• Capitulo 37 •

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Maria Victoria narrando.

Acordei nua em cima de Magnum, ouvi meu celular vibrar em cima do comodinho que havia ali, me levantei e vi que era Henrique.

Ligação on •

Henrique; Mãe é o Henrique, eu e a Caroline tá aqui... - Voz trêmula.

Eu: Vocês estão aonde?

Henrique: No postinho, meu pai...

Ligação off •

Ele nem terminou de falar e a ligação caiu, meu coração se apertou, eu não conseguia nem se mexer, fiquei com medo, eu comecei a tremer, eu olhei Magnum que dormia e ai mais que me dava gelo na barriga.

Me vesti correndo e deixei colado na porta um bilhetinho que eu precisei ir embora. Fui descendo o borel rápido e quando cheguei lá embaixo pedi um táxi.

*****

E lá estava eu subindo a Rocinha, minhas lágrimas já caiam, não pude conter, ouvi um grito e quando vi era Caroline correndo chorando em minha direção, senti o abraço dela e tentei me acalmar.

— Cade Bruno? - Perguntei.

Ela me encarou com seus olhos cheios de lágrimas e começou a chorar mais ainda, Tubarão veio levando ela pra dentro e eu fui atrás entrando naquele lugar vendo Jorginho, Guilherme, Carioca e Henrique.

Eles me olharam, fui caminhando já sentindo aquela agonia.

— Cadê ele? - Perguntei trêmula.

Jorginho levantou suspirando e me abraçou.

— Senta ai Maria. - Jorginho disse e eu sentei. - Bruno teve uma overdose, ele teve cinco paradas cardíacas, seus pulmão tá fraco, o médico disse que só milagre mermo, ele precisa ir pra um hospital, mas cê já tá ligado que ele não pode sair né? - Jorginho disse.

Meu mundo caiu, Henrique veio me dar água e eu neguei, eu estava zonza, minha pressão havia caído. Fechei meus olhos e parece que passou um filme na minha cabeça, a primeira vez que eu vi ele, o primeiro beijo, o primeiro sexo, o primeiro eu te amo, tudo. Bruno errou comigo, mas infelizmente a gente não manda no coração e eu ainda o amo.

— Quero ver ele. - Falei me levantando

— Doutô falô que não podia. - Jorginho disse.

— To pouco me lixando pra o que ele disse. - falei me levantando e entrando pela porta.

Fui caminhando até ver uma enfermeira.

— A senhora é a mulher do... - Ela disse sem terminar pois interrompi.

— Aonde o Bruno está? Quero ver ele agora. - Falei autoritária.

No mesmo momento ela me levantou até uma sala separada que lá estava ele, quando abriu a porta senti meu coração se rasgar, a enfermeira me deixou sozinha e eu fui caminhando devagar até ele, ele estava meio pálido e amarelado, toquei em suas mãos e elas estavam geladas. Puxei a cadeira e me sentei perto da cama.

— Bruno... Sou eu... Maria Victoria. - Falei.

Bruno estava entubado, ele foi abrindo os olhos devagar, e quando me viu acabou caindo uma lágrima, foi ai que não me contive, ele estava com um semblante cansado.

— Cadê aquele homem forte que eu conheci? Cadê ele que superou tantas coisas? - Falei apertando sua mão.

Ele me encarava deixando lágrimas cair sem esboçar nada.

— Eu quero você forte agora Bruno, eu quero que você tenha aquela força, só não quero você desse jeito... - Falei enxugando minhas lágrimas.

Ele apontou pra ele mesmo com o polegar na maior dificuldade, fez uma metade de um coração com dificuldade também e depois apontou pra mim.

Foi o basta, eu comecei a chorar mais ainda.

— Eu te amo tanto Bruno, você não imagina o quanto dói te ver assim. - Falei em lágrimas.

*****

Fui pra casa dele com Guilherme e comecei a arrumar e limpar ali aquela casa.

— Ele já tava se sentinfo sozinho, na mesma noite a gente tava falando de vocês, ele ama tu pra porra Maria, ele errou, sei que é dificil uma traição mas ele se arrependeu... - Guilherme disse enquanto varria.

— Eu amo tanto ele, ele havia me prometido que não me trairia a anos atrás e ai me traiu, dói isso. - Falei pegando a sujeira.

— Mas ele aprendeu, tu foi pra longe com os pivetes. Quem ele mais amava foi embora levando o que ele mais amava também, ai é da tua consciência, faz o que tu quer. - Guilherme disse colocando a vassoura de lado.

Sai da casa de Bruno e guiei pra fora do morro indo pra casa, liguei meu wifi e vi várias mensagens, algumas de Magnum avisando que já estava em Bolivia e que voltaria no dia seguinte se desse tudo certo.

Tomei um banho, me vesti e quando já ia saindo de volta pro morro.

— Maria preciso falar com você... - Sabrina disse.

• Aperta na estrelinha •

O dono do morro e a Patricinha || 2°TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora