• capitulo 3 •

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Teresa

Eu estava desesperada naqueles corredores. Meu coração acelerava e achava que iria morrer ali mesmo.

Não poderia perder mais um, entrei em estado de choque, lembrei de Guilherme e ai que tudo começou a ficar mais desesperador. Muitos falam que o tempo ameniza a dor, a minha amenizou, mas o Guilherme sempre será o Guilherme, me deu o meu maior anjo da vida, minha Sabrina.

— Acompanhantes de Deivid Assunção? - O médico disse com uma prancheta.

Me levantei rapidamente com os olhos embargados de lágrimas.

— Pode falar doutor, ele está bem? - Falei rápido.

— Bom, o caso de Deivid está grave, ele vai ser conduzido para um hospital particular, ele precisa fazer a remoção da bala e um doador para o sangue dele. - O médico disse me olhando com pena.

— Qual tipo de sangue que ele precisa? - Perguntei.

— o -, ele será levado ao hospital e lá pediram o sangue, aconselho que achem um doador o mais rápido. Com licença! - O médico disse saindo.

Fiquei andando de um lado e de outro.

— Qual é teu sangue? - Bruno perguntou.

— B -, e o seu? - perguntei enxugando as lágrimas.

— A+... - Bruno disse e passou a mão no rosto. - Vou atrás de alguém com o sangue. Mas que porra, o sangue dele é raro. - Bruno disse saindo dali todo bravo.

Fiquei ali paradinha e logo veio a moça com papéis pra mim assinar pra ele ser transferido.

****

Bruno

Cheguei na sala de espera e minhas crias tava lá, Henrique na hora que me viu deu um pulo vindo em direção.

— Colfoi, tá com cara que tá aprontando... - Falei desconfiado.

— Que nada pai, to na boa. - Henrique disse rindo. - Aonde vai? Posso ir junto? - Ele perguntou e eu Assenti.

Fui caminhando com ele até a boca, tinha vários vapor lá.

— Geral ai, quero que vão atrás de alguém pra doar sangue “ o - ”. Quero que demore não! - Falei balançando a cabeça e vendo os moleques saírem.

Fui caminhando de volta pra casa com Henrique.

— Ê pai, tu me da uma coisa? - Henrique disse e eu olhei desconfiado.

— Da oque? - Perguntei entrando em casa.

— Camisinha, no ps nem tinha hoje. - Henrique disse passando a mão no rosto.

Olhei pra ele e ri, subi pra tomar uma ducha, me vesti e logo desci com a fuzil.

— Quer comer quem em? - Perguntei e Henrique deu um pulo do sofá aonde tava vendo porno no celular.

— Poxa pai, tu nem tá ligado quem eu queria, mas a mina é tão difícil. - Henrique disse bufando.

Olhei pra ele e ri pelo nariz, Henrique com seus 12 anos era a minha cópia, esses tempo chamaram Maria Victoria na escola porque o mesmo tava levando a meninas pro quartinho da tia da limpeza.

— Ih, com o tempo elas se rendem. - Falei lembrando da mãe dele. - Toma, e nem abra o bico perto da tua mãe moleque. - Falei tirando do bolso e dando a camisinha.

—É nois coroa. - Henrique disse guardando no bolso e fazendo um jóia.

— Ih Colfoi Henrique, respeito moleque. - Falei dando um tapa na cabeça dele.

Fomos descendo a rua de casa quando do nada aparece uma mulher, ela veio em minha direção com uma menina do lado.

— Bruno Bruno... Oi, eu tenho o sangue que o Deivid precisa. - Ela disse com a respiração desregulada.

— Bora pro ps. - Falei caminhando . - E quem é tu? Nunca te vi por aqui. - Perguntei olhando pra ela.

— Eu sou a mãe da filha do Deivid, essa é a Glória. - Ela falou respirando fundo e eu encarei as duas.

Dava pra ver o quão cachorra a menina era só do jeito que ela me olhava. Ih rapá, tenho mulher e filhos.

Chegamos no ps e logo nos informaram que ele já tinha sido transferido, mandei um vapor levar as duas.

Maria Victoria

Chegamos no hospital e Teresa foi correndo na recepção. Liguei para Bruno mas ele não atendia, deixei as crianças com a Ranielli, a mulher de Jorginho e vim pra cá.

— Jorginho. - Ouvimos uma voz de mulher e todos olhamos pra entrada.

— Coé Georgia. - Jorginho disse cruzando os braços.

— Minha filha tem o sangue que o Deivid precisa. - A mulher disse e Teresa olhou pra ela vindo até nós.

— Nossa muito obrigada, obrigada mesmo. - Teresa disse enxugando as lágrimas.

— Quem é você? - A moça disse todo com cara de deboche.

— Mulher de Deivid!- Teresa disse fechando a cara.

— Nossa não sabia, ele não me falou isso semana passada. Vamos Glória. - A moça puxou a menina e foram.

Teresa olhou pra mim com cara de quem ia chorar de novo e eu fechei a cara e dei um xaqualham nela.

— Engole esse choro, ela só quer afetar você. - Eu disse abraçando ela.

*****

1

semana depois...

O morro andava tranquilo, eu estava na pracinha com Ranielli. Minhas crias tudo na escola, Bruno na boca, casa limpinha e eu bebendo um suco geladinho com Ranielli ao som de Milionário e José Rico.

— Decidaaaa, se vai embora ou ficar comigo. - Cantarolei alto enquanto via as rabugentas do morro.

Encarei as duas e elas sentaram num banco meio que em nossa direção aonde ficou nos encarando.

— Ih, to cagada ou mijada Maria? Porque tem mosquito olhando. - Ranielli disse se levantando e olhando pra Carla e Virgínia.

Ri e ela se sentou cruzando os braços.

— Elas vão achar o delas ainda. Todo dia de noite elas colam lá na boca atrás dos homem. - Ranielli disse ainda de cara fechada. - Mas se eu ficar sabendo que tá atrás do meu marido, negadinha vai ter corte novo. - Ela disse em um bom tom aonde todos que passavam olharam.

Ficamos ali até ver Bruno descendo com Valentina, ele tava puxando ela pelo braço enquanto ela chorava...

• aperta na estrelinha •

O dono do morro e a Patricinha || 2°TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora