O dono do morro e a Patricinha || 2°Temporada

• capitulo 21 •

Maria Victoria narrando.

Acordei soando frio, olhei para o lado e Caroline dormia comigo, me levantei calmamente e fui na sacada ver aquela vista que só a Rocinha tinha. Vi os vapores em volta de casa e mais uma vez senti um arrepio dos pés a cabeça, olhei para o céu e pedi para Deus que nos guardasse e guardasse Bruno também, era surreal o que eu estava sentindo, sabia que era algo com Bruno.

Foi ai que ouvi o primeiro foguete, e corri para fechar tudo, Caroline levantou correndo e eu corri pra cama de volta, Henrique levantou e veio pro meu quarto todo emburrado.

— Porra de invasão agora, tão de tiração viu, to querendo dormir, vai fazer invasão de manhã não na hora que to tirando cochilo. - Henrique disse se jogando na cama.

Ficamos ali e os tiros não paravam, estranhei Valentina não aparecer aqui no quarto, e fui andando lá no quarto dela, rodei meus olhos por aquele quarto todo e nenhum sinal de Valentina.

****

Valentina narrando.

Eu tinha pulado a janela e tava numa social com uma amiga minha lá na pista, vi que já era três da manhã e resolvi ir embora, tinha baforado lança já e bebido horrores. Me despedi dos pessoais e fui saindo até ver Wesley atrás de mim, a gente já ficava fazia uns 3 meses e eu gostava da companhia dele.

— Bora te acompanho... - Ele disse me abraçando.

Cara, eu me senti falsa com ele, ele não sabia nada de mim, apenas que eu morava na rocinha. Ele não sabia que eu era filha do dono do morro, apenas comentei que morava com a minha mãe e meus irmãos e sempre cortava assunto quando ele tentava algo.

Entrei em seu golf preto e fomos até a entrada da rocinha, ele me olhou e...

— Quero assumir você... Aceita namorar comigo? - Wesley disse sorrindo.

— Claro que sim... - Falei dando um beijo longo nele.

Ficamos ali mais um pouco e logo me despedi dele e fui indo subir aquele morro que era enorme, comprimentei os vapores e fui subindo, eu não tava nada bem, o meu estado tava foda fe tão bebada, minha bexiga iria explodir e eu não iria aguentar até em casa. Fui em um beco e fiz xixi ali mesmo, quando eu tava subindo minha calcinha ouvi o foguete, meu coração bateu forte, me vesti rápida e comecei a correr, quanto mais eu corria mais eu ouvia os tiros ficarem próximos de mim. Logo senti algo arder minha costa, cai no chão e senti o gosto de sangue na minha boca, senti alguém me arrastejar até um beco escuro e raciocinei que era algum vapor, mas quando olhei vi quem eu menos queria ver, quem eu não via há anos, sim, Farofa estava em minha frente. Minha visão estava ficando embasada, minha respiração tava desregular e eu tava sentindo o ardor na minha costa.

— Vim te buscar, demorei mais voltei loira. - Farofa disse me puxando.

Eu não conseguia falar nada, me bateu um sono e eu apenas dormir, sem ouvir mais nada...

• aperta na estrelinha •