Capítulo Cinquenta - A briga

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Heloyse




Will estava deitado olhando para o teto, enquanto eu ainda estava em cima dele, abraçada.


- Eu sinto muito, pelo beijo. Eu...


- Sério? - perguntou com ironia.


Eu levantei e Will segurou meu pulso, novamente fazendo com que eu ficasse sentada em cima dele.


- Me diz por que deixou que ele te beijasse.


- Adiantaria, Will? Você acreditaria? Porque eu não quero ver você me olhando, desconfiando de mim como se eu fosse uma vadia. Afinal, não foi disso que você me chamou?


- Eu não disse isso... Eu disse... Droga! Eu fiquei louco. Atormentado. Você não sabe o quanto eu fico perturbado quando penso que você pode ser de outro.


- Eu não saberia como ser de outro, Will. Você me fez esquecer isso.


Ele respirou fundo e me abraçou.


- Eu deixei Johnson me beijar e depois que ele me beijou, ele soube que o beijo dele não me fazia sentir nada. Ele soube que eu nunca o beijaria como beijo você e que nada faria com que eu o amasse, porque eu amo você. E sinto muito se magoei você, também -- eu disse, não conseguindo segurar o choro.


- Não, Lisy - ele disse ainda abraçado a mim. - A única magoada aqui é você. Você sempre foi sincera com ele. E eu... Eu a machuquei. Eu disse algo tão feio e não é a primeira vez. Eu não queria...


- Eu sei. Me perdoa!


- Como pode me pedir perdão?


- Eu quase coloquei tudo a perder com aquele beijo. Eu magoei você e quase o perdi.


Will permaneceu abraçado a mim por vários minutos. Havia medo entre nós. Medo de quebrar aquela bolha.


- Ah, Lisy... Como eu fui amá-la? Eu não sei lidar com algo grande assim.


E permanecemos abraçados, até nossos músculos doerem. Horas depois, eu preferi ir para casa. O clima ainda era triste entre nós.


Will me deu uma camiseta e eu vesti por cima da minha blusa rasgada. Depois, ele me levou até em casa. Eu lhe dei um beijo breve nos lábios e entrei.


Ele dizendo que me amava, era algo que não saía da minha cabeça. Fiquei por horas me recordando das suas palavras. Com certeza ele também estava pensando sobre tudo o que houve e certamente, aquilo o assustou.


Eu estava tendo uma confusão de sentimentos. Eu estava feliz ao extremo por saber que ele me amava e logo, me entristecia quando pensava que talvez, ele tenha dito em um momento de luxuria. Será que era verdade? Será que ele se arrependeria?


Nos dois dias seguintes, não nos vimos nem nos falamos pessoalmente, apenas por telefone. Ele precisou ir até a fábrica de grão de milho, para analisar a contabilidade. Ele fez o convite, mas, preferi ficar.


Fui até a cidade ver como tudo estava indo.


Mais um dia se passou e tirariam as medidas para fazer o balcão. Também precisava ver a questão da licença e ainda tinha uma cozinha para arrumar. Tudo corria bem nesse sentido. Porém, a falta que ele me causava era tão forte. Eram apenas dois dias e era como a eternidade.


Cielo foi até o salão de Victória, ver como ela estava e Patsy havia passado para dar um "oi". Ainda era estranho, mas, com tempo, me acostumaria. Ela estava tendo um relacionamento com o senhor Marz.


Sim, ele era um viúvo de quarenta anos. E apesar dos comentários maldosos, não achava que ela estivesse com ele pelo dinheiro, afinal, ela também era rica e até mais do que ele.

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