• capitulo 52 •

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Boa leitura! 🌻

Bruno

Eu desci da van no pique, sai correndo no meio do matagal com aquela rempa atrás e quando vi um aceso logo na frente fomos andando devagar. Vimos que de longe tinha umas negada.

— Quero cerca eles, vai uns cinco pro outro lado de lá, uns pra lá e quando eu manda radinho, vocês estourem a cabeça de cada um, menos do Magnum, quero ele vivo entendeu? - Falei e eles assentiram.

Os moleques foram pra cada canto enquanto fiquei lá com Guilherme.

— Só agradece mermo de tu tá ajudando. - Falei abraçando Guilherme.

— Tu sabe irmão, to aqui pra qualquer papo. - Guilherme disse ajeitando a arma dele.

Fomos caminhando devagar um pouco mais perto, eles pareciam procurar algum bagulho em volta de um quartinho, peguei meu radinho e...

— Confio em vocês. Bora mete bala! - Falei.

Terminei de falar e caiu aquela chuva de bala, começamos a acertar bala pra tudo quanto era lado, era aquela sensação louca, até parecia o primeiro homicídio, fui andando até Jorginho aparecer com Magnum amarrado, haviam acertado a perna dele.

— O meu amado, como estás? - Falei com um certo deboche.

— Só podia ser né, tu acha que acabou ainda? - Magnum disse rindo.

— Acho nada, quero saber da Raissa caralho. - Falei pegando ele e colocando ele de joelhos que logo gemeu.

— Ué, tu achou a tua mulherzinha não foi? Então corre atrás da tua irmã. - Magnum falou e eu chutei a boca dele.

*****

Maria Victoria.

Patroa, tá na boa? - Um capor veio correndo me vendo mancando na ajusa de Balão.

— Tá tudo bem sim. - Falei subindo o morro.

Aquele carro que Balão pegou quebrou logo que estávamos chegando na Rocinha, tivemos que vir de apé, foi uó por que minha perna lateja.

— Você sabe aonde sua mulher está? A casa. - Perguntei.

— Na rua principal parece. - Balão disse e eu assenti.

Fomos subindo enquanto muitas pessoas me olhava sem entender nada, enquanto muitas me olhavam assustadas. Cheguei em frente de casa e havia dois vapores lá.

— Qual foi Patroa, mano, tá doido, vou mandar radinho pra Bruno. - Carrapato falou pegando radinho.

— Calma, relaxa Carrapato, eu to bem, Bruno sabe que estou aqui. - Falei entrando na dificuldade com Balão.

Eu entrei e estava a sala acesa, me sentei no sofá chorando, eu nem acreditava aonde eu estava.

— Obrigado Balão, eu não sei nem como te agradecer. - Falei dando a mão pra ele.

— De boa PATROA, ninguém merece passar por aquilo. - Balão disse dando ênfase no patroa. - Mais na boa mesmo? Teu marido vai achar estranho que eu trampava com Magnum, ele vai achar que sou x9 e que to aqui pra te usar. - Balão disse.

— Você me ajudou, você quis sair dessa vida, você me tirou de lá, ele não vai falar nada. - Falei sorrindo fraco.

Ele se sentou na poltrona e eu ouvi vozes descendo da escada, olhei e vi Caroline e Henrique que segurava Benjamin, quando eles me viram desceram correndo vindo me abraçar.

— Mãe tá tudo bem com a senhora? Ai meu Deus, eu rezei tanto, obrigada nossa senhora, te devo essa. - Caroline disse beijando o escapulário dela.

— Coroa, que fizeram contigo. - Henrique disse com os olhos vermelhos segurando pra não chorar.

Suspirei fundo lembrando dos momentos e sorri fraco.

— Tá tudo bem meus amores, esse foi o Balão que me ajudou a fugir, vocês devem agradecer a ele. - Falei e Balão sorriu sem jeito.

Henrique foi logo fazer um toque com ele e eu fechei meus olhos aliviada.

*****

Sai do banho com a ajuda de Caroline, ela me vestiu em um vestido e eu ainda mancava. Desci pra sala aonde Henrique jogava baralho com Balão.

— Vai ter que dar uns pontos na minha coxa. - falei tomando um calmante.

— To ligado, quer ajuda pra ir pro Posto? - Balão perguntou e eu assenti.

Fomos todos nós pro postinho fazer meus pontos e logo voltamos pra casa, eu fiquei deitada no sofá enquanto Caroline dava mamadeira pra Benjamin e falava de tudo oque havia acontecido. Balão havia voltado a jogar baralho com Henrique, e pelo jeito Henrique estava perdendo.

Logo ouvi barulho de porta sendo aberta, olhei e vi Bruno, ele parou na porta e ficou me olhando enquanto Jorginho, Carioca e Guilherme vieram tudo em cima de mim como se não me vissem a anos.

— Gente tá tudo bem, vão pra lá que to sem ar. - falei e eles se afastaram.

— Oque tu tá fazendo aqui Balão? - Guilherme perguntou e Balão se levantou.

— Foi ele que me ajudou... - Falei.

— Ué, não é tu que trabalha pro Magnum? - Guilherme perguntou.

Foi incrível, na mesma hora Carioca, Jorginho e Bruno destravaram as armas e apontaram pra Balão no mesmo momento.

— Abaixem isso agora caramba, ele me ajudou a fugir, ele foi o único que não me fez mal e que me ajudou. - Falei séria.

— Quem me garante que tu não tá aqui de x9? - Bruno falou caminhando até ele.

— Eu me garanto, eu ajudei a Maria fugir e fugi também, não quero mais viver com a vida do crime não, e muito menos lá no Borel. - Balão disse.

******

Eu nem acredito que você tá aqui. - Bruno disse apertando minha cintura.

Senti uma lágrima escorrer e logo limpei, ele percebeu e veio me abraçar.

— O que fizeram contigo? - Bruno perguntou.

— Não quero falar sobre isso, isso me dói... - Falei me agarrando a Bruno. - Eu to com medo... - Falei mordendo os lábios.

Ele me aconchegou em teus braços e beijou minha testa.

— Não precisa minha princesa, eu to contigo, ninguém nunca mais vai relar em tu, eu vou te proteger, eu amo tu Maria. - Bruno disse.

E eu dormi inalando o perfume dele.

aperta na estrelinha •

O dono do morro e a Patricinha || 2°TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora