• capitulo 49 •

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Maria Victoria

Eu corria demais e não conseguia olhar para trás, mas eu sabia que estavam vindo atrás de mim.
Ouvi gritarem meu nome e quando olhei para uma direção vi Raissa, corri em direção a ela mas do nada ela sumiu, fiquei a procurando novamente e quando olhei em outra direção vi ela correndo em minha direção cheia de sangue, na metade do caminha ela cai no chão.

Acordei assustada, olhei para o lado e não vi Raissa, comecei a ficar desesperada vendo que ela não estava ali.

— Socorro, alguém me ajuda. - Berrei.

Olhei aquela pequena janela lá no alto e vi que já era de noite ou até mesmo madrugada, meu estômago roncou e a vontade de fazer xixi estava apertando demais, eles não estavam me deixando sair pra fazer xixi, se eu bem quisesse fazer eu teria que fazer ali mesmo.

Comecei a fazer xixi e sentindo um alívio, me encostei a parede e vi a porta sendo aberta por um cara gordão, ele fechou a porta e ficou me encarando com uma sacola.

— Cadê a Raissa? - Perguntei apavorada.

— Magnum levou ela pra outro canto. - O cara falou. - Te trouxe um lanche mina, acho meio vacilo deixar tu sem comer, eu morreria sem comida. - Ele disse.

— Você não me engana, e se esse lanche tiver um veneno? - Perguntei e ele riu.

— Escolhe um e pega, eu acabei de comprar pra mim também, relaxa ai, to ligado que tu tá grávida, na boa mesmo? Eu não faria mal. - Ele disse me dando a sacola.

— Quer que eu coma como? - Falei mostrando minha mão pra trás.

Ele veio até a mim e colocou as minhas mãos pra frente amarradas. Ele voltou a sentar ao meu lado e eu peguei meu lanche devorando ele, ele fez o mesmo.

— Dizem que esse é o melhor x-tudo da região, mas tamém o mais caro. - Ele disse dando uma mordidona.

*****

Não sei qual era a dele, mas em nenhum momento ele foi maldoso comigo, contou da vida dele enquanto eu ficava quieta ouvindo, falou da ex mulher que estava tentando reconquistar e dos filhos que faz tempo que não via, ele se chama Balão, mas o real nome dele era Jian.

— Ficamo mó tempo de papo e passou rápido em menor. - Balão disse olhando pro relógio. - Já é oito da manhã. - Balão disse levantando.

— Obrigado pelo lanche. - Falei séria.

— É nóis aê, meu turno vai acabar, mais de noite eu colo de volta. - Balão disse pegando a sacola e indo saindo.

— Ei, Balão, me faz um favor? - Perguntei e ele assentiu. - Tem como você me trazer um chuchu cozido com chocolate? - Perguntei e ele arregalou os olhos e assentiu.

— Grávidas... - Balão disse rindo e saindo.

Fiquei ali sozinha novamente e pensando em como eu estaria se eu tivesse lá na Rocinha.

Ouvi um barulho e quando vi era um outro cara, ele veio até a mim e foi tirando meu shorts arrancando até minha canela.

— Carai mulher, tu tá cheirano mijo. Levanta e vem comigo. - Ele disse me levantando com tudo.

Me levantei na maior dificuldade, olhei pros meus pés amarrados e depois olhei pra ele como se fosse óbvio, ele veio até a mim e puxou meu cabelo com força.

— Tu não é nem louca de fugir. - Ele disse mostrando a pistola.

Eu estava fraca demais para fugir, ele desamarrou e foi me tirando pra fora do lugar, eu olhei o lugar tudo, precisei de apenas um pequeno segundo pra ver que eu estava no meio do mato, ele foi me levando até um lugar depois de um tempo caminhando, era uma pequena casinha no meio do mato, ele me colocou pra tomar banho lá e já foi tirando a merda da roupa dele também. Senti meu coração doer de fazer isso, ele veio com tudo tentando me beijar e eu tentava me afastar mas ele era mais forte, ele me puxou pra ele de costas e enfiou sem dó e nem piedade, senti rasgar por dentro de mim, senti a vontade de morrer.

Quando ele acabou gozando, saímos do banheiro, ele me deu uma roupa de gente de idade e logo queria voltar.

— Socorro. - Ouvi uma voz.

Olhei procurando aonde vinha a voz e o cara foi me puxando novamente pra aquele lugar.

• aperta na estrelinha •

O dono do morro e a Patricinha || 2°TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora