Caroline narrando
Terminei de comer e fui correndo pro meu quarto colocar minhas roupas nas minhas malas e nas minhas bolsas. Peguei meu celular e mandei uma mensagem pro Tubarão explicando e ele logo respondeu que ele ia tentar dar um “ pulo ” aqui.
Desci com as malas e meu irmão com minha mãe já estava na sala me esperando, dava pra ver em sua cara o quão brava ela estava, ela pegou as malas e mandou um dos vapores que ficava em frente de casa colocar no carro.
— Coroa vacilou dessa vez em, puta que pariu. - Henrique disse balançando a cabeça negativamente.
— Não imaginei que ele faria isso, ele sempre foi apaixonado pela mamãe. - Falei suspirando.
— Pois é, a gente é traido por quem a gente menos espera. Teu pai teve a chance dele, mas ele preferiu essas pé-rapado da rua. - Mamãe disse firme.
Os vapores foi colocando as coisas pra dentro do carro e logo avistei Tubarão subindo rápido com uma arma atravessada nas costas. Meus olhos se encheram de lágrimas por pensar que eu teria que ficar longe dele.
— Ô princesa, tu tá partindo já? - Tubarão disse me abraçando.
— T.. Tô, eu acho melhor a gente... - Mal terminei de falar e Tubarão me interrompeu.
— Colfoi Caroline, que idéia é essa? Se liga que não vou querer terminar não pô, dou um jeito de trombar contigo loira, quero tu. - Tubarão disse me enchendo de beijos.
Eu abracei ele forte e logo ouvi a voz de minha mãe.
— Vamos Caroline, depois vocês conversam. - Mamãe disse empurrando Henrique pra dentro do carro.
Eu olhei pra Tubarão e ele sorriu sem mostrar os dentes.
— Te cuida amor, dou um jeito de ir pra pista. - Tubarão disse dando um beijo em minha testa e descendo a rua.
Eu fiquei olhando ele descer e fui entrando no carro, minha mãe logo entrou em seguida e fomos descendo aquele morro em que eu havia pegado amor.
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Maria Victoria
Desci do carro e olhei aquela casa que a gente não deveria ter saido nunca, tantas boas lembranças. Fui levando as coisas para dentro e vendo que ainda tinha alguns móveis ali mesmo que havíamos deixado.
Olhei aquele lugar todo cheio de poeira e minha rinite já quis atacar.
— Vocês, vão no mercadinho aqui comprar vassoura, rodo, pano e produto de limpeza. - Falei pegando da minha carteira o cartão e entregando a Henrique.
Ele e Caroline saíram e eu fui levando as malas para o quarto. Tirei os lençóis e as fronhas de todas as camas e coloquei as novas. Troquei de roupa e me vesti com um shortinho qualquer e um blusão, amarrei meu cabelo com um rabo de cavalo.
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Era dez horas da noite, quando eu acabei de limpar a casa toda. Eu estava morta de cansada, peguei meu celular e havia 80 ligações perdidas, o WhatsApp com várias mensagens mas eu nem vi porque eu já sabia muito bem quem era, e pelo meus calculos a qualquer momento o bonito viria atrás com aquele mesmo discurso de homem safado que trai.
Entrei no banheiro e tomei um lindo banho. Enquanto a água escorria eu pensava em tudo, em cada coisa que aconteceu depois que eu tinha voltado lá pra Rocinha.
Quando me dei conta sai do banho e fui pro meu quarto colocar meu pijama, e fui pra sala dando de cara com Bruno.
Me sentei no outro sofá e liguei a tv fingindo que ele nem estava ali, comecei a procurar algum canal até ele se levantar e parar na frente da TV.
— Tu sai fora e leva minhas crias? É isso mermo? - Ele disse emburrado.
— Eu te avisei. - Falei sem olhar pra ele.
— Qual foi Maria Victoria, vai ficar ouvindo merda do que falam pra ti? - Bruno disse desligando a tv.
— Ouvi você falando que o Carioca era um empata foda, a Rocinha toda comentando que tu tava pra cima e pra baixo com essas pé rapado e outra a sua filha veio me falar. - Falei com o tom calmo.
Não queria dar o gostinho de surtar não, por dentro eu estava acabada, mas por fora eu estava pleninha.
Aquele semblante fechado dele na hora mudou, ele tava com uma cara de cachorro que acabou de cair da mudança, eu me levantei e fui abrir a porta.
— Não tirei seus filhos de você, apenas vão ficar comigo, quando quiser ver eles avise. Agora uma boa noite que já é tarde! - Falei dando passagem pra ele.
Ele veio na minha direção e veio cheirar meu pescoço, desviei e ele me encarou.
— Tu é minha mulher, tu não esquece disso. - Bruno disse segurando no meu queixo.
— Eu era, mas você esqueceu do que eu te falei a 10 anos atrás né, esqueceu e perdeu. - Falei fechando a porta na cara dele.
Fui pro sofá e fiquei ali encolhida.
Eu não posso ficar assim por causa disso, ele perdeu a oportunidade de mudar.
• aperta na estrelinha •
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O dono do morro e a Patricinha || 2°Temporada
Teen Fiction• É aquela coisa né, " Quando está indo tudo bem, vem sempre algo pra atrapalhar ". • 2° Temporada 💣 CONCLUÍDA