Problems In Love [Jelena]

Você Não Está Sozinha, Selena.

(Point Of View Selena Gomez...)

Uma semana e meia depois...

- Por favor, me deixa sozinha. - Digo antes de cobrir meu rosto com o cobertor rosa das princesas que Nina me emprestou.

Têm sido os piores dias da minha vida, na maioria deles eu quase não saio da cama, poderia listar com facilidade o que fiz desde que deixei a cabana no meio da madrugada e não são mais que três itens que preenchem essa lista. Me lembro de abrir meus olhos a exatas quatro da manhã, pegar a mochila com algumas coisas pessoais que deixei arrumada horas antes de Justin me encontrar no parque na madrugada e escrever um bilhete com pressa, eu estava com tanto medo de o acordar que simplesmente joguei o pedaço de papel sem ao menos ver onde foi parar, arrumei as alças da mochila nos ombros e com cuidado fechei a porta, não queria que ninguém me visse, não queria me explicar, eu não podia.

Então com muito cuidado para não acordar Madison e Christian que estavam dormindo no sofá eu abri a porta, fechei e caminhei pela neve abraçando meu corpo, as blusas e o casaco pesado me aquecia, mas o medo me fazia tremer. Fiz exatamente tudo que Walter me mandou fazer, eu tinha o dinheiro contado para voltar para Long Beach e se quiser, sumir de lá, mas eu não quis fazer isso e quando pisei no ônibus tudo que fiz foi chorar, havia uma moça com talvez cinquenta anos do outro lado que ficou muito preocupada comigo, ela também estava indo para Long Beach e me acolheu como uma filha pelas longas horas de viagem.

Quando chegamos e deixamos o ônibus, seu marido a esperava e depois de ouvir parte da minha história não me deixou ir sozinha, eles me deram carona até a lanchonete da Pattie e fiquei surpresa em saber que moravam a poucos minutos dali, a esse momento eu já havia abandonado os casacos, não estava calor, porém eu não tinha que aturar a neve e mesmo me sentindo mal consegui fazer o que queria. Se eu fechar os olhos posso me lembrar do susto, da surpresa e da confusão que tomou o rosto de Pattie quando me viu adentrar sua lanchonete, me lembro das broncas que levei sem merecer, pois se me lembro bem sai da minha cidade sem ter o benefício de escolha, mas também recebi abraços, a chave da minha casa, que eu achava que não tinha mais pois não pagava o aluguel ao senhor Hugo desde que fui embora, meu dinheiro é meu por direito por ter trabalhado para ela, e Yara de volta, o que me fez chorar pela tamanha saudade.

Pattie me questionou muito sobre o motivo de eu estar ali, também me perguntou onde estavam os meninos e eu não respondi, não consegui, apenas deixei a lanchonete sem olhar para trás, mas antes que eu pudesse sair totalmente esbarrei em quem jamais esperava. Era Nate, o amigo que eu fiz um pouco antes de sair da cidade, novamente vieram as broncas, a indignação pelo meu sumiço, a saudade e a surpresa, porém a surpresa foi maior assim que a moça gentil do ônibus o chamou de filho, ela ficou extremamente feliz de saber que nos conhecíamos, então sem ao menos perguntar se eu queria jantar em sua casa ela me arrastou até lá, Nate me fez contar o que aconteceu e eu menti em algumas partes, toda sua família entendeu minha situação e novamente sua mãe, que se chama Donna, me convocou a ficar em sua casa, mesmo que eu tenha uma, até eu me sentir bem e segura para finalmente ir para a minha casa.

Eu chorei quando entrei, não tinha absolutamente nada fora do lugar ou sujo, eu sei que Pattie vinha sempre pois ela me disse isso quando me entregou a chave, mas o choque foi o mesmo, a saudade e o medo de que Walter volte ainda estão presentes, mas não posso simplesmente deixar minha casa, o lugar que conheço para começar outra vida por causa de uma pessoa sem coração, eu não tenho como fazer isso e ele me pediu para sumir de Colorado Springs e ficar longe de Justin, é o que estou fazendo. No momento, me encontro deitada na minha cama, eu não saio muito daqui e gostaria de não estar sentindo o que estou sentindo, não era para machucar tanto assim, eu não deveria, mas não posso evitar a dor silenciosa que incomoda o meu peito a cada segundo.