Boa leitura! 🌻
Bruno
Eu desci da van no pique, sai correndo no meio do matagal com aquela rempa atrás e quando vi um aceso logo na frente fomos andando devagar. Vimos que de longe tinha umas negada.
— Quero cerca eles, vai uns cinco pro outro lado de lá, uns pra lá e quando eu manda radinho, vocês estourem a cabeça de cada um, menos do Magnum, quero ele vivo entendeu? - Falei e eles assentiram.
Os moleques foram pra cada canto enquanto fiquei lá com Guilherme.
— Só agradece mermo de tu tá ajudando. - Falei abraçando Guilherme.
— Tu sabe irmão, to aqui pra qualquer papo. - Guilherme disse ajeitando a arma dele.
Fomos caminhando devagar um pouco mais perto, eles pareciam procurar algum bagulho em volta de um quartinho, peguei meu radinho e...
— Confio em vocês. Bora mete bala! - Falei.
Terminei de falar e caiu aquela chuva de bala, começamos a acertar bala pra tudo quanto era lado, era aquela sensação louca, até parecia o primeiro homicídio, fui andando até Jorginho aparecer com Magnum amarrado, haviam acertado a perna dele.
— O meu amado, como estás? - Falei com um certo deboche.
— Só podia ser né, tu acha que acabou ainda? - Magnum disse rindo.
— Acho nada, quero saber da Raissa caralho. - Falei pegando ele e colocando ele de joelhos que logo gemeu.
— Ué, tu achou a tua mulherzinha não foi? Então corre atrás da tua irmã. - Magnum falou e eu chutei a boca dele.
*****
Maria Victoria.
— Patroa, tá na boa? - Um capor veio correndo me vendo mancando na ajusa de Balão.
— Tá tudo bem sim. - Falei subindo o morro.
Aquele carro que Balão pegou quebrou logo que estávamos chegando na Rocinha, tivemos que vir de apé, foi uó por que minha perna lateja.
— Você sabe aonde sua mulher está? A casa. - Perguntei.
— Na rua principal parece. - Balão disse e eu assenti.
Fomos subindo enquanto muitas pessoas me olhava sem entender nada, enquanto muitas me olhavam assustadas. Cheguei em frente de casa e havia dois vapores lá.
— Qual foi Patroa, mano, tá doido, vou mandar radinho pra Bruno. - Carrapato falou pegando radinho.
— Calma, relaxa Carrapato, eu to bem, Bruno sabe que estou aqui. - Falei entrando na dificuldade com Balão.
Eu entrei e estava a sala acesa, me sentei no sofá chorando, eu nem acreditava aonde eu estava.
— Obrigado Balão, eu não sei nem como te agradecer. - Falei dando a mão pra ele.
— De boa PATROA, ninguém merece passar por aquilo. - Balão disse dando ênfase no patroa. - Mais na boa mesmo? Teu marido vai achar estranho que eu trampava com Magnum, ele vai achar que sou x9 e que to aqui pra te usar. - Balão disse.
— Você me ajudou, você quis sair dessa vida, você me tirou de lá, ele não vai falar nada. - Falei sorrindo fraco.
Ele se sentou na poltrona e eu ouvi vozes descendo da escada, olhei e vi Caroline e Henrique que segurava Benjamin, quando eles me viram desceram correndo vindo me abraçar.
— Mãe tá tudo bem com a senhora? Ai meu Deus, eu rezei tanto, obrigada nossa senhora, te devo essa. - Caroline disse beijando o escapulário dela.
— Coroa, que fizeram contigo. - Henrique disse com os olhos vermelhos segurando pra não chorar.
Suspirei fundo lembrando dos momentos e sorri fraco.
— Tá tudo bem meus amores, esse foi o Balão que me ajudou a fugir, vocês devem agradecer a ele. - Falei e Balão sorriu sem jeito.
Henrique foi logo fazer um toque com ele e eu fechei meus olhos aliviada.
*****
Sai do banho com a ajuda de Caroline, ela me vestiu em um vestido e eu ainda mancava. Desci pra sala aonde Henrique jogava baralho com Balão.
— Vai ter que dar uns pontos na minha coxa. - falei tomando um calmante.
— To ligado, quer ajuda pra ir pro Posto? - Balão perguntou e eu assenti.
Fomos todos nós pro postinho fazer meus pontos e logo voltamos pra casa, eu fiquei deitada no sofá enquanto Caroline dava mamadeira pra Benjamin e falava de tudo oque havia acontecido. Balão havia voltado a jogar baralho com Henrique, e pelo jeito Henrique estava perdendo.
Logo ouvi barulho de porta sendo aberta, olhei e vi Bruno, ele parou na porta e ficou me olhando enquanto Jorginho, Carioca e Guilherme vieram tudo em cima de mim como se não me vissem a anos.
— Gente tá tudo bem, vão pra lá que to sem ar. - falei e eles se afastaram.
— Oque tu tá fazendo aqui Balão? - Guilherme perguntou e Balão se levantou.
— Foi ele que me ajudou... - Falei.
— Ué, não é tu que trabalha pro Magnum? - Guilherme perguntou.
Foi incrível, na mesma hora Carioca, Jorginho e Bruno destravaram as armas e apontaram pra Balão no mesmo momento.
— Abaixem isso agora caramba, ele me ajudou a fugir, ele foi o único que não me fez mal e que me ajudou. - Falei séria.
— Quem me garante que tu não tá aqui de x9? - Bruno falou caminhando até ele.
— Eu me garanto, eu ajudei a Maria fugir e fugi também, não quero mais viver com a vida do crime não, e muito menos lá no Borel. - Balão disse.
******
— Eu nem acredito que você tá aqui. - Bruno disse apertando minha cintura.
Senti uma lágrima escorrer e logo limpei, ele percebeu e veio me abraçar.
— O que fizeram contigo? - Bruno perguntou.
— Não quero falar sobre isso, isso me dói... - Falei me agarrando a Bruno. - Eu to com medo... - Falei mordendo os lábios.
Ele me aconchegou em teus braços e beijou minha testa.
— Não precisa minha princesa, eu to contigo, ninguém nunca mais vai relar em tu, eu vou te proteger, eu amo tu Maria. - Bruno disse.
E eu dormi inalando o perfume dele.
• aperta na estrelinha •
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O dono do morro e a Patricinha || 2°Temporada
Ficção Adolescente• É aquela coisa né, " Quando está indo tudo bem, vem sempre algo pra atrapalhar ". • 2° Temporada 💣 CONCLUÍDA