Michael
"Vai se ferrar!".
"Desliga, Will!"
As palavras ainda ecoavam em minha cabeça. Ela estava com outro. E com que direito eu poderia reclamar? Eu estava sendo um verdadeiro canalha. Dispensei a mulher que eu amava para ficar com outra.
Eu não sabia onde ela estava. A casa não estava à venda e a cafeteria continuava funcionando. Talvez, ela tenha ido para uma viagem de passeio. Mas para onde? Ela só tinha a mim.
Como eu pude fazer isso com ela? Lisy só tinha a mim e mais ninguém. Talvez agora, haja outro.
Eu coloquei meus cotovelos sobre minhas pernas e as mãos sobre meu rosto. Eu havia feito tudo errado. Errei com Lisy. Errei com Alice. Errei comigo mesmo.
Observei Alice chegar do mercado com meu filho. Os dois chegaram tão felizes, contando o que compraram para o almoço de domingo. Eu me senti mal. Eu queria poder me sentir feliz como eles e naquele momento, isso era algo difícil.
Alice, com o decorrer dos dias, sabia melhor do que eu, que eu ainda amava Lisy. Mesmo assim, me recusei a deixá-la. Então, ela prometeu me amar assim mesmo e conquistar meu amor.
Coitada! Isso não era justo.
Ela era tão linda. Podia ter tido o homem que quisesse. Alguém que a amaria tanto quanto ela me amava.
Mas, à noite, quando estamos juntos em nossa cama, imaginar Alice com outro, me enchia de ciúmes.
Oh, meu Deus! Seria possível amar duas pessoas?
Eu queria olhar para Alice e seguir em frente com ela. Eu sei que jamais terei Lisy novamente.
Eu queria poder olhá-la e desejar passar o resto da minha vida ao seu lado, como um dia, eu quis com a Lisy.
Levamos Erick para dormir na casa do Finn. Era filho do meu amigo. A amizade deles era algo muito bom, já que Erick havia vindo para Boston e não conhecia ninguém. Ele fez alguns amigos na escola, inclusive Finn.
Algum tempo mais tarde, Alice e eu estávamos em casa.
- Vou subir, querido. Você vem?
- Hã? Ah, sim... Daqui a pouco.
Alice subiu as escadas e fui até o armário, peguei minha garrafa de vinho favorita e tomei um gole.
"Desliga, Will".
Eu queria tirá-la da minha cabeça. Eu queria que Alice fizesse isso.
Meia hora depois, eu já sentia o cansaço no corpo. Alice devia estar se perguntando por que não subi mais cedo. Tomei o último gole do vinho e subi. Eu fui andando e desfazendo o nó da minha gravata e parei assim que olhei para dentro do quarto.
Alice havia tomado banho. Os cabelos negros e molhados caídos para frente enquanto se inclinava para passar hidrante em sua perna. A fina camisola transparente e curta revelava seu corpo sob a luz.
Ela era muito mais linda do que me lembrava. Éramos tão jovens e apaixonados naquela época. Mas, agora, ela havia se tornado uma mulher. Uma mulher linda, cheia de curvas e os lábios ainda eram cheios, como eu me lembrava.
Quando ela ergueu a cabeça para tirar os fios de cabelo que estavam debaixo da alça da camisola, vi seus seios empinarem levemente para frente. Ela era perfeitamente linda. Vi sua expressão de susto quando me avistou parado à porta. O rosto branco, agora corado.
- Não vi você aí.
Eu não disse nada. Nem poderia. Não diante daquela visão. Terminei de tirar a gravata do meu pescoço e me aproximei dela.
O cheiro floral do seu perfume, junto com a fragrância dos seus cabelos, tornava-se um aroma inebriante. Eu passei a mão em seu pescoço e senti sua pele se arrepiar. A pele macia deslizava em minhas mãos e eu senti todo meu corpo ferver. Quando meus dedos passaram em sua bochecha, ela fechou os olhos e apreciou meu toque.
Era tão linda. Eu queria tanto amá-la. Eu não conseguia evitar a vontade de tocá-la.
Desfiz o laço frontal da sua camisola e vi quando ela soltou sua respiração. Eu faria mais do que desfazer aquele laço. Deslizei as alças de tecido fino e observei a peça cair em seus pés. A calcinha rendada era preta. Tão delicada quanto Alice.
- Você é linda! - eu disse, tocando seu abdome liso.
Seus dedos se movimentaram até minha camisa, desabotoando os botões numa calma assustadora. Isso me deixava mais ainda à beira da loucura.
Quando ela terminou, eu deslizei minha camisa e deixei cair ao chão. Minutos depois, já não tínhamos nada entre nós a não ser sua delicada calcinha rendada.
Peguei Alice no colo e coloquei-a sobre a cama.
Ela havia se tornado uma mulher em todos os sentidos. Era determinada e não aquela garota frágil que conheci. Era sorridente e uma mãe maravilhosa, uma mulher dedicada. Meu peito se encheu de orgulho.
Eu beijei seus ombros, seu pescoço, seus seios. Direcionei meus beijos para sua barriga e suas pernas. Eu a beijei com adoração.
Desde quando começamos a morar juntos, eu havia tido relações com ela, mas, nada como agora. Nada tão paciente, tão sereno...
Eu voltei minha atenção aos seus lábios rosados, me deliciando com o som que saía da sua garganta. Aquilo levava ondas de excitação em todo meu sistema nervoso.
- Oh Michael... Por favor!
Ela arranhou meu coro cabeludo fazendo minha pele formigar. Ela era definitivamente tão doce. Eu estava dolorosamente excitado com o som que saía da sua boca.
- Eu te amo, Michael!
Eu parei e olhei em seus olhos. Eu simplesmente congelei.
- Não precisa me responder. Eu te amo por nós.
Algo subiu em minha garganta e não sabia o que era. Era como uma sensação que me sufocava. Como uma emoção engasgada aqui dentro de mim. Eu colei meus lábios aos dela e a beijei firmemente. Eu precisava estar com ela naquele momento, então eu o fiz.
Quando eu senti seu calor me apertando eu gemi pesadamente. O que era aquilo? Eu não sabia como chamar aquela sensação.
Nos movimentávamos lentamente, variando entre olhares e beijos. As respirações ofegantes e nossos gemidos eram os únicos que invadiam o quarto.
Ela fechou os olhos jogando a cabeça para trás e tremeu com a sensação do orgasmo. Era linda a forma como ela fazia isso.
Eu me movimentei por mais alguns segundos e me desfiz. O suor escorrendo em meu rosto enquanto eu me acalmava. Foi diferente. Eu sei...
Eu a amava mais do que amei Lisy? Eu a amava? Eu estava confuso.
Eu observei seus olhos abrindo e me olhando com tanta doçura, que eu senti vontade de abraçá-la.
Aqueles olhos pediam amor. Olhei novamente para seu rosto. Seus lábios agora formavam o mais leve sorriso. Eu os beijei com necessidade. Havia necessidade em mim. Senti vontade de amá-la. Eu precisava disso. Ah, como eu precisava.
Iria amá-la!
Eu me apeguei a uma promessa, embora, eu não soubesse ao certo, se iria cumprir.
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UM PONTO DE PARTIDA
RomantikApós a morte de sua família, Heloyse se apegou a quem esteve do seu lado durante este momento difícil. De repente, encontrou-se abandonada, sem um rumo ou uma motivação para seguir em frente. Até que em um determinado momento da sua vida, resolve sa...