sua cama. — Bruna falou num tom malicioso.
— Ah Bruna, eu não estou afim dela, vou embora com a Vivian. — se aproximou me abraçando e eu estremeci.
— O que? — perguntei sem entender.
— Para de ser chato Luan, vamos comigo! — Bruna choramingou.
— Vivian acabou de ser assaltada eu não posso deixar ela voltar pra casa sozinha. — disse ele meio embolado e eu suspirei. Dois bêbados brigando em minha frente e eu só queria ir até a farmácia.
— A garota com certeza está ocupada, não é? — me olhou e eu abri a boca pra falar mas entendi o que ela quis dizer.
— Eu só estava indo até a farmácia. — encarei Bruna, ela estava querendo insinuar outra coisa que eu sei.

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