Heloyse
- E você disse "não"?
- É claro, Cielo! Eu não posso aceitar o que ele quer. Isso é ridículo.
- Bom, eu concordo, querida.
- Mas...?
- Mas também admito que, saber que Will pediu para passar um tempo com alguém... É estranho. Quer dizer, vocês fizeram aquilo - ela disse ficando vermelha - e eu queria matá-lo quando fiquei sabendo que ele se foi, sem ao menos conversar com você. Ainda assim, eu sempre soube que ele não passava muito tempo com a mesma mulher.
- Claro! Ele não "recicla" os encontros com as mulheres que ele trata como lixo.
- Lisy, eu sei que o que Johnson te contou sobre Will, é horrível e a cena com Mary, o fez parecer um vilão. Mas, Will não é um cara ruim. Ele só está perdido nessa vida. É um homem que pelo jeito, gosta muito de sexo - ela corou novamente - mas, tem medo de se relacionar. E, apesar de tudo isso, ele é bom.
- Você diz isso porque ele foi o melhor amigo de Martin e os ajudou. Isso é maravilhoso. Só que eu não posso me submeter a uma pessoa assim. Eu também, assim como ele, não quero relacionamento e por isso, não estou a fim de ficar me esfregando por aí.
- Lisy, não estou dizendo para aceitar o que ele lhe propôs. Isso seria contra meus princípios. Eu só quero que você saiba que ele não é um homem bom só porque nos ajudou ou foi amigo do nosso filho. Eu só quero que você enxergue quem ele realmente é. Will precisa de ajuda. A vida não foi fácil para ele. Ele só tem medo de se apegar e depois terminar sozinho. Eu sei disso.
- Bom, eu também não quero me apegar, por isso prefiro ficar onde estou. Sem complicações para minha cabeça.
- Vocês dois são tão iguais. Ambos com medo de terminarem sós, embora, ele não assuma isso. Mais um motivo para estarem juntos.
Cielo colocou a forma de bolo no forno e limpou as mãos no avental. Ela puxou uma cadeira e se juntou a mim.
- Eu ainda não acredito que ele te contou sobre o Wallace.
- Pois é! Mas há algo mais e ele não quis me contar.
- Pode ter certeza que isso foi um enorme começo. Você está mexendo com a cabeça dele. Ele não fala sobre a vida dele pra ninguém.
- Do que os pais dele morrerem?
Cielo abaixou o olhar e respirou fundo. Ela me fitou por um tempo até finalmente, responder.
- Eu já disse que não me sinto no direito de contar alguma coisa. Mas, a questão é que Will sentiu que podia dividir alguma coisa com você. Isso não faz com que você se sinta especial?
Eu não era especial para ele. Pensei que eu seria, mas, as atitudes dele diziam o contrário.
- No momento, a única coisa que sinto, é tristeza.
***
Duas semanas se passaram e até meus ossos pareciam doer. Me chamem de dramática, se assim quiserem.
Eu o queria a cada dia mais. Deitava e fechava os olhos tentando lembrar o toque das suas mãos na minha pele. E essas noites eram tão difíceis. Havia dias em que eu deixava a água do banho levar todas as minhas lágrimas até os dedos ficarem enrugados. Eu não podia repetir o mesmo erro que cometi com Michael. Eu não iria até sua porta, implorar amor.
Estava tão cansada de ser sozinha. Tão cansada de amar em vão. O tempo estava passando e eu não enxergava a felicidade no fim da estrada. Eu não o enxergava nela.
Deitei em minha cama e fiquei olhando para o teto. Depois, sentei e resolvi sair um pouco. Coloquei a mão debaixo da cama para pegar um calçado e senti algo frio sob meus dedos. Puxei e vi o medalhão em ouro, com a letra "A", pendurado em um cordão preto. Era o cordão que ele sempre usava por baixo de alguma blusa.
Lembro que ele retirou junto com suas roupas molhadas e quando fomos dormir, colocou sobre a mesinha.
Droga! Recordar aquela noite era doloroso.
Me perguntei o que significava aquele "A". Será que foi alguém que Will amou? Será que ele já amou alguma mulher nessa vida? Peguei o cordão com o medalhão e coloquei dentro de uma gaveta.
Um barulho chamou minha atenção. Corri até a porta e foi quando eu vi sua caminhonete. Ele desceu do veículo e ficou me olhando, como se tentasse criar coragem para me dizer algo.
- Como vai? - ele perguntou.
- Eu estava indo bem. E você? - respondi com o coração palpitando rápido.
Ele se aproximou e parou na minha frente.
- Que bom que você estava, porque eu tenho estado em um inferno desde que você saiu daquela fazenda - ele tocou no meu rosto. - Senti sua falta.
- Demorou duas semanas para sentir a minha falta?
- Não. Demorou duas semanas para que eu perdesse o controle e viesse atrás de você. Foram as piores semanas que eu já tive.
E dizendo isso, ele me beijou.
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UM PONTO DE PARTIDA
RomanceApós a morte de sua família, Heloyse se apegou a quem esteve do seu lado durante este momento difícil. De repente, encontrou-se abandonada, sem um rumo ou uma motivação para seguir em frente. Até que em um determinado momento da sua vida, resolve sa...