• capitulo 20 •

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4 anos depois...

Maria Victoria narrando.

E se passaram quatro longos anos, Bruno bloqueio que eu fosse fazer visitas, ele estava em Santa Catharina e não recebia visitas de ninguém, aquilo me doía, ele sempre me mandou cartas e eu mandava de volta com fotos nossas...

A rocinha nunca foi a mesma, Jorginho comandava mas a bope nunca desistiu de tomar aqui, toda semana era invasão.

Quarta-feira

Tava eu na sala da diretoria da escola por conta que Henrique tinha arrebentado um menino, eu tava morta de vergonha e a mãe do menino tava indignada mas não falava nada.

— Tu tá pensando que tá aonde pra ficar batendo no filho dos outros, você tem 17 anos e pra mim te quebrar também é rapidinho. - Falei quando vi Henrique entrar de cara fechada.

Henrique tava enorme, tava com uma tatuagem no braço escrito o meu nome e de Bruno.

— Ih mãe, ele veio de marra pra cima de mim, ele errou o pé. - Henrique disse bufando sentando na cadeira.

*****

Tava em casa dando o maior faxinão ouvindo na rádio aqueles sertanejos de doer o coração, até do nada...

“ Interrompemos a programação para mostrar a noticia de última hora. Detentos de SC fogem após morte de policial... ”

Apenas ouvi calada, continuei limpando e logo depois voltou as músicas.

Bruno narrando.

Eu corria igual louco, não parava de jeito nenhum, vi a estrada e comecei a correr até eu ver uma pequena casa, vi uma senhora e cheguei batendo palmas.

— Oi meu jovem, precisa de algo? - Ela perguntou me encarando desconfiada.

— Boa dona, posso usar teu telefone? - Perguntei e ela assentiu.

Disquei o número de Maria e ela não atendia, tentei umas três vezes e nada. Tentei o do Jorginho e pá, no segundo toque ele atendeu.

Ligação 📞

— Boa Jorginho? É o Bruno caralho, to precisando de um carro pra já pô. - falei rápido.

— Caralho cara, tu ta de sacanagem? Bô tu tá aonde? - Jorginho disse.

— Perto da cadeia pô, numa estrada, na casa de uma dona aqui. - Falei.

— Ih cara da uma referência. - Jorginho disse.

Olhei pra fora e vi uma placa.

Estrada 152, da um jeito irmão, to na espera, é uma casa branca, bô. - Falei e já desliguei.

Ligação off 📞

Entreguei o telefone e ela me olhava com uma tal desconfiança, ela tava ligada que tinha algo errado ali.

— Aceita um café? - ela perguntou e eu arquei a sobrancelha.

Não podia bobear, qualquer hora os cambé podia abaixar aqui.

— Claro dona... - Falei olhando pros lados.

Fomos pra cozinha e ela não falava nada, eu também não tava nem um pouco afim de bater lero com ninguém, só queria ir embora e encontrar com minhas crias e minha mulher.

— Da onde você veio? - A dona perguntou.

— Meu carro parou logo pra frente e to sem celular. - Falei e ela me olhou dos pés a cabeça.

Ela sabia que tinha algo de errado. Ela não disse nada, mas começou a bater lero falando da vida dela, eu mal tava dando orelha, tava mais esperto que se alguém batesse na porta, logo meteria o pé.

*****

A dona deixou eu ficar aqui, pelo o que me liguei ela tem alzheimer. Acordei e tomei um puta susto por não perceber que tinha dormido, levantei e tava tudo escuro fui indo em direção da porta e ouvi vozes, abri a porta devagar deixando uma fresta bem pequena aberta e vi a dona com os cambé.

— Sim, ele me apareceu aqui, mas eu não o conheço, ele... Ele... - Ela disse e olhou pra porta aonde eu olhava pelo pequeno vão.

Na hora abri a janela e vi aqueles carros de polícia. Pulei a janela e comecei a correr pela estrada, logo uma vã preta para na minha frente e logo a visto Jorginho, corri entrando na vã e logo ouvi o primeiro tiro.

• aperta na estrelinha •



O dono do morro e a Patricinha || 2°TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora