Capítulo Quarenta e Nove - Nem tudo é o que parece

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Heloyse


A reforma do salão tinha se iniciado e eu estava ansiosa.

Megan havia nos visitado uns dias atrás e Cielo já não tinha mais os olhos inchados. Havia momentos em que seu semblante era caído, mas, ela sempre achava algo para distrair a cabeça.

Will tinha ido até o salão, me deu um beijo e foi para Fort Worth. Tinha levado alguns cavalos para serem vendidos.

Antes, enviou alguns empregados para ajudarem os empregados da fazenda Ferrel a fazerem todos os reparos sem cobrar um centavo.

Tudo estava indo muito bem, exceto pelo fato da caminhonete não funcionar. Não era a primeira vez que isso acontecia. Já era a terceira vez na semana.

Eu girava a chave e nada acontecia. Já era noite e eu precisava ir para casa. Antes, eu queria ver Will. Talvez ele já tivesse voltado.

Eu pensei em ligar e pedir para que viesse me buscar, mas, meu celular estava descarregado.

- Precisa de ajuda?

- Oh, meu Deus! Você me assustou, Johnson.

- Desculpa - ele disse sorrindo. - Mas e aí? Precisa de ajuda?

- Não... Quer dizer... Não funciona.

- Eu não entendo nada de carros, porém, eu entendo que um bom mecânico seria o ideal. Como não há nenhum há essa hora, eu a levo para casa.

- Acho melhor, não. Ainda assim, obrigada!

Ele se aproximou da caminhonete, colocou as mãos na porta e sorriu.

- Você sabe que eu só quero ajudar. Além do mais, seu namorado quando vem de Fort Worth sempre faz uma pausa naquela lanchonete ali. Isso é um ritual para ele. Ele toma um café, conversa com alguns rancheiros e depois vai embora. Há vezes em que ele passa uns dois dias em Fort Worth. E ele não apareceu na lanchonete para tomar seu café. Com certeza, ele não volta hoje.

- Como sabe de tudo isso?

- Lembra que eu tinha uma irmã louca por ele? Sem contar que eu vi quando o caminhão com os cavalos passou.

- Se ele fosse ficar por mais de um dia, teria me avisado.

- Para você ver o namorado irresponsável que você tem.

Eu fiz uma careta quando Johnson se referiu a Will daquela forma. Senti-me extremamente incomodada.

- Tudo bem! - ele disse, levantando as mãos em sinal de rendição. - Me desculpe. E você não me disse se aceita a carona.

O relógio marcava onze da noite e eu não tinha outra opção. Eu não poderia pegar o celular do Johnson e ligar para o Will. Se eu ligasse para Cielo, ela não teria como me buscar. Por mais que lá tenha outra caminhonete, ela não sabia dirigir. Calvin estava ensinando-a. Antes de Thom morrer, ela nunca havia se importado com isso.

Eu não queria incomodar outras pessoas, como Calvin, por exemplo.

- Tudo bem -- falei, temendo me arrepender.

Eu fechei a porta da caminhonete e segui Johnson até seu carro. Ele abriu a porta e entrei.

Minutos depois, estávamos na estrada.

- Isso que vocês têm é realmente sério, não é? Até agora não acredito.

- Sim.

- Isso é novidade. William O'Connor, amando... - ele riu e depois continuou - É hilário.

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